Quando A Vida Acontece - Vol 3

By MariMonteiro1

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Crescer nunca foi fácil, mesmo que já se seja adulto. Ella e Allison estão de volta, a primeira tentando resg... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40

Capítulo 26

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By MariMonteiro1

Baby chegou em casa com Millie pulando à sua frente. A menina estava com a mochilinha nas costas e um prato de plástico com vários pedaços pequenos de EVA colados nas mãos.

-É um mosaico! – Ela disse para Baby pela milésima vez.

-Eu vi! Incrível!

-Eu que fiz o mosaico!

-Você é um gênio, garota!

Baby abriu a porta da frente e Millie saiu correndo para o escritório, mostrando o mosaico e que ela é que havia feito.

-Demais, Millie! Toca aqui!

E, pelo barulho, provavelmente Millie havia batido a mão na de Zach. Baby deixou a bolsa sobre o sofá e as botas de salto ao lado da porta, morta de cansaço. Não acreditava que ainda tinha de se arrumar para ir ao aniversário da Kate que, mesmo que não desgostasse dela, já a havia achado chata, mimada e chorona e nem ao menos tinha continuado usando suas criações.

Ela se arrastou para o escritório, onde Millie estava no chão, se livrando do conteúdo da mochila.

-Conseguiu terminar o capítulo? – Ela se sentou sobre as pernas de Zach.

-Não, mas pelo menos agora eu tenho alguma noção do que eu tô fazendo.

-Vou ver – Ela olhou para a tela. Havia dois parágrafos enormes. – Ei, não tem diálogo!

-Nem tudo tem diálogo.

-Você é inteligente demais. Você sabe descrever coisas.

-Você não?

-Eu posso descrever coisas que gostaria de fazer agora com você.

-Na frente da sua filha?

Baby fez uma careta.

-Meu Deus, se ela não estivesse tão obcecada com aquele mosaico, eu teria lhe dado uns trezentos traumas diferentes.

Zach riu, mas não teve tempo de responder, pois naquele momento Baby olhou para o relógio e disse:

-Hora de falar com o papai Victor, Millie.

-Papai Victor! – Millie se levantou, o que foi impressionante. Normalmente, àquela altura do campeonato, ela já teria perdido bastante o interesse por ele até a visita seguinte.

-Vamos lá, então – Baby falou, divertida com a empolgação da filha. – Vou abrir meu computador.

Zach deu licença a elas e Baby organizou a chamada, agradecida porque isso lhe daria tempo de relaxar um pouco antes da maratona banho da Millie/esperar babá/próprio banho/se arrumar/sair para uma festa à qual não estava com a menor vontade de comparecer. Enquanto ia até a sala guardar a bolsa e as botas, ouviu Millie dizer com empolgação "Oi, papai Victor! Olha o mosaico que eu fiz!"

-Então, quer sair amanhã? O Liam está chamando a gente para conhecer o apartamento novo dele e tomar umas cervejas – Zach perguntou, guardando o celular.

Baby soltou um gemido de sofrimento.

-Cara, eu ainda não me convenci que vou ter que sair hoje, amanhã parece longe e doloroso. Posso te dar uma resposta amanhã?

-É bem em cima da hora.

-O convite também foi.

-Se você não quiser, eu vou sozinho, tudo bem?

Baby olhou para ele com uma sobrancelha erguida, se perguntando se era uma forma de pressioná-la a ir. Concluiu que não. Ela era uma chantagista filha da puta, não ele.

-Ok.

Ela carregou suas coisas para o quarto, caiu de cara na cama e então ouviu:

-Mamããããe!

-Puta merda – Resmungou, antes de se sentar. – O que foi?

-O papai Victor!

-Meu Deus – Ela rolou para fora da cama. – E pensar que fui anos apaixonada por esse safado que me obriga a levantar.

Millie saiu correndo assim que ela entrou no escritório. Baby ainda teve tempo de gritar para que Zach por favor a colocasse no banho e se sentou na cadeira.

-E aí?

-Tudo bom, Baby? – Ele, mais educado, perguntou.

-Ah, tudo bem. Você também?

-Também. Vem cá, você se importa se eu levar a Millie para Montevidéu depois do Natal?

Baby achou aquilo tão inesperado que demorou a responder.

-Quem vai cuidar dela? Tipo, eu confio em você e tal, sei que você tem a maior experiência, mas até por causa disso, é criança pra cacete para olhar. A madrinha vai?

-Não, Montevidéu no verão é quente demais para ela. Vamos eu, Jo, George e Kaori, exatamente um adulto, se você tiver boa vontade e contar o George como tal, para cada criança.

-Quem é Kaori, meu Deus?!

-Minha sócia.

-Sabia nem que você tinha sócia.

-Ela é sensacional com crianças. Já deixei os meus com ela várias vezes.

-T... – Baby ia dizer, e então foi assombrada pelo Fantasma do Natal Passado e falou: - Vou consultar o Zach e te respondo ainda hoje. Ou melhor, amanhã, que hoje tem o saco da festa da Kate para ir.

Millie estava na banheira e havia feito uma escultura de espuma na cabeça que a deixava parecendo um cupcake. Zach a olhava, absorto em outra coisa. Baby chegou por trás, o abraçou e beijou o seu ombro.

-Lembra as tais coisas que eu ia descrever que podia fazer com você? – Ela perguntou.

-Aham – Ele deu um sorriso torto.

-Posso fazer durante uma semana inteirinha depois do Natal, no meio da sala. O que você acha?

-Você tem alguma informação que eu não tenho? – Zach se virou para ela.

-A gente só precisa mandar a Millie com o Victor para Montevidéu.

Zach olhou para Millie dançando dentro da banheira, aquela escultura de espuma na cabeça, e pensou que ela era pequena pra caramba, mas que ele não podia deixar de apreciar o fato de ter sido consultado da mesma forma que não podia se opor a que ela viajasse com seu pai.

-x-x-x-

-Meus filhos! Roubaram meus filhos!

A mulher que gritava parecia muito idosa, embora os cabelos brancos inteiramente desgrenhados e a camisola longa de algodão não ajudassem. Ela era praticamente um clichê de senhora doida dos filmes. Havia dois funcionários com ela garantindo que haviam entrado em contato com a filha dela e ela estava bem, só não podia ir até lá assegurar-lhe disso porque estava fora da cidade, mas a mulher continuava berrando que os filhos, no plural, tinham desaparecido.

-Quem é? – Ella, sentada no bar, perguntou.

Joel deu um grunhido.

-A Nancy, ela é maluca. Tem umas pessoas malucas aqui.

-Quem são esses filhos, se ela só tem uma filha, que está bem?

-Sei lá, Ella, vai querer entender a cabeça de gente doida?

Ella ficou olhando enquanto um terceiro funcionário chegava com um calmante para a Nancy e, junto com os outros dois, tentava conduzi-la para o elevador, provavelmente para que ela voltasse para o quarto. Interrompendo, Joel perguntou:

-Aonde você vai, bonitona assim?

Ella sorriu. Seu vestido estava escondido pelo sobretudo, mas ela estava maquiada, de meia calça e usando sapatos Fendi.

-Vou a uma festa de aniversário.

-E precisa ir arrumada desse jeito, como se fosse para um casamento? – Ele deu um sorriso.

-Sim! É uma chance de eu fechar um contrato para a agência.

-Que agência?

Ella contou mentalmente. Devia ser a centésima trigésima nona vez que tinha essa conversa com seu pai.

-A agência de modelos que eu abri com uma amiga.

-Aquela amiga que é um graveto como você?

-Essa mesma – Ella também havia desistido de ensinar seu pai a não fazer julgamento sobre o corpo dos outros.

A boate estava decorada como um antigo cabaré, todo em tons de vermelho, vinho e preto. Kate, que se autointitulou a maior puta de todas, vestia um corpete tomara que caia de couro preto, uma saia com várias camadas de tule da mesma cor, luvas longas pretas e botas de cano alto. Não havia exatamente acertado em "prostituta", mas a dramaticidade estava impecável. Allison entrou com Loly e Jake, honrada por ter sido convidada, mas sem saber exatamente como isso tinha acontecido.

-Por que minha mãe não te chamaria, Allie? – Jake perguntou.

-Porque ela nunca trocou duas palavras comigo. Ai, eu estou tão inadequada. Loly, você errou no meu look pela primeira vez. Estou totalmente inapropriada. Kate é a puta mãe e eu sou a puta pobre, daquelas que rodam bolsinha na rua e depois dão por cinquenta centavos em hotel barato.

-Você está linda, Allie – Loly riu. – Relaxa. É como os almoços de domingo, só que com pessoas um pouco mais bem-vestidas em um lugar mais escuro.

Não era nada como os almoços de domingo. As luzes eram enlouquecedoras, o lugar estava lotado de celebridades e gente rica em geral, a aniversariante subia em um palco para fazer um pequeno show, como se já não houvesse atraído atenção suficiente. Em homenagem ao fato de ter sido convidada, Allison tentou prestar atenção, encorajada por todos ao redor estarem aplaudindo como se fosse o show mais fabuloso do mundo. Putz, que música estranha. Allison resolveu aproveitar que estavam todos distraídos e ir ao banheiro tirar os sapatos de salto um pouco. Só mesmo a Loly para convencê-la não só a comprar, como também a usar aquilo.

Deu dois passos e quase trombou com Dylan. E Daisy. De salto e parecendo muito confortável, a desgraçada.

-Oi, Allie – Ele parecia um pouco sem graça. Havia dito a ela que ela não precisava conviver com Daisy, mas de certas situações não havia como fugir.

-Hum... Oi – Ela respondeu, imaginando exatamente como podia escapar dali.

-Oi, Allie – Daisy falou, simpática. – Que festa enorme, não é?

-Não é? – Allison falou. Tão enorme e com tanta gente que os três tinham de ter terminado no mesmo metro quadrado. – Dá licença, vou ao banheiro.

-Não vai ver o show da madrinha? – Dylan perguntou.

-Ai, me desculpe, mas em um grupo em que ninguém é muito normal, sua madrinha está no top três pessoas bizarras.

Dylan riu, sem se ofender.

-É verdade. Vai lá. Depois eu te conto o que você perder.

Allison olhou para o palco.

-Por quê? Vai acontecer alguma coisa?

-Teve um aniversário que ela fez pole dance. Mas agora está com quase sessenta, duvido que faça isso de novo.

-Sessenta?! Como ela é inteira – Daisy falou.

-Ela é – Allison concordou, e depois se tocou que estava conversando amigavelmente com Daisy em uma roda. Antes que Dylan percebesse e visse isso como sinal de algo que não deveria, ela repetiu: - Banheiro. Fui.

Allison passou por uma Baby totalmente chocada ao ver, puxando o saco da Kate e assobiando enquanto a aniversariante cantava, Grace.

-O que. Ela. Está. Fazendo. Aqui?

-Não sei, loira, mas vou descobrir – Tommy disse.

-E dar um jeito da Kate nos apresentar à Lauren – Ella falou.

-Também. Preciso de uma lista de tarefas.

Logo que o show acabou e assim que Tommy conseguiu se aproximar de Kate, ele foi cumprir o combinado. Kate tinha um carinho especial por Tommy porque ele foi a primeira criança que não saiu correndo de medo dela, logo o recebeu com um sorriso no rosto. Por saber com quem estava lidando, ele primeiro elogiou o show, a boate, a própria Kate, disse que ela estava linda, blábláblá e depois comentou, como quem não queria nada, que achava engraçado a Grace estar lá.

-Quem?

-A Grace, cunhada da Baby. Que ela não suporta, aliás.

-Sei nem quem é Grace. Como ela entrou aqui?

-Não sei – Tommy falou, confuso.

-Essa Grace ia aos almoços? Ai, meu Deus, eu mato a Chloe! – Ela gritou, se referindo à sua escrava pessoal (que por um acaso também estava na festa) – Ela deve ter chamado todo mundo da pasta Vuco-vuco.

-O que é a pasta Vuco-vuco? – Tommy perguntou, divertido.

-A gente, o vuco-vuco. As pessoas que importam. Como se a Grace, que eu nunca vi na vida, importasse. Aliás, como essa Grace entrou na pasta Vuco-vuco?! Vou atrás da Chloe!

-Não, calma – Tommy segurou o braço dela. – Eu tinha um favor para te pedir, tia Kate.

-Claro, o que é? Posso matar a Chloe em outro momento.

-A Mia e a Ella abriram uma agência de modelos, certo? Será que você as apresentaria à Lauren Santorini? Elas não vão encher o saco falando de trabalho. Vão só conhecê-la e tentar marcar na Maison.

-Claro, onde elas estão?

-Valeu, tia Kate.

-Sem problema, eu sou um amor.

Mia e Ella, que observavam tudo de longe, tentaram não comemorar ao ver Kate e Tommy se aproximarem delas. Também por saberem com quem estavam lidando, elogiaram a roupa da Kate, a festa da Kate, a Kate de uma maneira geral, e então, quando o ego já astronômico da anfitriã estava inflado o suficiente, esta perguntou:

-Vocês querem conhecer a Lauren? Venham comigo.

Lauren estava sentada a uma mesa, conversando com um cantor bastante popular e, em contrapartida, uma poetisa obscura.

-Lauren, queria te apresentar minhas amigas – Kate falou.

Lauren, que devia medir um metro e meio e tinha o cabelo castanho bem curtinho, olhou as duas e respondeu, com um sotaque carregado:

-Eu sei quem são. Como vai, Mia? Ella?

-Bem, obrigada, e você? – Mia perguntou.

-Muito bem.

Ella, que não tinha muito traquejo, ia passar seu cartão de uma vez para Lauren. Mia, que era mais simpática, começou um assunto leve qualquer até que foram convidadas a sentar à mesa com ela. Antes que a conversa se estendesse demais e Lauren resolvesse passar para outro grupo, Mia contou sobre a agência.

-Vocês podem ligar amanhã para a Maison e marcar um horário. A gente conversa.

-Nossa, que antipática – Ella disse, enquanto elas voltavam para a mesa delas.

-Não importa – Mia sorriu. – Conseguimos!

-Sim, nós conseguimos! – Ella sorriu também. – Lauren vai ficar tão maravilhada com nosso trabalho! Podemos até arrumar uma modelo tão baixinha quanto ela.

-É! Vai tudo ficar muito bem, Ella.

Voltaram para a mesa no momento que Baby, inconformada com a pasta Vuco-vuco, resolvia perguntar diretamente para a Grace se ela havia sido convidada e por quem. Zach, de quem ela havia se separado algum tempo antes, conversava com a irmã e um homem moreno e muito alto que lhe foi apresentado como Alcides.

-Alcides? – Baby tentou pronunciar.

-Al-ci-des – Alcides rolou as sílabas pela língua. Ele era bastante moreno, sexy de uma forma um pouco assexual, se é que tal conceito existia.

-Ele é curador de uma galeria. Vai expor minha arte, não é, Alcides?

-A Grace tem muito talento – Ele disse, com um forte sotaque.

-Ah, que bom, a tal mostra? – Baby falou. – Super a favor. Vocês têm de expor o talento da Grace e deixá-la rica.

-Minha arte não é sobre isso – Grace falou, ofendida.

-Mas ajuda, não ajuda? E vem cá, a Kate te convidou?

-Baby... – Zach falou, até ele um pouco desconfortável com o excesso de sinceridade dela.

-O Alcides me convidou. Ele é superamigo da Kate, não é, Alcides?

Alcides apenas sorriu. Ele possuía o mesmo sorriso para tudo. Para cumprimentar, para elogiar, para responder, para ver Grace ser provocada (e não defender). Como se ele ainda estivesse diante dos clientes da sua galeria.

-De onde você é, Alcides? – Zach perguntou, tentando deixar o assunto mais leve.

Alcides sorriu (claro).

-Sou de Lisboa. Estou há apenas três anos em Londres.

-Você é o tal amigo que trouxe a Grace para Londres? – Baby quis saber, e completou em pensamento: "E a fez desabar nas nossas vidas?"

-Aquela era outra Grace – Esta respondeu. – Tudo em mim agora é novo. Arte nova, amigos novos, expectativas novas. Não é, Alcides?

-Claro que é.

Foi naquele momento que Baby se sentiu profundamente entediada. Se artistas eram pessoas tão chatas, ela estava feliz por seus dons não terem ido além do seu ateliê. Decidiu, não pela primeira vez, que não precisava de Grace no seu apartamento fazendo pec-pec-pec na sua orelha para não a suportar.

-Vou rodar. Foi um prazer, Alcides – Ela disse, falsamente.

Mais uma vez, ele sorriu.

-Puta gente chata – Baby reclamou quando reencontrou o Tommy. – Sério, como que os mesmos pais que pariram o Zach pariram a Grace?

-Bem-vinda ao meu mau humor – Tommy reclamou.

-Você também odeia a Grace?

-Nem tudo é sobre você, loira.

-Porra, então do que você está falando?

-Louis vai ter de passar mais um dia na Alemanha.

-E descobriu isso às onze da noite? – Baby consultou o relógio de pulso.

-Lá são dez horas.

Baby deu de ombros, como quem diz: "Grandes merdas". Tommy arregalou os olhos:

-Cacete, você acha que ele saiu, encontrou um boy alemão, resolveu me meter uns chifres por mais um dia e mandou essa mensagem?

-Acho nada, só acho que a gente está muito sóbrio – Ela respondeu.

-Então vamos dar um jeito nisso.

Um enorme bolo inteiramente preto, com velas vermelhas que pareciam ter saído de um filme de terror, foi levado até o centro da pista de dança, onde Kate se sentou em um trono enquanto todos cantavam parabéns.

-Se eu ficasse responsável por esse buffet, seria bem menos óbvia – Allison disse. E se virou para Jake, que estava do outro lado da Loly. – Príncipe, quantos anos sua mãe está fazendo?

-Acho que cinquenta e oito.

-Cara, imagina a festa quando ela fizer sessenta? Não consigo pensar em nada maior que isso.

-Ela disse que não vai fazer nada. Vai se esconder em uma caverna.

-Por quê? – Loly perguntou. – Se chegar aos sessenta como a tia Kate, vou querer mais é que todo mundo saiba.

-Ela tem certeza de que vai acordar em decomposição.

-Não disse? Vocês são uma família bizarra.

Garçons começaram a passar com pedaços de bolo para os convidados, e Allison ficou frustradíssima ao constatar que a cor negra não era chocolate. Sentada, comendo, ela viu uma sombra se aproximar. Rezou para todos os santos que conhecia para que não fosse Daisy, mas parecia que estava tendo uma premonição de que era ela.

-Cansei – Daisy desabou na cadeira ao seu lado. – Dancei muito! Você não é de dançar, Allie?

-Não sei dançar esse tipo de música – Ela falou, a boca cheia de bolo.

-Sabe, a minha colega de apartamento está se mudando.

-Já? – Allison perguntou, querendo completar com: "Ela já começou a correr de você?"

-Já. Você não tem interesse em voltar para lá, tem?

-Não – Ela respondeu, colocando bolo na boca como uma maníaca.

-Que pena. A gente se conhece, sabe as manias uma da outra – Daisy falou. – Minha outra opção seria se o Dylan fosse para lá.

Allison parou, o garfo congelado a meio caminho entre o prato e a boca.

-Eu não sei se é muito cedo, mas prefiro que ele vá do que uma pessoa desconhecida.

-Pensando bem – Allison disse – Talvez ficasse mais perto da faculdade se eu voltasse para o apartamento.

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