Quando A Vida Acontece - Vol 3

Von MariMonteiro1

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Crescer nunca foi fácil, mesmo que já se seja adulto. Ella e Allison estão de volta, a primeira tentando resg... Mehr

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39

Capítulo 40

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Von MariMonteiro1

A madrinha tinha uma superstição de que deveria se usar branco no réveillon para trazer sorte para o ano novo. Na verdade, ela possuía uma enciclopédia de crenças, e aquela era apenas mais uma. Baby não as levava a sério, mas, já que não tinha preferência por cores, não custava usar um vestido off-white para ajudar. Ele estava pendurado em um cabide na porta do seu guarda-roupa, a encarando, zombeteiro, pois ela deveria usá-lo na Costa Rica com Zach.

Havia pensado em ir para lá sozinha já que mal se lembrava da última vez que havia tirado férias, mas concluiu que seria ridiculamente solitário e deprimente. Melhor encher a cara com o Tommy, pagar mico na frente da família, acordar no dia seguinte cheia de ressaca física e moral. Andava precisando de algo assim. O constrangimento a faria esquecer, nem que fosse por um ou dois dias, o quanto havia arruinado a sua própria vida.

A campainha tocou, o que era estranho, pois o interfone não soou. Vestiu o roupão por cima da calcinha e do sutiã e perguntou, colocando-se atrás da porta:

-Quem é?

-Sou eu, Zach.

-Mas que porr... – Ela resmungou para si mesma e abriu a porta. – Por que você não usou a sua chave?

-Porque você podia estar... – Ele apontou para o roupão dela – trocando a roupa, por exemplo.

Baby deu espaço para que ele entrasse. A saudade que sentia dele era uma dolorosa ausência, uma impotência, uma proibição, uma inatividade enlouquecedora. Não encostar, não beijar, não demonstrar qualquer intimidade no falar.

Ele passou por ela e ficou parado no meio da sala. Ao mesmo tempo em que pertencia completamente àquele cômodo, parecia estranhamente fora de lugar.

-Você resolveu terminar sua mudança no dia de ano novo? Aliás, na noite de réveillon? – Ela se sentou no braço do sofá.

-Te atrapalha?

-Não, eu já vou sair. Só é bizarro.

Mas Baby não se levantou e nem foi para o quarto terminar de se arrumar. E Zach não se moveu do centro da sala. Por fim, ele disse:

-Para falar a verdade, eu não sei o que eu vim fazer aqui.

O que era algo bom, né? Talvez ele tivesse gravitado até ali porque sentisse falta dela.

-Eu sinto que, apesar de todas as nossas conversas, faltou um desfecho, sabe? Como se a gente tivesse saído de campo antes do juiz apitar o final da partida.

-Metáforas de futebol não funcionam comigo, Zach – Ela falou, com o pulso acelerado, pois, apesar do que dissera, a comparação havia sido bastante óbvia. – Eu vou só colocar uma roupa. Pode pegar uma cerveja na geladeira, se quiser.

Baby correu para o quarto. Olhou o vestido pendurado, uma peça de tecido encorpado, todo drapeado a partir do quadril, repuxando desde a barra até o meio da coxa esquerda, definindo uma senhora fenda. As costas nuas exibiam mínimas fitas que compunham as alças e sustentavam a frente de corte assimétrico, que tinha no decote o mesmo caimento despojado, de um leve drapeado. Ela o havia desenhado e tinha muito orgulho dele, mas talvez estivesse um pouco exagerado para qualquer que fosse o rumo que sua conversa com Zach tomasse. Vestiu uma roupa de ficar em casa, uma calça de moletom e um cropped, muito simples, muito confortável, mas que já era bem melhor que um roupão.

Zach a esperava na sala com uma cerveja para ele e outra para ela.

-Então... – Baby disse, pegando sua long neck. – Você não vai mesmo a uma festa de réveillon?

-A Alicia vai dar uma festa no apartamento dela.

-Quem?

-Minha amiga Alicia? A morena que muda a cor do cabelo toda semana?

-A que dá em cima de você?

-Ela não dá em cima de mim.

-Imagina se desse, então.

Zach deu um meio-sorriso.

-Era por isso que você não gostava dela?

-Ah, vamos combinar que a pessoa tem de ter muita cara de pau, né, Zach? E você vai?

-Não apareceu outro plano até agora – Ele deu de ombros, com cara de cachorro que caiu da mudança.

-Você sabe que é muito bem-vindo na festa da madrinha.

-Valeu, mas... é estranho.

-É – Ela concordou e deu um gole na sua cerveja. Na verdade, não seria. Seria perfeito. – E... sobre todas as coisas que você queria conversar que não sabia nem por onde começar?

-Na verdade, eu disse que não sabia o que tinha vindo fazer aqui.

-É, a história do juiz e de sair de campo.

Zach soltou um suspiro, olhando para os próprios pés.

-Por exemplo, tem a Millie. A gente não pensou na Millie.

-Eu penso na Millie o tempo inteiro – Baby falou, defensiva.

-Claro que pensa – Zach correu para explicar. – Mas não pensamos em nós e na Millie. Na cabeça dela. Eu estava pensando naquelas histórias que você me contava sobre os seus pais, sabe? Quando eles se separaram e seu irmão ficou zoado?

-É diferente – Baby falou, incrédula com o caminho que a conversa havia tomado. – Você não tem uma amante e eu não sou viciada em calmantes e nem pretendo me matar. Cara, amo o meu pai e não me lembro, mas acho que amava a minha mãe, mas eles foderam muito o casamento deles e as nossas cabeças. Aliás, você devia me dar um desconto. Sou vítima de pais fodidos.

-Mas aí é que está, eles não tinham chance, tinham? Porque seu pai já estava em outra e não sei detalhes sobre a história da sua mãe, mas seu pai era apaixonado por outra mulher e dificilmente ele e sua mãe dariam certo depois disso.

-É, pode ser – Ela deu de ombros. – Mas por que estamos discutindo a pré-história, Zach?

-Porque eu sou apaixonado por você.

Ele disse isso com tanta simplicidade, tanta naturalidade, que Baby custou a perceber do que estava falando.

-Por vocês – Ele se corrigiu. – Por você e pela Millie. E, se você ainda...

-Eu te amo, Zach – Ela falou rapidamente, antes que ele retirasse o que havia dito ou que fizesse a conversa tomar um rumo inteiramente diferente. Zach sorriu.

-Mas esse nunca foi o problema, Baby. A gente não estava dando certo e é aí que a gente tem de tentar consertar. Se a gente achar que vale a pena. Você acha? Que vale a pena?

-Eu sei que tenho mil defeitos – Ela tomou a frente, começando a enxergar um pequeno feixe de luz no fim do túnel. – Eu escutei o que você falou, sobre o trator e o umbigo. Eu tenho pensado muito nisso. Juro.

-É? E aí? – Ele perguntou.

-Você tem razão. Mas eu já te dei razão milhares de vezes e fiz besteira.

-Eu também tenho meus defeitos, Baby.

-Eu sei. Você não fala na hora. Você aguenta uma quantidade absurda de merda. Das minhas merdas. E aí estoura e eu não sei o que me atingiu. Aí você vai e some. Eu sou pega de surpresa.

-Nossa comunicação não é boa, né?

-É um cu, Zach. Mas pelo menos a gente tá conversando agora. Isso deve servir para alguma coisa. Eu preciso saber quando faço alguma coisa que te incomoda.

-A minha família, por exemplo.

-Eu gosto da sua família.

-Se gosta, você disfarça bem, Baby. Sei que eles são bem diferentes de você, é gente simples e do interior.

-Eu não sou esnobe! – Ela se defendeu.

-Se você quer que eu fale, você tem de aprender a ouvir – Ele disse calmamente.

-Ok, desculpa.

-Mas sabe, a gente os vê umas duas vezes por ano, menos quando a minha irmã se muda para cá com o cachorro, e aí você tem toda razão de ficar puta. Mas durante o resto do tempo você pode tentar ser mais paciente.

-Posso. Mas não com a menina que dá em cima de você.

-Pode se ela não der em cima de mim. Baby... – Ele abriu os braços e tornou a soltá-los. – Eu tenho pensado na gente esses dias todos e não estou pronto para viver sem você. Você quer tentar? Mais uma vez?

-Quero – Ela sorriu.

Zach se aproximou e colou a testa na dela.

-E eu nunca mais deixo a Grace fazer a gente brigar.

-E pelo amor de Deus, não fica guardando as coisas desde os primórdios da humanidade. Puxa a minha orelha na hora que eu fizer merda.

-Ok – Ele beijou-a no canto da boca.

-E me beija direito agora.

-Ok.

-x-x-x-

-Eu não acredito que você não está aqui, irmãozinho.

-Eu não acredito que você está, irmãzinha.

Loly riu para a tela do celular:

-Eu mato você! Eu mato a Allie! Allie, eu te mato! Eu podendo ter sido incluída nesse rolê de Paris e ter visto esse casal se formar em primeira mão ao invés de morrer de tédio em Swindon.

-Com certeza a gente estaria melhor em Paris – Jake falou em voz baixa.

-Viram? E o Jake é a pessoa que não se estressa.

-Não estou estressado, mas preferia estar em Paris.

-E me conta tudo! – Loly pediu, animada. – Você vai ficar aí até quando, Dylan?

-Até? – Ele olhou para a Allison. – Domingo?

-É, se não tem jeito, até domingo – Ela disse, afetando estar emburrada.

-Que bonitinho! – Loly deu um gritinho. – Conversa com a tia Kate, pede pra ela te liberar mais uns dias. Falta na faculdade. O Jake pede também, não pede?

-Claro.

-Na verdade, é um ótimo momento porque estão todos muito bem-humorados – Loly falou. – O Jake também tem novidades. Conta, Jake!

Com um largo sorriso, ele anunciou para os amigos:

-Vendemos o jogo.

-O jogo que você fez com o Viking?! – Allison perguntou, animada. Aliás, no momento era necessário muito para que ela não ficasse feliz. – Aquele que ia deixar vocês dois ricos?

-Isso.

-Caramba! Parabéns – Dylan falou. Ele também ficaria exultante com qualquer novidade que ouvisse, mas aquela realmente era especial. O ano terminava da forma mais incrível possível.

-A gente está fazendo uma lista do que fazer com o dinheiro. Tomar umas cervejas em Paris está no topo – Jake disse.

-Por favor! – Allison respondeu. – Tudo acontecendo e eu do outro lado do mundo.

-No máximo, do outro lado do canal, Allie – Loly respondeu. – E Dylan, a julgar pela conversa da mãe, eu acho que ela ainda pensa que você vem passar o ano novo com a gente.

-Merda. Passa pra ela – Foi o momento que ele pareceu menos radiante o dia inteiro, mas nem aquilo o tiraria do sério e, se tinha de ser feito, então era melhor se livrar de uma vez.

-Eu vou assistir, tá? – Loly disse e foi atrás da sua mãe.

Renata estava no quarto, se arrumando para a sua pequena festa de réveillon, enquanto Archie organizava a ceia na cozinha. Por compartilhar de várias das crenças da Malu, ela também usava um vestido branco, sandálias de salto e, no momento, fazia a maquiagem. Loly abriu a porta depois de dar duas batidas e escutar um "entra".

-O Dylan quer falar com você, mãe.

-O Dylan? Aconteceu alguma coisa? – Ela se virou, espantada. – O carro quebrou?

Loly achou melhor nem responder e lhe passou o telefone, mas não saiu do quarto. Renata atendeu sentada no banco da penteadeira e a filha nem tentou disfarçar, em pé ao lado da porta.

Renata ia colocar o telefone na orelha, mas Loly, ostensivamente interessada na conversa, avisou:

-É vídeo.

-Oi, Dylan – Renata olhou para a tela. – Por que você não está aqui?

-Então, mãe, só volto domingo – Loly ouviu a voz do irmão.

-Você vai ficar onde até domingo? E com o meu carro?

-Foi mal não ter avisado antes, mas era coisa rápida, entende? Na verdade, eu voltava amanhã. Estou em Paris.

-Você nunca teve a intenção de vir passar o ano novo? – Renata perguntou, chocada.

-Eu tinha, antes de ir a Paris.

-Dylan, isso não tem o menor cabimento! Nós tínhamos feito planos de você vir com a Daisy para cá, por que vocês se enfiaram na França, pelo amor de Deus?

-Eu não estou com a Daisy aqui. Na verdade, eu mudei de namorada e de planos. Agora estou namorando a Allie.

Loly olhou, fascinada, o olhar confuso da mãe, até que ela começou a ligar o nome à pessoa.

-A cozinheira que fez a ceia do Natal?! – Ela perguntou com certo desdém.

-Chef – Dylan corrigiu, deu para ouvir a voz da Allison corrigindo também, e até Loly fez a correção em pensamento.

-Em um espaço de cinco dias você terminou com a Daisy e ficou com a coz...

-Chef – Os três corrigiram de novo. Dessa vez, até Loly falou em voz alta.

-Preciso desligar, mãe, porque a gente ainda vai ver se arruma alguma coisa para comer – Dylan disse, enquanto a boca de Renata abria e fechava como um peixe dourado. – Depois a gente conversa. Feliz ano novo.

Renata ficou parada com o telefone na mão, a tela já escura.

-Ela não é aquela loirinha desaforada? – Ela perguntou, a sua voz soando muito distante.

-Isso.

-E gorda?

-Também.

-Que estuda culinária?

-Gastronomia.

Loly não deixava de achar divertido ver como todas aquelas características incríveis da Allison eram chocantes para a sua mãe, mas achou que era justo dar-lhe tempo para absorver a novidade. Tirou o telefone da mão apática de Renata e foi para o seu quarto se arrumar para a festa minúscula no meio do fim do mundo.

Malu já estava pronta, e para um evento muito mais animado. Enquanto seus convidados chegavam, ela via Noah através da tela do celular.

-Ele está queimado de sol, Luca! Você não está respeitando os horários que o pediatra passou.

-Claro que tô, mãe. Relaxa.

E estava. Luca não queria fazer besteira, muito menos em relação a algo tão importante. Ele só levava Noah à praia ou à piscina às primeiras horas da manhã. Agora, Luca acordava ao alvorecer, dormia igualmente cedo, passava seus dias com um companheiro de sete meses e nunca havia sido tão feliz. Seu corpo funcionava bem, sua mente estava afiada, seu coração estava preenchido. E, como havia descoberto aquela manhã, seu bolso estava cheio.

Não haviam ficado ricos, mas haviam recebido um bom dinheiro, sim. Com ele, Luca pretendia comprar um apartamento quando se formasse, o que aconteceria no verão. Era inacreditável que, quando pensava que a sua vida havia terminado, ela havia tomado a guinada para colocá-lo no rumo certo.

-Você podia arrumar uma namorada, Luca – Malu falou.

-Para fiscalizar os horários que eu levo o Noah à praia?

-Não, porque você é maravilhoso demais para estar sozinho.

-Não estou sozinho. Tenho um bando de gente.

-Falei igual tia velha, né? – Malu fez uma careta. – É que fiquei contagiada pelo clima geral de romance. A Rê ligou para dizer que o Dylan está namorando a Allie.

-Aê, Dylan – Luca deu seu sorriso bonito. – Demorou.

-Você sabia disso?

-Que o Dylan era a fim da Allie e a Allie era a fim do Dylan? Todo mundo sabia, menos ela. E, depois de um tempo, ele ficou meio na ignorância também. A tia Rê está feliz?

-Eh...

Malu não ia entrar nos detalhes do escândalo. Renata havia feito algumas conexões na sua cabeça, que parecia piorar com a idade, e concluído que Allison estivera presente em todas as fases negras dos filhos. Na rebeldia da Loly, na decisão do Dylan de trocar de faculdade e, se fizesse força, arrumaria uma forma de culpá-la por sua péssima relação com a Emily também. Malu só não entendia o que Renata via de tão maravilhoso na Daisy para ficar tão horrorizada com a troca. Allison era uma menina linda, com um coração bom, que fazia maravilhosas esculturas de comida. Não havia nada para não amar nela.

-Eu preciso ir, meu amor – Malu interrompeu a si mesma. – Tem um monte de gente chegando. Parabéns mais uma vez pelo seu joguinho. Não sei como isso funciona, mas você merece.

-Passei uma cara desenvolvendo pra você chamar de joguinho, mãe? – Luca deu uma gargalhada. – Feliz ano novo. Passa pro papai pra eu falar com ele.

-Passo, sim.

Malu se levantou e cruzou a sala até onde Eddie estava em uma roda, virou-se para voltar e quase deu uma trombada em Tom.

-Ei!

-Ah, entendi agora qual é a do andador roxo – Ele deu um meio-sorriso. – É pra gente te enxergar.

-Não enche, Tom. A Emily pintou e roxo é uma cor linda. Não é, Ella?

Ella olhou para o andador, ficou pensando sobre como responder, e então correu os olhos em volta:

-Que linda decoração, Malu!

-Ah, obrigada. Seus irmãos não quiseram vir?

-Não, eles vão passar o ano novo com os pais. Parece que é uma tradição de família – O que era algo muito estranho de se dizer, pois era da própria família, na qual sua mãe não a havia incluído, que estava falando. Mas estava de boa com isso. Talvez não completamente, mas chegaria lá. – Eles agradeceram muito o convite.

-Oi, Joel – Malu cumprimentou. – Como você está?

-Bem, e você? Já comeu? Você também precisa comer. As amigas da Ella são todas uns gravetos.

Malu, para quem magreza não era um elogio, segurou o sorriso no rosto enquanto respondia:

-Eu sou magrinha, mas como bastante, Joel. É o meu... metabolismo.

-Não parece.

-Pai! – Ella falou, mortificada, enquanto Tom prendia o riso.

-Mas não parece. E você também, Ella, você precisa comer por dois. Mas você fica comendo igual um cabrito, seu bebê vai nascer verde.

Malu olhou para o Tom, boquiaberta, e ele sorriu:

-Era pra ser uma daquelas paradas de segredo, mas o Joel descobriu, fodeu.

-Parabéns, Ella! – Malu a abraçou. – Credo, como essa criança vai nascer bonita!

-Obrigada – Ela riu, retribuindo o abraço da Malu. – Só não espalhe. Se o meu pai não contar para a festa inteira, a gente vai continuar tentando manter os três meses de segredo.

-Eu vou achar um garçom para você – Joel saiu pela sala com Ella correndo atrás:

-Pai, a gente acabou de chegar! Que vexame!

Malu e Tom permaneceram no lugar, um olhando para o outro, até que ele disse:

-Você não vai fazer aquelas paradas, vai?

-Que paradas?

-De chorar.

-Não – Ela fungou.

-Porra, Maria.

-Me emociono com bebês, Tom! E me emociono cada vez que você vira gente grande.

-Eu sou gente grande desde que a gente se conheceu.

-Eu vou te abraçar.

-Ah, merda.

O problema do abraço da Malu é que ela não o abraçava como as pessoas normais. Ela colocava os braços ao redor da cintura dele e deitava a cabeça no seu peito e era cheio de intimidade e inadequado e desconfortável. E ele adorava, mas nunca admitiria isso.

-Eu te amo, Tom. E estou muito feliz por vocês.

-Hum... – Ele fez, sem saber como reagir.

-Vocês vão se casar?

-Não.

-Posso ser a madrinha?

-Não vai ter casamento.

-Do bebê.

-Acho que também não.

-Tá certo – Ela se afastou e enxugou os olhos.

-Ei, o que você fez com a Malu dessa vez? O que o Tommy-pai te fez, Maluzona? – Kate se aproximou dos dois.

-Nada, é que vamos começar mais um ano. Não é lindo, começar mais um ano?

-Ih, pronto. O que botaram na Coca-Cola dessa daí? – Kate falou. – Já viu o sucesso dos nossos bebês?

-O jogo? – Malu sorriu, animada. – Eu vi! Eles são geniais!

-Não são? Jake estava falando em arrumar um apartamento maior para morar com a Loly. Gente, eu estou muito despreparada. Isso significa filhos, não é? As pessoas só querem apartamentos maiores quando querem filhos.

-Eu vim pra cá só porque queria um lugar maior.

-E se encheu de filhos! Eu não estou preparada para ser avó! Eu mal descobri meu miligrama maternal!

-Você descobriu há mais de vinte anos, Kay – Tom respondeu.

-Mas é tudo um processo lento. Primeiro eu descobri que eles choravam à noite e não vinham sabendo usar o banheiro. Daí veio todo o drama de crescer e querer ser independente e cair e ralar partes do corpo. Então, quando eu achei que essa parte estava equilibrada, veio o terror das namoradas. O Jake graças a Deus puxou o Vince e é quietinho e arrumou aquele doce da Loly, mas o Oyekunle é piranhudo como eu e tem uma pior que a outra.

-Elas não são tão ruins.

-Ah, não? Uma come do lixo, a outra não come, a outra não gosta de gatos, e olha, ele está chegando com alguém novo...

-Quem?

-Olha lá, está vindo aí com uma menina que eu nunca vi na vida.

Malu e Tom seguiram o olhar dela até Oyekunle, que entrava na casa com uma mulher oriental muito bonita.

-Meu Deus! – Malu falou na mesma hora em que Tom riu e a mulher olhou para eles e abriu um sorriso de orelha a orelha.

-Vocês conhecem? – Kate perguntou, chocada.

-Claro, é a Sabine! – Malu falou. – A nossa afilhada francesa, filha da minha amiga Jackie.

-A sua afilhada que é prostituta e estelionatária?! – Kate exclamou, horrorizada, a mão no coração.

E, por mais que ela pudesse estar exagerando, Sabine realmente era tudo isso.

Continua...

-x-x-x-

Sim, continua! Mas quando? Isso eu não posso responder. Estou bem atrasada na escrita do Volume 4 e não quero começar a postar correndo o risco de ter de interromper no meio e ser incapaz de manter uma frequência.

Por isso, tenho uma proposta para fazer. Enquanto continuo a escrever, eu postaria no Wattpad um dos livros que lancei apenas na Amazon. Vocês têm o final de semana para votar no livro que preferem e eu começaria a postar o vencedor na terça-feira, que tal? Deixem seus votos nos comentários, por favor, para ficar organizado pra mim =)

As opções são:

Descobrindo Você (A história da Lily)

Londres, Eu te Amo (Três histórias curtas: da Mia, da Angie e da Lily, com um pouco sobre a Sabine)

Quando Dezembro Chegar (Um conto de Natal da Malu)

Votem à vontade! Beijos e, mais uma vez, obrigada por acompanharem essa historinha!

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