Mareena Carter~
— Isto é o que eu chamo de guardiã, hein! — Um homem barbudo diz me olhando.
Agora era a hora do jantar, e já que o príncipe havia se cansado da caça, o mesmo resolveu retornar para o castelo um pouco mais cedo do que o previsto.
Assim que chegamos o jantar foi servido. Na mesa, havia homens estranhos que me olhavam com malícia. Eu juro que se algum deles tentarem me tocar, eu corto a mão.
— Pare com isso, Ótis. — O príncipe ordenou, bebendo seu vinho.
Minha barriga estava roncando vendo aquele banquete suculento bem na minha frente, mas eu não podia comer na mesa aonde a família Real comia.
— Ei, psiu! — Um deles chama a minha atenção. — Amoleça o coração desce ranzinza, bela dama. — O homem ri colocando a mão na cabeça do príncipe, bagunçando o cabelo do mesmo fazendo com que ele respirasse fundo, me seguro para não rir.
— Vocês são todos idiotas! — O príncipe corta um pedaço do frango que estava no seu prato.
Como eu queria ser aquele frango... Espera, o quê?quero dizer...como eu queria comer aquele frango.
— Olha, vocês até que combinam, mas prefiro ela comigo. — Um homem me lança um beijo e reviro os olhos. Patético.
— Parem com isso! Tenham um pouco de respeito! — O príncipe disse olhando para eles que riram bebendo suas cervejas. Tomara que engasguem e sufoquem.
— Alteza. — O chamo e o mesmo me olha, na verdade todos me olham. — Eu posso me retirar? Está na hora da minha janta. — Eu realmente não estava aguentando mais, a última vez em que comi algo foi pela manhã.
— Sente-se conosco! — O homem barbudo diz e me matenho em silêncio.
— Ela não se senta conosco, jamais! — O príncipe o repreende.
— Daqui algumas semanas ela estará na sua cama, darei doze pratas que isso vai acontecer. — Outro homem diz.
— Calem a boca! — O príncipe se altera, em seguida, me olha e respira fundo. — pode ir Mareena.
— Obrigada, vossa alteza! — Agradeci, e fiz uma reverência curta e me retiro daquele local cheio de homens que sabem como deixar uma mulher desconfortável.
Dia seguinte...
Acordo e ouço passarinhos cantando, isso de alguma forma me deixava feliz.
Foto do quarto:

Troco de roupa, pego a bainha da minha espada e coloco na cintura,calço a minha bota e coloco uma faca dentro dela como de custum, e outras na minha cintura.

Faço uma trança de lado com meus cabelos castanhos escuros e saio do meu quarto que ficava no segundo andar. O quarto do príncipe ficava no quinto andar e eu era proibida de subir lá, o motivo?não faço idéia.
E quando Joseph me disse que eu era proibida de estar no mesmo andar que o príncipe, eu pensei:
"E se algum guarda se rebelar contra ele bem ali aonde só fica o príncipe e os guardas? "
Eu já percebi que tem bastante guardas e funcionários que não se agradam com o jeito severo do príncipe, percebi isso no dia em que fui nomeada como sua guardiã e aquele guarda zombou de mim. Os olhares de pena, as risadas e os cochichos; tudo isso e muito mais é o motivo pelo qual não duvido que qualquer um deles tente fazer algo com o príncipe sem a minha presença.
Não deixarei que nada aconteça com ele, isso é o que jurei para mim mesma e para o Rei.
Eu também queria saber do porque o príncipe odiava tanto o Rei. Odiar o próprio pai?ele deve ter os seus motivos, não posso julga-lo sem saber quais são.
— Mareena? — Ouço alguém me chamar e me viro vendo Glória.
— Oi, me desculpe eu estava perdida nos meus pensamentos. — Dou um sorriso sem graça.
— Percebi.— Sorriu — Bom, só vim te dizer que o príncipe está no jardim esperando por você. —
Esperando por mim? Conta outra! aquele príncipe me odeia.
— Mas eu nem tomei café ainda...— Resmungo balançando meus pés.
— Você vai tomar seu café com ele. — Olho para ela.
— O príncipe quer tomar café comigo? — Pergunto, e ela acenou em concordância. — Se você diz... —
Saio do meu quarto descendo as escadas com calma. Comprimento alguns guardas com um aceno enquanto sigo pelo corredor extenso do castelo, que me levaria para fora. Assim que saio de dentro do castelo, o Sol ilumina meu rosto me fazendo respirar profundamente. Fique calma, é só mais uma sessão de humilhação.
Olho para os lados e vejo o príncipe e o Rei sentados em uma mesa farta ao lado da fonte. Vou até eles, e faço um reverência aos dois assim que os alcanço.
— Me chamou? — Perguntei para o príncipe que me encarava confuso.
— Não, eu não te chamei.— Ele mexia com seus dedos enquanto seu braço estava apoiado na cadeira.
— Mas Glória disse que me chamou... — Paro de falar quando vejo uma garota caminhando até nós.
Ela vestia um vestido vinho bem delicado. Ela me olha e sorri.
— Foi eu quem te chamei, é um prazer conhecê-la finalmente! sou Miranda. — Diz com um sorriso simpático.
— Rainha Miranda? Da Dinamarca? — Pergunto, e ela confirma. — É um prazer conhecê-la, majestade. — Faço uma reverência.
— Ninguém tem prazer em me conhecer, não precisa mentir. — Fala se sentando e a olho confusa.
— Fato! — Principe diz provocando.
— Hal, não começa. — O Rei o repreendeu o príncipe.
Hal?
— Cala a boca seu idiota, eu sou a favorita do papai! — Ela joga uma uva no príncipe que desvia.
— Então por que ele me colocou no trono e não você? — Ele aproxima seu rosto.
— Porque eu governo a Dinamarca, seu bastardo! — Ela parecia furiosa.
— Eu mereço... — O Rei susurra e eu me seguro para não rir da briga deles. — Me desculpe por isso Mareena. —
— Está tudo bem,eles me lembra minha irmã e eu. — Dou um sorriso de lado ao me lembrar de Filipa.
— Você tem irmã? — Miranda perguntou.
— Sim,duas. — Ela me olha surpresa.
— Sente-se conosco. — O Rei pediu, porém, eu neguei.
— Muito obrigado Majestade, mas eu não posso! — Ele sorri.
— Claro que pode, sente-se! — Penso um pouco mas acabo me rendendo e me sento.
— Como suas irmãs são? — Miranda pergunta parecendo interessada. — Elas tem quantos anos? —
— Bom, a Filipa tem onze anos e Milenne tem 9 meses. — Respondo.
— Eu queria ter tido uma irmã, e não esse bastardo como irmão. — Ela olha para o seu irmão que estava sério.
— Não é muito bom quando você tem irmãs e é a mais velha. — Solto e os três me olham.
— Por que não? — Miranda pergunta.
-Porque, você tem que cuidar delas e...tem que ensinar como as coisas funcionam no mundo real e você sente que tem uma certa responsabilidade quando se trata delas. — Ela me olha animada.
— E a sua mãe, como ela é?
— Miranda! — O Rei a repreende, e a mesma o olha sem entender.
— Me desculpe, eu não...eu não sabia.— Miranda parecia arrependida com suas perguntas.
— Tudo bem, você não sabia. — dou um sorriso.
— Me desculpe por ela Mareena, Miranda é muito intrometida. — O Rei falou.
— Vocês acham que tudo o que pergunto é de propósito? Eu só quero conhecer as pessoas. — Miranda se defende.
— Minha mãe era forte e corajosa, — Ela levanta sua cabeça e me encara.— era destemida e não temia o pior, sempre passava por cima. Ela era muito bonita, tinha cabelos castanhos escuros e olhos pretos como a noite. — Eles ficaram quietos escutando o que eu falava.
— Não precisa continuar se não quiser. — Miranda diz mas eu neguei.
— Tudo bem, gosto de falar da minha mãe. — Suspiro. — Minha mãe sempre me dizia para não deixar ninguém passar por cima de mim, fez eu querer ser a melhor. — Ela me encarava com atenção. — E uma coisa que minha mãe sempre me dizia, era que a minha dor me tornava mais forte, isso é algo que nunca esquecerei. — Dou um sorriso e ela retribui.
— Sua mãe era uma mulher sábia. Sou grato por ter tido a oportunidade de lutar com ela ao meu lado. — Me viro para o Rei.
— Ela era uma guardiã, não iria deixar o senhor morrer. — Digo enquanto o príncipe me olhava atenciosamente, e confesso que aquele olhar me deixava intrigada.
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Não se esqueçam de dar uma estrelinha<3
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