City Lights

By autorabrunamonteiro

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Para conquistar seus sonhos, Darrell e Rose precisaram um do outro. O problema é que nem sempre os opostos se... More

BOOK TRAILER
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
capítulo 3
Capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18 (Parte 2)
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29 (Parte 1)
Capítulo 29 (Parte 2)
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36 (Parte 1)
Capítulo 36 (Parte 2)
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Epílogo
AGRADECIMENTOS
Aviso importante!!

Capítulo 18 (Parte 1)

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By autorabrunamonteiro

Rose Clark

" Quero que você me faça sentir
Como se eu fosse a única garota no mundo
Como se eu fosse a única que você amará
Como se eu fosse a única que conhece seu coração
Única garota no mundo"

Only Girl - Rihanna
______________________________

É a quinta vez que me ajeito no banco de couro, e faz menos de cinco minutos que entramos no carro. Gostaria muito de dizer que não estou assim por conta de Darrell. Queria muito dizer que aquele momento no elevador não significou nada. Mas seria uma grande mentira. Porque desde o momento em que senti sua respiração pesada em meu pescoço, os meus pensamentos deram curto. Ele tomou conta da minha lucidez.

Senti tanta vontade de beijá-lo, de sentir seu toque. Pareceu tão certo e faz muito tempo que não sinto isso. Não gosto de comparar as pessoas, mas com Timothy, por exemplo, eu nunca cheguei perto de... Está bem, esse assunto me deixa envergonhada demais. Volto minha atenção para Darrell, que dirige silenciosamente. São dez para as sete e pelo o que sei, nunca chegaríamos na hora certa. Nova York nesse horário fica um caos.

Um caos bem pior que a minha cabeça agora. Observo como ele está gato pra caralho nessa roupa formal preta. Meu Deus, o que está acontecendo comigo? É normal um homem ser tão sexy enquanto dirige? Sabe, quando segura o volante com a palma da mão e vira em uma curva.

Nossa, isso é tão confuso. Pior, é ridículo, porque eu me odeio por ter dito nada de sexo. E é a primeira vez em anos que eu quero sexo casual com alguém.

— No que está pensando? - Darrell pergunta, me fitando de soslaio. Balanço a cabeça, atordoada demais com os meus pensamentos. Vejo que está sorrindo, como se soubesse exatamente o que estou pensando. Como se pudesse ler cada pensamento obsceno que tive com ele nesses últimos minutos.

— Nada, só estou tendo péssimas ideias. - Digo, me forçando a me virar e encostar a cabeça na janela. É muito mais fácil se eu não prestar atenção nele.

— Gosto quando você tem péssimas ideias. - A malícia em sua voz faz minhas bochechas pegarem fogo.

Continuo observando a rua pela janela, me proibindo de sentir tudo isso por Darrell. Esse jantar é o começo do nosso fim. Não precisarei fazer isso por muito tempo. A cada minuto que passa, fico um pouco mais apreensiva. Não estamos mais perto do West Village. O Central Park se aproxima e me recomponho no banco, passando as mãos pela saia do vestido. Olho para o perfil de Darrell e tem algo diferente. Seu maxilar está contraído e seus ombros estão tensos. Quando nos aproximamos de um edifício luxuoso, ele arma a seta e entra em uma garagem subterrânea. As nãos quase espremendo o volante.

Gostaria de ficar mais calma em relação a Christopher Connor, mas Darrell me faz pensar o pior.

Desço do carro, assim que estacionamos. Ele me encontra do outro lado do carro e estende a mão para mim. Ignoro o pulinho idiota que meu coração dá, porque tenho certeza de que Darrell precisa do meu apoio. Seguro sua mão e andamos até um elevador. Ficamos em silêncio, mas aperto sua mão até o elevador parar no vigésimo andar. O apartamento fica na cobertura de um prédio clássico e luxuoso, em frente ao Central Park. É com certeza demais.

Quando a porta de metal se abre, tenho a visão mais espalhafatosa de todas. Um hall de entrada, do tamanho da sala do meu apartamento. Uma porta gigantesca branca, com ripas desenhadas, nos espera do outro lado do cômodo. Darrell hesita por um segundo e aperto sua mão mais uma vez. Quando bate à porta, uma senhora abre na mesma hora. Fico perplexa.

A sala é estrondosa, que vai de uma ponta a outra do lugar. A vista dá diretamente para o parque e os prédios ao seu redor. A cidade está toda iluminada. Há uma varanda e a minha maior vontade é correr e observar a vista.

— Posso guardar para a senhorita? - A senhora que abriu a porta pergunta, apontando para minha bolsa. Faço que sim com a cabeça e entrego a pequena bolsa bege. Ela pega a jaqueta de Darrell, porque mesmo com uma blusa de botão social ele não dispensa a jaqueta de badboy, e some pela casa.

— Impressionada? - Ele pergunta, quando percebe meu rosto.

— Vocês ricos tão... - As palavras somem da minha boca, não tem nada que descreva isso.

— Mimados? - Um sorriso brota em seu rosto e fico feliz por ter diminuído a tensão.

Mas comemoro cedo demais, porque no momento em que uma voz grave ecoa pela sala, vindo das escadas do nosso lado esquerdo, a tensão volta para Darrell.

— Darrell, finalmente. - O senhor de cabelos grisalhos desce os últimos degraus. Fico levemente desconfortável com a sua presença. Ele está de terno e parece que pode destruir a minha vida, se quisesse.

— O caminho estava um caos. Sabe como é, Nova York... - Darrell responde, sem muita animação.

O homem, que imagino ser Christopher, para ao notar a minha presença. Me encara com o cenho franzido por um instante bem rápido. Então abre um sorriso muito discreto para o filho e pergunta:

— E essa, quem seria? - Forço um sorriso falso e ensaiado. Graças a minha mãe sou ótima em fingir gostar de alguém. Passei por vários jantares desagradáveis, onde fui a filhinha perfeita.

— Essa é Rose Clark, minha namorada.

— É um prazer, sr. Connor. - Aceno com a cabeça, deixando meu sorriso imóvel.

De repente não estamos mais na sala. O senhor nos acompanha pelo apartamento, passando por vários cômodos idênticos e desnecessários. Chegamos por fim em uma sala de jantar. A mesa está posta para quatro, porém uma funcionária arruma o meu lugar. Quando ela sai, me seguro para não ir atrás. Preciso ficar com Darrell e literalmente segurar sua mão, que no momento está trêmula e suando. Só não tenho certeza se por nervosismo ou por raiva.

Uma mulher loira e esguia chega ao cômodo e se apresenta como Courtney, mulher de Christopher. Me sinto deslocada perto de seu colar de diamantes e sua roupa suntuosa. Meu vestido branco com certeza não é o mais adequado para esta casa. Depois, uma meninnha aparece saltitando até a mesa e também para ou me ver.

— Quem é ela? Quem é você? - Ela aponta para mim, franzindo o cenho. Ela caminha em minha direção e aponta o dedo indicador. - Por que ela não responde?

— Ellie, menos. Essa é minha namorada, Rose.

— Namorada? Rose? - Ela faz uma pausa e me encara com muita indiferença. - E por que ela está aqui? Isso é um jantar de família. - Mordo a bochecha, contendo uma risada. Gosto de crianças, principalmente as que falam o que pensam.

— Ellie, seja educada com a visita. Não é assim que os Connors fazem. - O pai interfere, de forma severa.

Darrell estremece ao meu lado. A menina me olha de cima a baixo, depois dá de ombros e se senta na mesa. Todos fazem o mesmo. Darrell senta ao meu lado, em frente a irmã. A loira me encara com um sorriso simpático genuíno. Acho que não posso julgá-la por casar com Christopher. Às vezes o amor é cego.

— E como vocês se conheceram, querida? - Courtney pergunta, quando servem a janta. Até então a conversa foi toda dirigida a Ellie e suas atividades extracurriculares. Fico feliz com a pergunta, já que pensei na resposta hoje mais cedo.

— Nós estudamos na mesma universidade, mas eu nunca tinha reparado nele. - Começo a contar, sorrindo de orelha a orelha. - Até que em uma apresentação, Darrell ficou muito apaixonado. Quer dizer, foi isso que ele me disse. - Olho para ele, com um olhar apaixonado impecável. Vejo um meio sorriso brotando em seu rosto. - Disse que foi amor à primeira vista, coisa de filme. Sentiu borboletas no estômago e tudo mais. - Paro por um momento, porque a mão dele foi parar em meu joelho. Ele aperta de leve e a deixa lá, traçando alguns círculos pela parte interior do joelho, com o dedão. - Aí ele começou a me procurar. Fez vários gestos românticos para conquistar o meu coração. - A mão dele sobe lentamente pela minha coxa e minha respiração fica entrecortada. Comprimo as pernas, tentando controlar o calor entre elas.

Sei que parecemos um casal muito apaixonado e grudento. Tudo o que Darrell nunca faria com uma menina. Gestos românticos. Isso não é nem um pouco a cara dele, mas gosto de pensar que nessa ocasião seria. A sua mão continua subindo e subindo, me torturando. Desvio a atenção para Courtney e Christopher. Ela acreditou em tudo, porque me encara com muita sensibilidade. Acho até que pode começar a chorar.

— Meu Deus, que coisa mais fofa! - Ela exclama, com a voz fraca. Lágrimas brotam em seus olhos azuis. Puta merda, ela está realmente chorando.

— Querida, por favor não chore. - Christopher pede, colocando a mão em seu ombro.

— Oh, me desculpe deve ser os hormônios.

Courtney puxa um guardanapo de pano e enxuga delicadamente os olhos. Não sei se entendi direito. Hormônios? Ela está...

Hormônios? Você está grávida? - A pergunta escapa de Darrell. Sua voz está fria e carregada de descrença. Sua mão não está mais em mim. Ele provavelmente fecha os punhos de baixo da mesa. Ele olha para o pai, esperando por uma resposta. A tensão é tão grande que pode explodir meu peito.

— Olha, Darrell, iriamos contar hoje mesmo. Estávamos esperando a sobremesa, mas acho que já é um bom momento. - Christopher faz uma pausa e umedece a boca. - Courtney está esperando um filho meu. Quer dizer, não sabemos o sexo ainda...

— Inacreditável... - Darrell o corta, levantando da mesa. Depois de jogar o guardanapo na cadeira, ele sai pelo mesmo corredor em que entramos.

Fico paralisada, observando a loira chorar mais e mais. O marido a tranquiliza, com toques discretos. Ellie revira os olhos e também sai da mesa. Lidar com esse tipo de situação é comum para mim. Nos meus últimos dias em Seattle, todas as vezes que me sentava na mesa com meus pais, ia embora antes de terminar o jantar. É como se eu tivesse voltado no tempo. Antes eu não tinha ninguém para me procurar e ver como eu estava, trancada no quarto. Darrell parece não ter ninguém também. Ou pelo menos não tinha...

— Com licença. - Peço, me levantando.

Sigo em direção ao corredor. Não há nada de tão confuso na casa. Faço o mesmo caminho de antes e chego à sala principal. Procuro por Darrell, mas as luzes estão apagadas. Olho para a varanda e o vejo. Atravesso a sala e abro a porta de vidro. Ele não nota a minha presença, ou não se importa. Me direciono até a proteção de vidro e imito seu movimento, observando o parque. Um vento balança o meu cabelo, me forçando a colocá-lo de lado. Olho para baixo e vejo a rua bem distante. A vista aqui de cima é linda e apavorante.

Fico calada, esperando por uma reação. Talvez ele não tenha nenhuma. Não o conheço tempo suficiente, muito menos esse lado fechado. Quando o assunto é a sua família, ele fica sombrio. Quero entender o que aconteceu. Gostaria de verdade, que ele confiasse em mim.

— Você não deveria ter visto aquilo. - Ele fala, olhando para o meu perfil. Viro e o encaro de volta. Estamos muito próximos, meu braço encostado no dele, que está cruzado sobre a proteção. - Não precisa se envolver nas merdas dessa família. Pode desistir do acordo, tem sua parte. Eu não ligo. - Vejo como sua voz está cheia de amargura. Nego com a cabeça.

— Darrell, toda família é cheia de merda. Por isso temos namorados falsos, para deixar tudo mais fácil. Essa não é a minha função aqui? - O cutuco de leve com meu ombro. Estou sorrindo, mas meu coração se aperta, só de ver a dor em seus olhos. Sei que não preciso me envolver e talvez esteja forçando, mas preciso ajudá-lo de alguma forma. Só não posso ajudar sem saber de nada. - Cinco minutos de verdade?

Minha pergunta foi recebida com silêncio. Preciso que ele confie em mim. Quero saber sobre as merdas que ele tanto diz, para poder entender e tentar ajudar. Um dia eu já precisei de ajuda. Não sei porque tenho essa necessidade de ouvi-lo, mas tenho. Então faço algo que odeio muito. Se fizermos isso, ele precisa saber que estou disposta a confiar nele também. Afasto os meus fantasmas e tomo coragem. Me viro de lado, encarando seu perfil taciturno

— Eu começo.

• • •
_____________________________


       Oi, gente! Estamos chegando em uma parte muito importante para mim, em que conheceremos um pouco mais dos protagonistas. Demora um tempo para que os segredos sejam revelados, mas acho que isso pode uni-los. Deixei uma das músicas que escutei ao escrever esse capítulo lá em cima. Espero que gostem e votem em todos os capítulos, assim posso saber se estão gostando.

     P.S: Adoro quando comentam também, gosto de saber o que vocês pensam sobre a história e os personagens.

bjs <3

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