City Lights

By autorabrunamonteiro

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Para conquistar seus sonhos, Darrell e Rose precisaram um do outro. O problema é que nem sempre os opostos se... More

BOOK TRAILER
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
capítulo 3
Capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18 (Parte 1)
Capítulo 18 (Parte 2)
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29 (Parte 1)
Capítulo 29 (Parte 2)
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36 (Parte 1)
Capítulo 36 (Parte 2)
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Epílogo
AGRADECIMENTOS
Aviso importante!!

Capítulo 39

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By autorabrunamonteiro

Rose Clark

"E quero chorar, quero aprender a amar
Mas todas as minhas lágrimas se esgotaram
Em outro amor, outro amor
Todas as minhas lágrimas se esgotaram..."

  Another Love - Tom Odell
________________________________

Estou conhecendo meu novo apartamento, porém não consigo prestar atenção em muita coisa. Minha cabeça está em outro lugar, completamente diferente desse apartamentinho no West Village. Não dormi bem essa noite e sinto o cansaço dominando meu corpo. Estou preocupada com Darrell, não tenho como não ficar. Ele enforcou Andrew. Uma forma tão agressiva de resolver seus problemas. E, para completar, quase não está falando comigo direito. Na verdade, mal trocamos duas palavras durante a viagem de volta para Nova York.

Meu coração está inquieto. Um mal pressentimento não me deixa raciocinar direito e tudo o que mais quero é sair correndo daqui e perguntar o que aconteceu com Darrell ontem a noite. Fiquei a madrugada toda pensando no que ele me disse, no fato dele estar escondendo as informações de mim e não ter me contado tudo.

Sem falar no que Andrew provavelmente disse a ele, depois que sai correndo. Sabia que não deveria ter ido embora daquele jeito e me arrependi no momento em que a porta do elevador fechou. Também não sei o que aconteceu com Christopher e ele, como aquela conversa pode tê-lo influenciado. Me lembro do rancor que o pai de Andrew falou com Darrell no elevador. Senti calafrios com aquela voz rouca e sem emoção. Ainda mais quando ele insinuou que sofri uma situação traumática.

O Sr. Pierce não acreditou na história que Christopher inventou. Talvez ele não queria acreditar que seu filho é um nojento, ou só tem um faro muito bom para mentiras. Afinal de contas, ele é juiz.

Nem sempre aqueles que se denominam Juízes, possuem a verdade nas veias. Lembro de meu pai me dizer isso uma vez, quando perguntei sobre as leis do país. Tenho saudade dele. No meu lugar, tenho certeza de que saberia o que fazer. Chegaria em Darrell com suas frases bonitas e conseguiria lapidar todos os seus medos. Mas não nasci com esse dom. Sou mais parecida com a minha mãe do que posso admitir.

A única coisa que posso fazer agora, pelo Darrell, por mim e pelo nosso relacionamento, é conversar. Pedir que ele seja totalmente sincero comigo.

— Aqui era o quarto do meu colega, mas ele se mudou faz uma semana... - Sarah diz, ao entrarmos em um quarto bem espaçoso. Olho ao redor, mas ainda não presto atenção como deveria. Minha cabeça está girando, cheia de informações. A morena na minha frente deve ter me perguntado algo, pois está me encarando como se quisesse respostas. - Rose, está me ouvindo?

— Na verdade não, me desculpa, estou com uma enxaqueca terrível. Pode repetir, por favor? - Peço, tentando abrir uma espécie de sorriso. Minha cabeça realmente está doendo e muito mais do que uma enxaqueca.

— Tudo bem. Perguntei se pretende dividir o apartamento com alguém, já que tem dois quartos. - Ela repete o que disse enquanto eu estava no meu transe idiota.

— Sim, pretendo pôr um anúncio de colega de quarto. Se souber de alguém que esteja disposto, pode me avisar. - Andamos em direção a sala e ela apenas assente com a cabeça.

O apartamento é muito bonito e bem organizado. Os móveis são do locatário, então o apartamento seria todo mobiliado. Gosto do estilo industrial e, ao mesmo tempo, rústico, da decoração. Fica bem próxima a uma das pontes de leva até o Brooklyn e é perto da estação de metrô. Logo, é perfeito. No entanto, não me sinto tão animada, quanto estaria com ele ao meu lado.

Desvio o pensamento e sorrio para a pequena sala. Sarah, já me explicou algumas coisas, mas terei de perguntar de novo. O aluguel não é tão cara, posso pagar até encontrar alguém para dividir. Está tudo certo, mas não parece nem um pouco.

— Então, esse é o apartamento. Não é muito grande, mas tenho certeza que é suficiente. - Ela diz, se escorando no balcão da cozinha americana.

— Contando que não seja uma caixa de sapatos, para Nova York, esse apartamento é gigantesco.

— Verdade. Acho que podemos falar sobre o dia que vou me mudar. Pretendo sair daqui na terça e depois disso o apartamento é todo seu. - Ela afirma. Gosto de saber que terei um apartamento só meu daqui a uns dias. Estou com saudade de ter um quarto, ou uma sala. E bem longe de Noelle.

Concordo com a cabeça e no momento que decido responder, a porta do apartamento se abre. O rosto familiar de Darrell adentra e fico apreensiva. Deveria ficar feliz ao vê-lo aqui, mas não é o que acontece. Ele estava estranho quando o deixei no carro e parece muito nervoso agora.

— Darrell, o que está fazendo aqui, cara? - Sarah pergunta, aproximando-se para abraçá-lo. Ele retribui o cumprimento, mas sem tirar os olhos de mim. Parece que já está me pedindo desculpa por algo. O clima, de repente, fica tenso e desconfortável.

— Precisava falar com Rose. - Ele diz, vindo na minha direção.

— Agora? Não pode esperar? - Pergunto, rezando para que ele mude de ideia e não queria conversar aqui. Mal conheço Sarah e tenho certeza de que essa conversa não acabaria bem. Meu mal pressentimento, não era apenas um pressentimento.

— Não, preciso fazer isso agora. - Ele lança um olhar para Sarah, que parece dizer tudo o que quer em silêncio. Ela entende e pega seu celular no balcão da cozinha.

— Eu vou dar uma volta por aí, fiquem tranquilos para conversar. Quando saírem, não precisam trancar a porta, o prédio é bem seguro. - Não sei a quanto tempo eles se conhecem, mas para ela não parece ser nada estranho ficarmos aqui sozinhos.

Ela sai e fecha a porta e fico encarando Darrell. Não vejo necessidade de Sarah sair de sua própria casa, para que Darrell converse comigo. Ele poderia esperar.

— Rose, preciso te dizer uma coisa. - Ele fala como se estivesse levando um soco no estômago. A dor está evidente em seus olhos castanhos que ficam cada vez mais vazios.

— Darrell, por que você não espera? O que tá acontecendo? - Pergunto, sentindo minha voz falhar.

— Rose, a noite de ontem foi uma merda. Escutei muito de Christopher, revivi um monte de momentos que não gostaria. Foi uma tortura pra mim. Mas, mesmo que eu estivesse fodido, eu só conseguia pensar no que estava fazendo com você. - A voz dele está fraca e muito baixa, como se ele não tivesse coragem de falar. - Pensei em como Andrew ficou perto de você, perto demais para machucá-la, ou como você me viu batendo nele...

— Eu disse que nada aconteceu e que está tudo bem. Não tem porque se preocupar com isso. - O interrompo, pois não quero ouvir o que ele tem a dizer. Não quero que ele termine de falar.

— Como não posso me preocupar, se tudo isso é culpa minha? Se você não estivesse ao meu lado, não precisaria passar por nenhuma dessas merdas.

Eu decidi ficar ao seu lado. Sei onde estou me metendo, Darrell. - Contesto, pois me sinto uma criança de cinco anos.

— Esse é o problema, você não sabe. Não sabe nem da metade das porras que aconteceram, do que eu fiz... - Ele se interrompe e não reconheço o garoto à minha frente. — Eu disse que não sabia se isso daria certo.

Agora, eu sinto um soco no estômago. A frase de Darrell me corta ao meio. Ele está terminando comigo. Meu Deus, por que nesse momento? Não estou entendendo nada do que se passa, porém não me sinto magoada. Estou com raiva. Como ele pode decidir por mim? Eu sempre fiquei do lado dele porque quis. Gosto disso. Eu amo ele, mas isso não interessa agora. Ele quer decidir por nós.

— Não sei onde está dando errado! - Digo, na defensiva. Não sou de ficar atrás de ninguém. Depois de Brian, prometi a mim mesma que não tentaria salvar nenhum relacionamento que não valesse a pena. Porém esse vale, pra mim ainda vale.

— Em algum momento vai dar errado. Tão errado que não terá mais volta. Só tô tentando fazer a coisa certa por você. - Ele justifica, mas não compreendo seus argumentos de merda. Estou cada vez mais irritada. Quem sabe o que é certo para mim sou eu mesma.

— Não, o que você está fazendo é buscar justificativa para terminar comigo! - Grito em sua direção. Meu rosto está queimando e percebo que estou chorando. Minha respiração está acelerada e meu peito dói. De uma forma ou de outra, sabia que isso um dia ia acontecer. Ele me olha com intensidade, como se estivesse ofendido pelo o que eu disse. Ele está ofendido? Eu estou muito irritada.

— Claro que não. Eu te amo, não buscaria justificativa para terminar com você. - Arregalo os olhos para sua afirmação. Isso não faz o menor sentido. Que porra ele está fazendo?

— Irônico, vindo do cara que está terminando comigo! - Grito mais uma vez, balançando os braços histericamente. Me sinto uma maluca e minhas lágrimas ainda não pararam de cair.

Mas como ele pode dizer que me ama, enquanto termina comigo? Esperei tanto tempo para dizer isso a ele, ou que ele dissesse para mim, e no final das contas é assim que tudo acaba? Isso não é justo. Não tenho como aceitar. Como ele decide terminar comigo sem um porquê?

— É o que temos de fazer. - Isso é tudo o que ele diz. O encaro, incrédula. A raiva está começando a me consumir. Essa decisão não foi repentina, sabia que tinha algo de errado, mas me forcei a acreditar que tudo daria certo e o que nos sentíamos um pelo outro seria o suficiente. Para mim era o suficiente.

— Não, não me venha com essa história. Se você quer terminar, fale por si só. Mas como eu não estou em uma relação sozinha, vou acatar sua decisão. - Digo, cheia de rancor. Nunca me senti assim antes. É como se cada veia de meu corpo saltasse. Queria gritar com ele. Não, eu vou gritar com ele. Não vou terminar isso calada. - Quer saber, você realmente se superou, Darrell.

"Depois de tudo o que eu te disse, de tudo o que contei sobre Brian. Você sabia que eu não queria me envolver com ninguém, porque isso poderia me machucar. E, mesmo assim, decidiu ser egoísta, se envolveu comigo sabendo de tudo isso. Deixou que eu me apaixonasse por você, pra no final dizer 'disse que não sabia se daria certo?'"

"Eu fui muito idiota por me envolver com você."

Pego minha bolsa que deixei no aparador do apartamento, assim que entrei, e saio pelo corredor afora. Não espero por uma resposta, só quero ficar longe dele. Porém, uma parte de mim, a parte mais fraca do meu ser, quer voltar e pedir para ele não ser tão ridículo. Quero que ele enxergue que não tem nenhum motivo para terminarmos. Eu tinha total noção de que seria difícil passar pelo passado de Darrell. No dia do jantar com o pai dele, tive a noção da disfunção daquela família. Quando a foto de John apareceu no evento, ou quando Andrew o cumprimentou, eu sabia que não seria fácil.

Nunca me neguei a tentar, mas para ele não é suficiente.

Escuto seus passos logo atrás de mim, quando desço as escadas correndo. Ele me chama, grita o meu nome, mas não paro. Chego a rua e o ar frio entra em meus pulmões, porém queima. O oxigênio queima dentro de mim. Meu peito dói muito. As lágrimas escorrem e molham minha blusa, sei que estou soluçando e estou ridícula, mas não estou nem aí.

Faço sinal para um táxi que, por sorte, para. Entro e não olho para Darrell. Sei que ele está na calçada, chorando também, eu espero. O taxista me pergunta para onde vou, mas não sei o que responder. Por fim, peço para que me deixe no meu antigo endereço. Estou torcendo para que Natalie esteja em casa. Posso suportar Noelle se, pelo menos, tiver minha amiga para me ajudar.

Preciso de sua ajuda para entender tudo o que aconteceu. Não sei como comecei com Darrell, pois não faço a mínima ideia de quando me apaixonei por ele, mas sei quando deu errado. Uma pessoa só não move um relacionamento. O que tivemos foi como acender um fósforo. Nos primeiros segundos, o fogo é alto e a paixão constante, mas, depois o palitinho vai queimando rapidamente e tem de ter cuidado para não se queimar.

O fogo era forte e intenso, mas se apagou rápido demais.

Quando me aproximo da fachada do prédio tão familiar, minhas lágrimas já secaram. Meu rosto está inchado e sensível. Meu peito ainda dói e continuo sem ele. Entrego uma nota de dez dólares para o taxista e saio do carro. Fico um bom tempo olhando para o portão de grade. Depois, procuro meu celular na bolsa e disco o número de Natalie. Ela precisa estar em casa e atender esse telefonema. Na segunda chamada, escuto sua voz, mas não é como eu esperava.

— Rose! Meu Deus, ainda bem. Eu... Eu preciso tanto de você, por favor... Me diz que pode vir aqui... - Sua voz está chorosa e desesperada. Respiro fundo antes de responder. De repente, deixo os últimos minutos sumirem e presto atenção na menina chorando do outro lado da linha.

— Estou aqui embaixo, abre o portão.

_______________________

"Oi gente, tudo bem? Primeiro eu quero pedir desculpa por esse capítulo, não é o mais romântico e só estamos começando os dias de luta, mas vai ficar tudo bem... Esperamos, né?
De resto só queria dizer que vou me dedicar muito nesses próximos capítulos, pois serão intensos e importantes demais para a história. Por isso, espero que vocês comentem muito e votem bastante nos capítulos!"

Bjs <3

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