eu sei que eu falei que seria só imagine da Sadie, mas vai aí um da Max
...
Você está na sua casa tranquilamente vivendo sua vida durante a noite quando sua campainha toca, você abre a porta e se depara com uma garota ruiva de cabelo preso, ela está vestindo uma camiseta azul escura de listras finas e uma blusa bem larga azul mais escura com um calça jeans, fones de ouvido em seu pescoço e a mochila no ombro direito largada.
Você sabe muito bem quem é ela, é uma aluna em comum da sua escola, vocês estudam juntas desde o 1° ano do ensino médio, você sempre vê ela andando pelos corredores arrastando essa mochila com uma vontade de existir que contagia, ironicamente é claro.
— O que você tá fazendo aqui? — Você pergunta franzindo as sobrancelhas.
— Eu preciso da sua ajuda — Ela diz receosa.
Max precisando da sua ajuda? você lembra muito bem que ela sempre parece ter te odiado por algum motivo que você nunca conseguiu saber, ela sempre te tratou mal quando você tentou contato, sempre dando respostas ríspidas, cortes e alfinetadas sem motivo quando vocês por azar precisavam se falar na escola.
Com sua demora de resposta Max fica impaciente e resolve falar.
— Meu carro quebrou bem na frente da sua casa — Max vira pra trás apontando.
Você vê o carro sedan antigo dela parado perto da calçada.
— E isso é problema meu? — Você responde ríspida, não há porque ser gentil com ela sendo que ela sempre foi tão ruim com você.
— Sabia que seria perda de tempo vir aqui — Max revira os olhos e se vira andando firme e rápido de volta pro carro.
Você repensa e olha pros lados vendo que a noite está gelada, as ruas estão vazias e já é tarde, não deveria, mas você começa a se sentir mal por ela e com culpa, se algo acontecer com ela você vai ficar com a consciência pesada e depois do desaparecimento do menino dos byers há alguns anos não é bom deixar ela sozinha.
— Max? — Você chama saindo pra fora da casa.
Ela para de andar e vira pra você ficando no mesmo lugar.
— O que aconteceu? — Você pergunta indo pra perto dela.
— Não sei exatamente, o carro liga, mas faz um barulho estranho — Ela fala apontando pro carro.
Pela primeira vez na vida você vê ela trocando palavras normais contigo sem ser ríspida e até sendo ligeiramente simpática.
— Quer entrar? — Você pergunta receosa, mas não sabe como ajudar.
Max apenas balança a cabeça concordando e vocês vão pra dentro.
— Ahm... você quer algo? — Você pergunta meio sem jeito.
— Preciso usar o telefone — Max aperta os lábios também meio sem jeito.
Você assente e leva ela até a cozinha, você a deixa na cozinha e vai até a sala ficando sentada na poltrona esperando por ela.
— Minha mãe não atende — Max aparece com os braços cruzados apoiando no batente do arco que divide a sala com a cozinha.
— Bom, o que eu posso fazer? — Você tenta ser prestativa.
— Acho que é melhor eu ir embora — Ela arruma a mochila nas costas e anda pra perto da porta.
Você se levanta rápido a seguindo sem entender nada.
— Pra onde você vai?
— Bater em outra casa? dormir no carro? não sei... vou me mexer — Max diz impaciente.
— Tá tarde, melhor você ficar aqui — Você diz gesticulando.
— Eu prefiro tudo menos ficar aqui com você y/n — Max fala ríspida.
Tava demorando pra ela começar a ser quem você sempre conheceu, estava sendo simpática demais pra ser verdade.
— Caramba eu tô tentando te ajudar quer parar? — Você fala irritada andando pra frente.
— Não preciso mais da sua ajuda, não há nada que você possa fazer mesmo — Max faz uma expressão fechada e evita contato visual com você.
Você respira fundo jogando a cabeça pra trás, ela é muito mais difícil quando se irrita, mas você está disposta a não deixar ela ir embora.
— Por que você me odeia? — Você pergunta de uma vez encarando ela.
— Eu não te odeio — Max fala ainda com a expressão fechada com as sobrancelhas franzidas.
— Não me odeia? você nunca fala comigo e quando eu tento falar com você é assim que você me trata, feito nada, sério... o que eu te fiz?
Você balança a cabeça em negação ao ver que ela mantém o silêncio.
— Você não vai me responder?
— Não importa — Max responde ríspida irritada.
— Importa sim, pra mim importa — Você olha pra ela que mantém o olhar distante do seu — Por favor Max, eu só queria entender.
Max respira fundo nervosa mexendo na barra da blusa e finalmente olha pra você
— Eu te odeio porque sua vida é perfeita, você tem tudo, você tira notas boas e nem estuda, sua mãe te adora e sempre tá presente, seu namorado é perfeito, você sai a noite, você tem amigos legais, seu cabelo tá sempre bonito, você é perfeita — Max fala tudo de uma vez com a voz trêmula levantando as mãos — Eu te odeio porque eu queria tudo que você tem.
Ela te observa com um olhar cheio de receio e o maxilar apertado.
— Max... eu- eu não tenho uma vida perfeita, você não deve se sentir assim — Você fala ainda um pouco confusa com tudo que ouviu — E que namorado?
— Hum... o Lucas não é seu namorado? — Ela pergunta levantando as sobrancelhas surpresa.
— Não! E eu ainda não entendi o porquê você me odeia tanto, você quem é perfeita, você parece muito legal apesar de não ser legal comigo, anda de skate, é bonita e tenho certeza que seja inteligente — Você sorri falando e Max fica sem jeito ao ouvir quase deixando um sorriso pequeno escapar.
— Acho que eu me espelhei demais na sua vida — Ela ajeita a mochila nas costas e você percebe que ela está com essa mochila faz tempo.
— Me dá sua mochila — Você se aproxima colocando a mão na alça da mochila dela e Max se assusta com sua proximidade.
Você vê o olho dela assustado te observando tão perto, a respiração dela parece rápida. Vocês se olham por longos segundos e torturantes porque você espera alguma resposta dela e ela só fica ali paralisada encarando seu rosto.
Max se move lentamente e você franze o cenho sem entender, ela aproxima o tronco do seu e em um ato rápido junta seus lábios do dela, você se assusta, mas não consegue se afastar apenas mantém os olhos abertos.
Você relaxa o corpo e fecha os olhos levando suas mãos até os ombros dela a puxando pra si, o leve tocar de lábios vira um beijo em si e ela coloca as mãos em seus braços.
Vocês se separam e ela te olha assustada, você fica com um olhar confuso.
— Me desculpa — Max se afasta andando pra trás.
— Não é... tá tudo bem, eu só não entendi — Você fala nervosa piscando várias vezes.
— Eu te odeio não só porque eu queria ser você, mas também eu queria ter você — Max te olha profundamente respirando ofegante, o coração dela está batendo tão rápido que ela tem medo que você perceba.
— Bom, agora faz mais sentido — Você diz rindo e Max fica aliviada de você reagir assim.
Você pega a mão dela a puxando pra perto e cola seus corpos, você passa a mão no rosto dela afastando os fios de cabelo perdidos e sorri aberto observando ela.
— Vai ficar aqui agora?
Ela balança a cabeça concordando e você a beija novamente. Difícil que ela continue te odiando depois dessa noite.