Capítulo 6

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A mesa estava posta com uma toalha vermelha de bolinhas brancas e um painel com as orelhas da Minnie atrás. Tudo era temático, desde os balões pretos, vermelhos e brancos até os cookies com a cabeça da Minnie e os espetinhos com duas metades de morango e um blueberry no meio formando um laço. A aniversariante também entrou no clima, com uma saia de tutu vermelho, camiseta preta e um arco da Minnie comprado na Disney, exatamente igual ao que a Allison ganhou da Loly.

-Dida! - Ela entrou correndo.

-Parabéns, meu amor! - Malu abriu os braços. - Como você é uma Minnie bonita, Amelia!

Todos em volta desejaram feliz aniversário para a menina. Millie escalou o colo da madrinha e se sentou sobre suas pernas enquanto vários adultos em volta prendiam a respiração e Baby estava pronta para arrancá-la de lá.

-Deixa – Malu falou. - Não incomoda nem um pouco.

-Quero andar no carro da dida! - Millie falou, se referindo à cadeira de rodas.

-Tá, mas devagar, pelo amor de Deus – Malu pediu, enquanto colocava um dos braços ao redor da cintura da neta/afilhada para mantê-la segura e, com o outro, operava a cadeira.

Assim que elas se afastaram, Baby apresentou:

-Grace, esse é Tom, meu padrinho, e essa é a Ella, a namorada dele.

-Muito prazer, você é o pai do Tommy, certo? Nós fomos ao teatro essa semana – Grace falou apertando a mão dele, um sorriso cheio de dentes.

-Foi? Viram a peça da Malu?

-A peça da madrinha não está mais passando – Baby comentou. - Era boa pra cacete, você ia gostar, Grace.

-Sensacional. Eu estava nela – Tom sorriu sem modéstia.

-A Malu tem uma peça, é? Me conta isso! - Grace pediu e Zach explicou, falou que Malu era uma grande guitarrista e seu primeiro álbum havia virado um musical.

A casa foi enchendo de gente, de gritos de crianças e de conversas de adultos. Havia várias mesas espalhadas pelo quintal, todas com as cores da Minnie. Sentados a uma delas, Tommy, Louis (que compareceu), Ella, Mia e Dave.

-Olhem as fotos – Ella dizia, mostrando o tablet. - Eu não sou parecida com essa Mary Christabel?

Os três se aproximaram para ver melhor. Apenas Dave continuou na mesma posição, agindo como se não estivesse no grupo.

-Eu não entendo uma coisa – Louis disse. - Por que você não escreve para ela e pergunta?

-É uma coisa difícil de fazer. Dizer "Oi, sou a menina que você abandonou com três anos. Quer conversar comigo?"

-Mas agora ela deve saber quem você é, né? - Louis insistiu. - Aparece uma mulher do nada solicitando amizade, que por um acaso tem o mesmo nome e sobrenome da filha dela. É muita coincidência.

Todos os ocupantes da mesa ficaram mudos, pois não tinham se dado conta disso. Menos Dave, que já estava calado mesmo.

-Ok, é um bom ponto. Vou me reapresentar.

Ficaram todos olhando para ela, em expectativa, até que a rara voz do Dave soou:

-Não agora.

-Por que não, maridão?

-Maridão? - Louis levantou uma sobrancelha.

-Tá vendo? - Dave comentou, impaciente. - O cara agora acha que eu sou seu marido.

-Eu não, só acho bizarro.

Dave suspirou e explicou, daquele jeito dele, de quem se mantinha calmo com muito esforço:

Quando A Vida Acontece - Vol 3Where stories live. Discover now