Hey, sabia que "O Monótono Diário de Isaac" NÃO É uma fanfic? Tem gente que acha que fanfiction é qualquer livro publicado online, mas não é isso.
Fanfic (ou apenas "fic") é uma ficção escrita por fã de uma obra já existente (tipo fanfic de animes, de idols, filmes, ou qualquer fandom).
Já o que eu escrevo é um livro, mesmo. Também podendo ser chamado de WebNovel, por estar sendo disponibilizada no Wattpad e Spirit.
Alguns chamam isso de "fanfic original", mas... Se os personagens e enredo são originais (sem derivar de outra obra), já sai do conceito de "FANFIC" (abreviação de fan fiction), já que a fanfiction é uma ficção escrita por fã de uma outra obra.
💙
Este livro, O MONÓTONO DIÁRIO DE ISAAC, está em fase BETA. Isso significa que essa ainda não é a versão final (passará por revisão, correção essas coisas).
Caso você encontre frases mal escritas, erros ou qualquer coisa estranha no texto, ME AVISE SEM MEDO. Dessa forma, você estará ajudando uma aprendiz de escritora (eu) a melhorar o trabalho. 😊
Conto com a ajuda de vocês sempre que notarem algo a ser melhorado 💙
Um suuuper abraço da autora de Boys Love...
Lyan K. Levian 🐌
4 de Novembro, 2018 – Domingo (21h43)
De: zakrod98@gmail.com
Para: isa.sk8.2010@hotmail.com
Assunto: [campo deixado vazio pelo remetente]
Hey, amiga! Hoje de manhã teve algo inusitado. E, por "inusitado" não estou me referindo a algo interessante fora do comum. Bem que eu queria, mas... É bem o contrário.
Tudo começou quando eu fui com o Nicolas dar uma ajeitada na parte do quintal, do lado em que fica a floricultura. Fizemos a manutenção, cuidamos das plantas... Até que ouvimos a Maria Onésia batendo palmas na frente da antiga Casa das Flores. Ela bateu várias vezes, mas demoramos para notar isso por causa da distância (como não era aqui, meio que ignoramos). Só fomos notar que a coisa era com a gente quando ela começou a gritar os nomes dos gêmeos (ainda na frente da outra casa).
"Nick, acho que a Dona Maionese quer falar com você..."
"É, tá parecendo que sim. E por algum motivo eu não gostei disso..."
Ele limpou as mãos num pano que estava perto e foi verificar com certa apreensão. Eu não quis ir junto porque aquela senhora é sempre amável como um cacto quando se trata de mim, e meu espírito não suporta tanta bondade naquele olhar sereno que sempre recebo dela. Por isso fiquei só espiando, de longe, a conversa breve. Pelo gesto do Nicolas, que apontou para minha casa (ou melhor, NOSSA casa), ele estava contando que se mudaram para cá. E dava para ver que a Dona Maionese ficou, no mínimo, chocada. Ela tinha visto a baderna da mudança, mas pelo visto a coisa pareceu tão irreal que ela nem se deu conta do que estava de fato acontecendo.
Agora o bairro inteiro vai saber dessa informação. Certeza.
Enfim. Quando o Nicolas voltou, estava trazendo o Semanário do Vale, que eu havia parado de assinar. E a notícia que me mostrou foi, no mínimo, preocupante.
Sabe a imobiliária que me vendeu esse casarão? Bem, ela foi totalmente revirada ontem à noite, depois de ter fechado. E a parte que deixou tudo suspeito foi que não houve roubo de bens, nem dinheiro. A pessoa que invadiu mexeu apenas nos arquivos de lá, e fez a maior bagunça com isso. Ou seja: estavam atrás de informações. O motivo de nossa vizinha ter nos contado isso é porque pedimos para que ela nos avisasse caso visse algo estranho nos arredores, e isso incluía o jornalzinho da cidade que eu – convenientemente ou não – cancelei por estar sendo inútil.
Como a Jaqueline ainda não tinha saído para o passeio de domingo dos noivos (como ela mesma chama essas saídas dominicais com o Jonas), mostramos o jornal. Na mesma hora minha cunhada pegou o celular e ligou para a advogada Lílian. E não sei por que, mas eu fiquei um pouco surpreso quando descobrimos que a Lílian já estava sabendo. Na verdade nem é tão impressionante assim, já que ela é uma das assinantes do Semanário do Vale.
De acordo com a matéria do jornal, a polícia não encontrou nenhuma evidência de quem tenha sido. A imobiliária não tem câmeras de segurança, e aparentemente o invasor usou luvas para não deixar digitais.
Depois dessa rápida conversa entre a Jack e a advogada, aguardamos. A Lílian ficou de entrar em contato com a polícia para conseguir informações extra – afinal, não é como se o jornal fosse uma fonte exatamente confiável para obtermos todas as informações necessárias. Eles não diziam, por exemplo, quais arquivos estavam faltando – coisa que os leitores do Semanário provavelmente não querem saber.
Nas horas em que esperávamos a ligação da Lílian, o Jonas chegou e se juntou a nós na sala, fazendo cara de velório enquanto todos assistíamos a uma porcaria qualquer na televisão. E quando a ligação esperada chegou, ficamos sabendo que nem a imobiliária sabia ainda se havia algum arquivo em falta. De acordo com eles, a polícia não está deixando que mexam no que chamam de "cena do crime", pois ainda procuram qualquer coisa que possam chamar de evidência.
Restou para nós apenas a promessa, por parte de um dos corretores, de que entrariam em contato assim que soubessem de algo novo.
A Jaqueline correu para onde era meu quarto – atualmente o quarto temporário dela – e trouxe uma caixinha com cartas de tarô. Fazia um tempo que eu não via esse lado místico da Jack, então fiquei meio curioso. Ela embaralhou, embaralhou, e colocou umas cartas na mesa. Eu não entendo nada disso, amiga, então não tem como ficar te contando quais cartas ela escolheu. O que eu notei foi a cara pensativa dela, olhando para aqueles pedaços de papel como quem enxerga muito além de figuras coloridas. Ela ficava fazendo "humm, humm", e nada dizia. Quando eu achei que dali não fosse sair nada além de "huns", ela recolheu tudo e murmurou:
"É, não estou com um bom pressentimento".
O Jonas, que era o menos interessado nas cartas, comentou:
"Tenho certeza de que você já estava com um pressentimento ruim antes de ver isso... Não é?"
A partir disso não prestei mais atenção nos dois, pois começaram a se paparicar de uma forma que faz eu ter vergonha de ficar olhando. Eu não teria coragem de beijar o Nicolas daquele jeito em público nem por decreto.
Mas a parte importante é que não teve mais nada importante. Não que essa importância importe.
Ah... Como você me aguenta?
Enfim. O resto do dia teria sido normal se não fosse esse sentimento de perigo que surgiu, como se o predador estivesse se movendo do lado de fora de nossa toca sem que pudéssemos vê-lo. Ainda não temos como saber se aquilo foi obra do Marcus, mas tem uma coisa dentro de mim dizendo que algo está acontecendo debaixo do meu nariz, e eu simplesmente não estou enxergando.
Eu fico tentando resolver esse quebra-cabeça, mas simplesmente não consigo destravar de uma questão crucial. Pense comigo: mesmo que o Marcus tivesse roubado meus arquivos na imobiliária, o que ele ganharia com isso? Lá eles têm uma cópia do contrato de venda, mas mesmo se aquilo tudo pegasse fogo não teria nenhum efeito na minha aquisição, já que estou com outra cópia aqui, e tem algum registro de venda não sei onde nos arquivos digitais deles. Ou seja: o Marcus não iria ganhar nada com um roubo de meus arquivos, e muito menos me fazer perder alguma coisa.
Isso, é claro, supondo que tenha sido ele a invadir a imobiliária. A gente fica aqui, perdido em hipóteses, mas no fim essa brincadeira de detetive só tem servido para nos fazer sofrer de incertezas. Seria muito divertido ficar tentando adivinhar se não fosse o meu pescoço, literalmente, na mira de um maluco estuprador e assassino.
A gente tenta fingir que está tudo bem, sabe? Cozinhei junto com o Nicolas, nos beijamos enquanto eu picava uns legumes para o refogado, mas tudo isso está sendo uma fachada besta para fazer de conta que estamos super de boa com toda essa merda acontecendo.
Eu queria aproveitar mais o fato de estar morando com eles. Queria mesmo! Se bem que conviver com os Belson para mim já não é novidade (fiquei dias hospedado na casa deles, lembra?), mas como agora a casa é oficialmente minha e do Nicolas, fica essa sensação diferente de que algo muito incrível está sendo desperdiçado por conta do Marcus.
Eu tenho pensado, sabe, que tudo poderia ter sido diferente se ele não fosse tão escroto. Tipo... Pra quê fazer o que ele fez? E não falo sobre ter fugido da prisão e matado um cara. Não. Refiro-me a tudo, desde o início, na boate. Se ele tinha tanta vontade de comer cu de homem, por que não arranjou alguém interessado em dar a bunda para ele? Mas não, óbvio que não! Ele tinha que humilhar alguém, prender esse alguém no banheiro, e... E tudo o que você sabe. E não foi só eu. Teve as meninas com quem ele fez o mesmo...
E pra quê? Qual é a disfunção cerebral que esse tipo de gente tem para querer fazer coisas tão nojentas?
Ah, amiga... Quanto mais eu penso, mais tenho vontade de esfregar a cara dele na casca da árvore espinhuda que ele me jogou. Apesar de já ter tirado os pontos semana passada, ainda sinto beliscar. O risco do corte ainda está visível e provavelmente ficará cicatriz, assim como em minha bochecha e minha barriga. Para um cara de 20 anos que sequer curte esportes, isso já é exagero.
Fico me perguntando se no meu próximo encontro com o Marcus vou ganhar outra cicatriz, ou se estarei vivo para te contar. Se tudo der certo, não acontecerá nem uma coisa, nem outra. Ele vai ser pego pela polícia, transferido para alguma unidade intensiva – ou sei lá como eles chamam –, e eu poderei viver minha vida em paz, tendo como preocupação apenas o que farei para o jantar.
E por falar em jantar, estou ouvindo o Nicolas mexer na cozinha. Como ainda tem um resto do almoço, imagino que esteja pensando numa receita doce. E, você sabe... Isso significa que ele está com tantas minhocas na cabeça quanto eu.
Acho que vou fazer companhia para ele. Vou tentar puxar papo sobre a matrícula que quero fazer numa auto-escola do bairro. Quem sabe assim a gente não finge que nossa vida é normal, e que não tem um maníaco lá fora ameaçando minha vida, não é?
Ah, como minha vida é simples e sem preocupações! Ah, como gosto de andar sozinho na rua sem medo de ser atacado! Ah, que bom lembrar que essas cicatrizes foram de acidentes bobinhos!
Ah, como sou babaca em tratar algo tão sério com sarcasmo!
Hum... Fazer o quê, amiga? É isso ou bater a cabeça na parede e admitir que estou ficando louco... Bye bye!
E para quem está pensando em escrever seu próprio livro (OU ATÉ UMA FANFIC), eu tenho uma dica de ouro:
ACESSE O LINK que está no início de minha Bio (aqui no Watt mesmo), e na página que entrar procure por "🍀 Como ESCREVER um LIVRO"
Dá uma espiada lá agora. Não custa nada olhar 😁