City Lights

By autorabrunamonteiro

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Para conquistar seus sonhos, Darrell e Rose precisaram um do outro. O problema é que nem sempre os opostos se... More

BOOK TRAILER
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
capítulo 3
Capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18 (Parte 1)
Capítulo 18 (Parte 2)
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29 (Parte 1)
Capítulo 29 (Parte 2)
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36 (Parte 1)
Capítulo 36 (Parte 2)
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Epílogo
AGRADECIMENTOS
Aviso importante!!

Capítulo 45

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By autorabrunamonteiro

Rose Clark

"Quando brigamos, nós brigamos como leões
Mas então, nós amamos e sentimos a verdade
Nós perdemos nossas mentes em uma cidade de rosas
Nós não vamos tolerar nenhuma regra
Eu não digo uma palavra
Mas ainda assim, você tira o meu fôlego e rouba as coisas que eu sei"

Fire on Fire - Sam Smith
_____________________________

Acordei com plena consciência do que fiz ontem. Meu corpo está aninhado ao de Darrell, mas não aproveito a sensação, mesmo sentindo tanta falta disso que meu peito chega a doer. Me levanto de pressa, sem fazer qualquer barulho. Não sei qual será a reação dele perante a tudo isso, mas sei exatamente a minha. Ontem, me permiti segurá-lo por uma noite. Deixei com que me tivesse de novo, porque estava com vontade. Não estamos mais juntos, porém coloco toda minha confiança nele.

Um tempo atrás não me permitiria isso. Me sentiria mal na manhã seguinte e entraria em colapso. Hoje, acordei sem o peso na consciência. Sei que a noite de ontem terá consequências. Darrell se tornou uma incógnita para mim. Pensei que o conhecia muito bem e conseguia ler todos as suas ações, mas descobri da pior forma que estava completamente errada.

Vou lidar com a situação com toda a energia que me resta e imponho apenas uma regra para mim mesma: sem implorar. Não vou mais implorar para que Darrell me escute. Ontem, tive a resposta sobre o que ele sente por mim. Vi em seus olhos o amor que tanto diz ter. Mas sabendo como são as coisas, sei que isso não será o suficiente.

Tomo um banho quente, limpando meu corpo. Não quero esquecer da sensação de tê-lo dentro de mim, pele com pele. Nem como somos incríveis juntos. Vou guardar a noite de ontem comigo, independente de como isso possa terminar. Fico mais de meia hora no banheiro, protelando para não encontrá-lo no quarto. Provavelmente já acordou e isso significa que precisaremos conversar.

Por fim, decido me enrolar na toalha e me direcionar ao quarto. A mala que estava fazendo ontem está jogada ao chão, bem ao lado da cama. As roupas estão espalhadas por todo o canto. Meu voo é daqui a algumas horas e preciso me preparar. Como o esperado, Darrell está sentado na ponta da cama, de costas para mim. Sua cabeça está posicionada entre as mãos e os dedos estão imperativos de um canto ao outro. Está nervoso.

Caminho até o pequeno closet e pego uma muda de roupas. Visto um moletom qualquer, ainda sem encará-lo. Posso estar certo do que decido fazer, mas estou morrendo de medo do que ele decidiu. Vestida, penduro a toalha na porta do closet e me viro. Ando até a mala de viagem e a coloco em cima da cama, junto com algumas roupas.

— Bom dia. - Digo, observando finalmente. Ele ergue a cabeça para mim e fito seus olhos. Não consigo decifrar o que vejo neles. Logicamente, depois de uma noite como ontem, eu estaria em cima dele agora o beijando e sorrindo. Não acho que seja isso o que ele quer, por isso me mantenho parada.

— Bom dia, Rose. - Sua voz é contida. Ele se levanta e parece tão confuso quanto eu. Não sabemos o que fazer.

— Já pode começar a pensar com a ignorância. - Deixo escapar, um pouco rancorosa. Me repreendo mentalmente, mas não deixo isso transparecer. Vejo que minhas palavras o atingem extremamente como deveriam.

— Não precisa começar assim. - Ele comenta, andando até mim. Não recuo, mantendo meus pés fixos no chão de carpete. Tenho noção de o que ele disser a seguir, me atingirá da pior maneira possível e me preparo para não fraquejar. - Me desculpa por aparecer aqui ontem. Não deveria ter vindo...

— Não começa com isso. - Retruco, sem papas na língua. Cruzo os braços e o sentimento que me controla é desgostoso. - Sei o que você vai dizer. Antes que possa falar que eu não pensei direito quando pedi para que ficasse, afirmo que tinha muito noção do que estava fazendo. Como você sabia exatamente o que estava fazendo quando bateu em minha porta.

— Deveria ter dado o espaço que você me pediu, só isso. Não posso terminar com você e aparecer em sua porta uma semana depois. - Ele afirma, cheio de culpa. O meu lado bobo quer dizer que não tem culpa de nada e que podemos resolver isso, mas o calo pois não vou ceder dessa vez.

— Nisso eu concordo. - Dou de ombros e dou mais um passo, deixando nossos corpos tão próximos que sinto sua respiração quente em minha bochecha. - Estou disposta a fazer muitas coisas, mas não vou entrar em um jogo de bem me quer mal me quer. Você tem que tomar uma decisão, Darrell.

Pressioná-lo pode ser uma péssima ideia, mas é tudo o que posso fazer. Quero saber o que passa por sua cabeça, talvez assim pudesse calar seus medos e mostrar que está tudo bem se permitir viver às vezes. Darrell me ensinou a viver mais leve e acabou com o peso todo nas costas.

— É complicado demais, Rose. - Ele suspira pesadamente, passando as mãos pelo cabelo. Solto uma risada sem humor e fecho os olhos, descrente.

— Eu sei que é complicado, mas não sou eu quem está complicando. - Afirmo, me virando de costas e passando as mãos pelo rosto. O peso dos últimos dias me pega de surpresa. Passei uma semana sofrendo horrores para que ele, magicamente, aparecesse em minha porta e se sentindo confuso. - Você tomou aquela decisão sozinho, sem sequer me perguntar o que eu achava. Ontem, foi só mais uma prova do que você ainda sente por mim, mas se quer continuar nessa conversa de que é 'complicado' tudo bem. Continue sozinho, pois eu já estou cansada disso tudo.

Respiro fundo, minhas falas foram tão rápidas que me tiraram o fôlego. Meu pulmão chega a queimar de tanta raiva que sinto. Não vou colocar a culpa por ter dormido com ele ontem, no vinho. Assumo muito bem o que fiz e não preciso que ele me peça desculpa, se acha que se aproveitou do meu estado. Eu deixei minha autopreservação de lado só para ter mais uma única noite ao lado do garoto que amo.

— Tudo o que eu tentei fazer foi te proteger e nem precisa me dizer o quão patética essa frase é, porque eu sei. - Ele afirma, exasperado. - Sei que cometi o maior erro da minha vida ao terminar com você. Te fiz mal para hoje estar aqui. Tenho noção disso. - Torno a olhá-lo, querendo ver como está reagindo a isso. Os olhos marejados mais uma vez, só que agora permito que só ele chore. - E é esse o problema. Comigo é sempre confuso e complicado. Eu te machuquei e agora estou quase pedindo para que esqueça tudo, não podendo garantir se farei de novo ou não.

Me condeno por dentro, pois sei que o aceitaria sem pensar duas vezes. É isso o que eu ando segurando dentro de mim. Sinto que só eu em esforço por nós dois e que ele está sendo um completo menino inconsequente e fugindo dos próprios sentimentos. Se ele ao menos enxergasse a verdade seria tão mais fácil.

— Me sinto muito cansada em relação a essa história toda. - Confesso ao me sentar na cama. - Você tem medo de me magoar, mas para não fazer isso acabou me magoando. Entende? Não faz sentido. Uma vez na vida você vai precisar assumir a porcaria dos seus sentimentos. - Não penso antes de falar, só deixo meus sentimentos saírem naturalmente. - Seu passado nunca foi um problema para mim. Você nunca foi um problema, mas tentou enfiar essa sua verdade na minha cara.

"Eu me esforcei ao máximo para te ajudar e nos ajudar. Você pode ter as melhores intenções ao terminar comigo, mas isso não anula o fato de que me machucou. Me senti carregando todo o peso sozinha, porque para você era mais fácil fugir. É isso o que você faz quando as coisas complicam e eu estava disposta a te ajudar. Estava disposta para segurar a barra com você. Porém, você soltou a minha mão, não foi?"

"Estou cansada de carregar isso tudo e ser a única que mostra o que realmente sente. Nunca agi assim por ninguém e não tenho problema em falar que agi assim por você. Só tenho problema em admitir que fiz tudo isso em vão."

Quando termino de falar, estou de pé e muito perto dele mais uma vez. Não tenho lágrimas nos olhos, pois já se secaram. Já ele está com o rosto molhado e com uma dor evidente. Nunca o vi tão frágil, porém não me arrependo de ter dito o que disse. Todo mundo que já leu um romance na vida sabe que a maioria dos casais se separa por falta de comunicação. Não vou deixar de falar, assim como não deixarei de sentir.

— Não foi em vão. - Ele garante, entre dentes.  - Puta merda, Rose. Te conhecer não foi em vão. - A dor está o dominando. Ele franze o cenho como se tivesse tomado um soco no estômago. - Você foi a porra da melhor coisa que já aconteceu na minha vida e eu fodi com tudo. É o que eu faço. Mesmo tentando ajudar, como você mesmo disse, acabo fodendo com tudo.

— Não, isso não é verdade. - Afirmo, quase alto demais. - Eu te conheço, sei que não ferra com tudo. O problema é que você não entende como  isso funciona... - Suspiro, irritada.

— Isso o que? - Ele pergunta genuinamente confuso. O que preciso fazer para mostrar para ele o que sinto?

— O amor, relacionamento, duas pessoas que se amam. - Explico. - Não podemos desistir ou fugir quando as coisas ficam difíceis. O amor é para ser compartilhado. As pessoas precisam lutar por ele. Não podemos deixar um medo atrapalhar as coisas. Ainda mais quando o sentimento é genuíno. - Evito seu olhar, porque não tive ao menos a oportunidade de dizer que o amo, e não farei isso agora. - E foi exatamente isso o que você não soube fazer. Você não soube correr atrás de algo, pois era mais fácil virar as costas e deixar com que eu superasse sozinha. Ou pior, pensar que só pode passar pelos seus demônios sozinhos. Está se prendendo em uma realidade que não existe.

Ele não tem respostas para mim. Fica me olhando como se tudo o que eu tivesse dito fosse surreal e não acreditasse. Sinto tanto por ele nunca ter visto a parte boa do amor. Quando teve esse sentimento por Brooke, foi rejeitado. E agora eu tô dizendo que não o rejeitaria. Mas se ele quiser me mostrar que está disposto a isso, terá que fazer direito. Fiquei muito mal, na maior tristeza pela decisão inconsequente dele, não vou me abrir dessa forma.

Não me arrependo pelo o que disse sobre o amor. Posso ser a pessoa mais iludida desse mundo, mas desde que me conheço por gente, encontro amor em tudo o que vejo. Li muitos romances ao longo da minha vida, e com eles percebi o quão bonito ele pode ser às vezes, mas o quão difícil é também. Não me arrependo de enxergar o mundo dessa forma. É assim que eu quero ser. Acreditar nunca é demais.

É o mesmo que as pessoas dizem sobre a fé. Você não precisa vê-la, para crer. É algo que se acredita. Um sentimento que te move. Como posso lamentar por ser assim? Por ter esperança? Gosto de ser a menina que sonha demais e que busca pelo certo.

Não vou deixar de buscar por Darrell. Só vou fazer de uma forma diferente. Porque é necessário lutar pelo amor, mas quando se torna cansativo, precisamos nos afastar e deixar com que a outra pessoa mostre a sua fé.

Com essa certeza na cabeça, endireito a postura e o encaro com seriedade.

— Daqui a poucas horas tenho um voo para Seattle. Preciso arrumar as minhas malas, então acho melhor você ir embora. - Minha garganta seca, pois não quero que ele vá, mas a decisão certa a se fazer é deixá-lo pensar. - Antes disso, quero que saiba de uma coisa. - Continuo, mantendo uma calma que não tenho. - Eu quero tanto tê-lo de volta. Quero mais do que tudo, mas não posso fazer isso sozinha. Você não é o único que tem medo...

"Eu também estava morrendo de medo de me apaixonar por você e me ferrar. Foi exatamente isso o que aconteceu. Não estou te pedindo um gesto romântico, nem que se ajoelhe e se declare para mim. Só peço que se você quiser consertar as coisas. Se uma mísera parte sua ainda quer isso. Me mostre. Mostre que o que me disse ontem é verdade. Porque eu estou cansada de fazer isso por nós dois. Me sinto muito patética e não quero viver assim."

"Sempre estive disposta a correr o risco do relacionamento, mas você não. Então, só me procura de novo quando estiver disposto a mostrar o seu esforço. Porque tudo o que eu quero é ser sua melhor amiga de novo. Ser apenas sua... Mas não vou abrir mão da minha dor por isso. Não é assim que se ama alguém." 

"Quero que você me ame da forma certa. Se escolher isso, sabe onde me encontrar. Se não, faça o que eu te pedi naquela menagem de voz e me esqueça."

Saio do quarto e não me importo de estar prestes a desabar. Ele não diz nada e isso só me machuca mais e mais. Por que ele não diz que me ama e que vai me mostrar? Isso quer dizer que não é verdade? Odeio o silêncio de alguém. Odeio por ser tão frágil perto dele e por ele. Esperar algo de alguém é sempre um risco. Suas expectativas podem ser altas demais e a queda pode destruir o que restava de você.

É assim que me sinto no momento em que ele sai do apartamento e bato a porta. Me sinto destruída pela minha própria queda. Sem ver a altura onde me enfiei ou os obstáculos que estava encarando. Usei toda a força que me restava para colocar essa história no eixo certo. Não vou correr atrás de alguém que não quer ajuda. Tenho que me dar um pouco de crédito às vezes também.

Sei que a próxima semana em Seattle será desgastante. Talvez passe meses com essa sensação. Mas uma parte de mim, a boba e inocente, ainda tem sua esperança erguida.

Eu não a vejo, mas não preciso ver para crer. Não com ele.

_________________________

Esse capítulo é dedicado para aquelas leitoras que acreditam no amor com toda a sinceridade do mundo. Por muito tempo me convenci de que o amor tem que ser doloroso e que só isso existe, mas estava completamente enganada. Se você ama alguém, tem que ser leve e natural. Não pode doer e nem te machucar. O amor não pede mais do que você possa oferecer e acreditar nas histórias que lemos não nos torna tolas, e sim felizes.

Lembre-se de que se a pessoa que você ama te machuca (mesmo dizendo que sente o mesmo), não fique com ela. O amor não precisa estar ligado a dor. Se ame primeiro para depois retribuir isso ao mundo. Nunca deixe ninguém usar a palavra amor, contra a você.

Amor e liberdade andam juntos.
Seja livre para amar os seus personagens fictícios, se amar e amar quem merece.

Ame hoje, como se amanhã o mundo não existisse mais e não tenha moderação. Sempre com amores saudáveis.

Te fazendo bem, tudo deve valer a pena.

Não deixe de acreditar. Um dia você viverá aquele clichê de livro e será mil vezes melhor!

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