Quando A Vida Acontece - Vol 3

By MariMonteiro1

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Crescer nunca foi fácil, mesmo que já se seja adulto. Ella e Allison estão de volta, a primeira tentando resg... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40

Capítulo 37

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By MariMonteiro1

Tom, robótico, entrou na cozinha. Acendeu um cigarro e abriu a porta do armário. Pegou a maior caneca que encontrou e segurou o bule. Virou. Vazio.

Do jeito que ele acordava com os neurônios incomunicáveis, ficou um bom tempo olhando para o bule, sem entender exatamente o que se passava. Tanto tempo, aliás, que Ella ficou com dó e, tentando não rir, resolveu esclarecer:

-Eu tive de jogar o café fora.

Tom olhou para ela, aos poucos percebendo que não tomaria café naquela manhã. Tirou o cigarro da boca e perguntou, a voz rouca de sono:

-Por quê?

-Estava estragado.

Tom tinha a impressão de que havia acordado dentro de uma vertigem. Isso é, se houvesse despertado de fato.

-Mas café estraga?

-Claro, grandão, tudo estraga. Estou bebendo chá no lugar do café. Quer que eu faça um pra você?

O dia que Tom beberia chá seria o mesmo em que ele borrifaria o ar com perfume e andaria pelas gotinhas. Por incrível que pareça, aquele pensamento começou a trazer um pouco de realidade à manhã.

-Você olhou a validade?

-Olhei – Ella disse, calma, plácida, sentada em uma banqueta da ilha, bebericando sua xícara de chá como se estivesse em uma casa com café. – Estava dentro da validade, mas o cheiro era horrível, forte demais. Sério, estava nojento. Aí eu joguei fora.

Agora, sim, Tom estava com os dois pés plantados no mundo real. Sem saber direito como dizer, ele começou:

-Então, Ella...

-Tem alguém aí? Ei! Que porcaria de lugar é esse? Tem alguém aí?

-Ai, caralho – Ella largou a xícara em cima da ilha e saiu correndo. – Estamos aqui, pai! Está tudo bem! A gente dormiu no apartamento do Tom!

-Eu quero a minha casa, sei lá quem é Tom?

-O marinheiro, pai!

Enquanto ouvia as vozes distantes no apartamento, Tom pensou que precisava falar com Ella o mais rápido possível, mas decididamente não naquele exato momento. Apagou o seu cigarro para o caso do Joel também ter esquecido que havia parado de fumar. Talvez fosse uma boa ideia para ele também. Se havia topado se tornar pai com sessenta anos na cara, era melhor que fizesse a sua parte para não morrer de infarto aos sessenta e dois, mesmo que isso envolvesse largar o cigarro e comer as comidas da Angie. Menos espinafre. Hum... Talvez o espinafre, se estivesse escondido dentro de um hambúrguer.

-Viu, pai? O marinheiro – Ella apontou Tom para o Joel. Ele estava de cueca e regata e o cabelo cheio de marcas de travesseiro, em completa oposição a Ella, que parecia uma escultura grega em sua camisola de seda azul. Era bem difícil de acreditar que ambos haviam saído da mesma família.

-E aí, Joel? Quer um chá? O café estragou.

Joel olhou em volta, confuso.

-Você mora aqui, marinheiro?

-Isso.

-Sozinho?

-É.

-Cacete, você é rico pra caralho. Me arruma um chá.

Ella fez mais que isso e colocou torradas e manteiga sobre a ilha, sabendo que seu pai não comia quase nada de manhã. Ela serviu uma xícara de chá e colocou na frente dele.

-Feliz Natal, pai.

-Já é Natal?

-Já?

-E cadê o Freddie e o Will?

-Estão em Durham. Nós estamos em Londres e somos muito mais felizes.

-Você vai me deixar em casa?

-Você não quer almoçar na Malu para o enterro dos ossos?

-Quero ir para casa.

Ella suspirou. Para ser franca, nem ela estava com muita vontade de ir até a Malu. Sua ideia de um Natal ideal era deitada no sofá com os pés para cima, assistindo a especiais na TV, até que tudo voltasse ao normal no dia vinte e oito, segunda-feira.

-Ok, a gente já te deixa em casa. Só termina de comer e se veste. Né, Tom?

Tom olhava Ella, linda em sua camisola azul, provavelmente grávida e sem fazer ideia, e ele, por sua vez, sem conseguir imaginar como ela reagiria. Havia prometido que seria da forma dela, mas cacete, que raio de forma era essa?

-Tom? – Ella insistiu. – A gente leva meu pai em casa assim que ele terminar o chá, certo?

-Certo – Ele concordou, sem saber muito bem com o quê.

O problema é que Joel estava louco para ir embora, e o horário em que o deixaram no condomínio ainda era cedo demais. Depois de alguns segundos sem saber como agir, Tom tomou o caminho do seu apartamento novamente.

-Aonde a gente está indo?

-Para casa.

-A sua? – Ela perguntou, perplexa.

-Sim.

-Você esqueceu alguma coisa? Porque se for pra fazer hora, Tom, vai me dar uma preguiça mortal ir em casa para sair novamente.

-Não é isso, a gente precisa conversar.

Ella ficou sem uma gota de saliva na boca.

-Você vai terminar comigo? Porque vou logo falando que é muito cruel terminar com alguém justo no dia de Natal.

-Claro que não – Ele riu.

-Claro que não é cruel?

-Claro que não vou terminar com você.

Eles passaram todo o caminho com Ella tentando extrair o assunto do Tom, mas ele manteve o mistério. Finalmente, quando chegaram e assim que entregou a chave para o manobrista, ele falou para ela subir na frente, que ele já ia.

-Você está de sacanagem – Ela disse, pasma. – Que tortura é essa, Tom?

-É sério. Vai que eu já vou.

Ella entrou no apartamento ainda sem saber o que estava acontecendo, e a única coisa que passava pela sua cabeça era que ganharia uma surpresa de Natal muito boa. Talvez um presente especial, uma viagem que ela não poderia usar porque estava ralando na agência, uma joia ou um perfume. Ou, o que seria melhor ainda, Tom estava comprando um outro perfume para si mesmo.

Ela estava rodando na poltrona da sala, pensando se ligava a televisão e se desfazia de uma vez de toda vontade de sair, quando Tom voltou com um saco de papel. Ok, que ela não fazia questão de presentes caros, mas esperava ao menos um embrulho melhorzinho.

-Então, Ella – Ele se sentou na outra poltrona e se virou para ficar de frente para ela, e ela olhou para ele, apreensiva: - Essas coisas que estão acontecendo, como alteração de olfato...

-Que alteração de olfato?

-Sua. O perfume ontem e o café hoje.

-Tom, o perfume era enjoativo demais. E o café estava estragado, você devia ter cheirado pra ver.

-Amor, eu uso o mesmo perfume há uns trinta anos.

-Mas... – Ela franziu a testa, confusa. – Não faz sentido. Se eu já tinha cheirado esse perfume antes, não faz sentido. Tom, me deu ânsia de vômito, é sério! Não falei para não te traumatizar.

-Não tô traumatizado – Ele sorriu com um canto da boca. – Porque faz sentido, sim. Você andou no antibiótico. Isso corta o efeito da pílula.

-Não – Ella permanecia em uma bruma de choque e estupefação. – Não faz sentido.

Tom tirou um teste de gravidez do saco de papel.

-Vamos ter certeza? Só para ver se não faz sentido mesmo? E, se for o meu perfume que é ruim assim, eu o jogo fora. Ou ando pelas gotinhas.

Ella pegou o teste das mãos dele como se fosse um robô e saiu andando até o banheiro, ainda repetindo que não fazia sentido.

-Quer que eu vá? – Tom perguntou.

-Não, não... faz sentido.

Ele esperou alguns minutos na poltrona, nervoso, parecendo que estava ali há horas, até que ouviu um grito de pavor vindo do lavabo.

-O que foi?! – Ele correu para lá.

Ella segurava o teste, as lágrimas escorrendo, a expressão mais distante de felicidade que ele já havia visto em uma mulher grávida na vida.

-Isso está errado! Eu não aceito! – Ela gritou. – Eu quero uma segunda opinião.

-Tá bom – Ele a abraçou. – Mas não é...

-É! É sim! É ruim, sim! Eu vou ser uma mãe horrível! Eu não estou nem preparada! Eu... Não era para ser assim – Ela parou de brigar e deixou que Tom a abraçasse, enquanto soluçava no seu ombro. – Eu não sei o que fazer, Tom.

-A gente descobre, ok?

-Compra outro teste – Ella enxugou os olhos com as costas das mãos. – Compra mais uns dez testes. Vou passar o dia mijando nessa porra até algum dar negativo.

-Dez? Sério? – Ele perguntou, assustado.

-Compra tudo o que tiver lá – E, como ele não parecesse estar levando a sério, ela insistiu. – Vai, Tom!

Ele desceu para obedecê-la e Ella abaixou a tampa do toalete e sentou sobre ele, tremendo. Quando havia conseguido dar ordem na sua vida. Quando estava conseguindo manter a cabeça acima d'água. Quando havia feito as pazes com o fato de que nunca seria mãe.

Não fazia sentido.

Por causa de uma porcaria de antibiótico? Por que não sossegava a periquita nem enquanto estava doente? As pessoas ficavam doentes, não faziam sexo, não ficavam grávidas.

Não fazia o menor sentido.

E o que era um bebê, afinal de contas? No momento, era um alienígena instalado na sua barriga, fazendo-a vomitar com o perfume que o Tom usava há trinta anos e jogar fora café perfeitamente bom.

Ao longo dos anos, ela havia pensado na maternidade de várias formas, mas nunca havia esperado por isso.

Mas não, um dos testes daria negativo.

Tom voltou com mais quatro testes de marcas diferentes.

Todos deram positivo.

-Eu... – Ela balbuciou, o rosto molhado, mas sem forças para chorar.

-O quê? – Ele perguntou, ansioso.

-Eu quero deitar.

-Ok...

-No quarto. Quero me deitar em um quarto escuro e pensar. No meu quarto escuro – Ela andou robótica para o sofá e pegou a bolsa.

-Ella, tem certeza de que quer ficar sozinha?

-Tenho. Eu preciso... Eu não sei o que eu preciso, mas começa comigo me deitando no meu quarto escuro.

-Tá, eu te levo.

Ella não disse uma única palavra até chegar em casa, apesar dos esforços do Tom. Quando ele parou em frente ao prédio dela, disse que ligaria mais tarde para saber como ela estava.

-Não, eu te ligo – O que foi uma péssima coisa de se dizer, pior ainda de se ouvir. Tom queria ter certeza de que nem tudo havia mudado entre eles, que ele podia entrar em contato. Mas Ella olhou para ele e falou: - Só me deixa absorver, tá?

-Claro – Ele falou, pois não havia mais nada que pudesse dizer.

-x-x-x-

Malu olhou a tela do celular:

-Tom e Ella não vêm. Já dá para começar a comer, então.

-Que estranho – Mia disse. – Até onde eu tinha falado com a Ella, ela disse que viria.

Assim que falou isso, Mia se arrependeu, porque sabia como eram aqueles eventos para quem não estava empenhado em dedicar sua vida à comida e/ou à música, de preferência a ambos. Ela mesma havia sentido bastante preguiça antes de vir, principalmente porque sair de casa com India Rose envolvia tanto trabalho, roupas e equipamentos.

-Deve ter acontecido alguma coisa – Malu dispensou o fato. – Vem comer, gente!

O que era mais estranho ainda. O Natal da Malu era imensamente importante e ninguém entendeu por que ela não quis pelo menos saber a razão da ausência de Tom e Ella. De repente, era mais um milagre natalino.

-Alguém acha o Luca? Aquele garoto sempre some – Malu falou, caminhando para a mesa.

-Vou ver se ele está lá em cima – Eddie se ofereceu.

Quando ele chegou ao segundo andar, foi direto ao quarto de Noah, e deu de cara com Luca e o neto, que estava usando um gorro de Papai Noel, sentados na frente do celular. Luca pediu licença para a pessoa com quem estava falando:

-O almoço – Eddie falou, na dúvida se perguntava ou não o que diabos ele estava fazendo.

-Beleza, já vou – E se voltou para a tela. – Então, o Noah quis desejar feliz Natal.

-Você está lindo, Noah – Roberta deu uma risada. Era um som muito raro. Aliás, pensando bem, Luca jamais o havia escutado.

-O Natal aí está sendo legal?

-Está. Normal. Nada de mais.

E, o que foi igualmente raro, ela demonstrou algum interesse pela vida do Luca:

-O seu também?

-Tem uma bruxa de dois metros na parede da escada, mas acho que isso é normal também.

-Uma bruxa?!

-Befana, a bruxa italiana, que entrega os presentes na noite de Natal. Coisas da minha mãe.

-Sua mãe é italiana?

-Não, só é doida.

Roberta pareceu na dúvida do que dizer a seguir e Luca estava com bastante fome. Ele ia encerrar a chamada quando ela falou:

-Eu comprei um presente de Natal para o Noah. Se você viesse aqui, eu poderia entregar.

Entre comer seriamente, emborcar pelo resto da tarde enquanto aproveitava o fato do seu filho ser engraçadinho e ter várias pessoas querendo tomar conta dele, fazer um som com os irmãos, tios e sobrinho, ele não tinha muita disposição para ir até a casa da Roberta pegar um presente, mas ela estava tão bem-humorada (ou pelo menos havia sorrido umas duas vezes) que ele não teve coragem de dizer que não, principalmente porque era Natal e, no fundo, ela só quisesse ver o filho em uma data importante.

-Por volta das quatro, pode ser?

-Pode. E aí... – Ela hesitou.

-E aí?

-Bom, eu ia entregar o presente no ano novo. Mas, se ele vier aqui, eu passar um tempo com ele e der meu presente, você pode fazer aquela viagem com ele. Mas traga-o aqui no final de semana seguinte, tá?

-Claro! Levo sim! – Luca falou, sem conseguir acreditar no que estava ouvindo. Estava tão absolutamente sem esperanças! – Quatro horas estou aí. E depois, no final de semana seguinte ao ano novo.

Ele desceu sorrindo de orelha a orelha.

-O que aconteceu? Isso tem a ver com a pessoa com quem você estava falando?

-Adivinha quem foi liberado para ir a Montevidéu!

-Eu disse, eu falei que uma bruxa no Natal era uma ótima escolha! – Malu falou. – Amoleceu o coração de todas as bruxas!

-Será que ainda consigo passagem?

-Certeza! – Disse o Eddie.

-O Eddie conhece uma agente de viagem que te enfia em um avião nem que seja com o piloto – Malu disse.

-Ele também não tem uma agente imobiliária que arruma uma casa nem que ela a construa pra você? – Jo perguntou e a sogra respondeu.

-Tem. Ele conhece todo mundo.

-Vocês querem apartamento ou casa? – Kate perguntou para Jo.

-De preferência casa, pode ficar bem afastada do centro. Somos muita gente.

-E você, George? – Renata perguntou para o filho mais velho de Victor. – Não vai se formar na escola com seus amigos?

-Putz, aborta o assunto – disse Victor.

-Vai ser divertido, cara. É muito bom morar em Londres – Disse Les Paul, o irmão mais novo da Baby.

-Mas é meu último ano. Meu último semestre! A gente não precisa mudar correndo, parece que tá fugindo da polícia.

-A oportunidade apareceu agora, George – Victor falou, com jeito de quem já havia explicado aquilo um milhão de vezes.

George deu de ombros, afundado na cadeira. Luca falou:

-Eu até que entendo. Quando eu morava na Suíça e meus pais resolveram voltar para Londres foi assim.

-É, mas você ficou lá – George resmungou.

-Mas acabei voltando, e foi maneiro.

-O George também está preocupado com a banda – Jo explicou.

-Ah, então não precisa! – Kate se intrometeu e virou-se para o marido: – Conta sobre a banda, Vince.

-Qual banda?

-A de Manchester.

-Ah, eu tinha uma banda em Manchester.

-Você também é de Manchester? – Allison falou, maravilhada.

-Sou.

-De onde? Ah, desculpa. Termina a história da banda.

-Então, eu tinha uma banda, aí me mudei para Londres, fiz outra banda aqui. É basicamente isso – Ele concluiu, sem graça.

-Não é nada – Kate retomou a palavra. – Porque foi a banda daqui que terminou fazendo sucesso. Vai ser a mesma coisa com você, George. Eu também me mudei com a sua idade. A Malu também. E montamos uma banda aqui e não fizemos sucesso nenhum, mas eu fiz mais tarde. A sua avó também, mas antes ela ficou drogada e prostituída.

-Quer um pedaço de bacalhau, Kate? – Malu falou. – Para ter o que mastigar e calar a boca?

-Credo, só queria ajudar. Que mau humor.

-E você vai ver, ano que vem vai ser um ano maravilhoso.

-Você diz isso todos os anos, vó – George respondeu.

-Claro, porque cada ano é melhor que o outro.

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