Joana narrando.
Respirei fundo cinco vezes seguidas tentando não me estressar, eu não posso me estressar, tenho uma criança dentro da minha barriga, não posso me estressar.
Era o que eu tava repetindo pra mim mesma antes de ouvir outro barulho de coisa caindo, então eu joguei o mantra pro céu e liberei minha raiva.
Joana- Eu vou contar até três nessa porra e eu quero os dois na minha frente agora - gritei o mais alto que eu consegui - Um.........dois - não precisei nem falar o três pra duas pessoas aparecerem na minha frente com cara de quem caiu na mudança.
Os dois completamente sujos.
Joana- eu posso saber que caralho aconteceu na minha sala enquanto eu tava tirando sangue? Alguém vai me explicar ou eu vou ter que descobrir sozinha? - encarei Benício e Natasha, infelizmente eu não tenho só uma filha, tenho dois, meu marido é um deles.
Nino- cê já chegou, amor? Pensei que ia demorar lá - sorriu meigo. Tirei minha sandália pegando na mão e os dois se esconderam atrás do sofá- calma, vida, não precisa disso.
Joana- ah mas precisa sim, eu saí de casa com essa sala LIMPA e quando eu chego ela tá com terra, TERRA, que caralho cês inventaram? Olha eu to grávida de seis meses, não posso me estressar - respirei fundo passando a mão no rosto.
Natasha- mamãe, o papai disse que a gente podia bincar de jadinagem lá fora e pantar as florzinhas, não biga cum eu não- choramingou abraçando minhas pernas.
Joana- que florzinha que não tem florzinha aqui em casa?- cruzei os braços encarando meu marido crianção.
Nino- eu comprei umas pra colocar no jardim, não deu muito certo plantar - coçou a nuca sem graça.
Joana- não mesmo- peguei minha bagunceira no colo- pode limpando essa casa, não quero nem saber, quando eu voltar quero isso limpinho, estamos entendidos?
Nino- sim, senhora- subi sem olhar pra trás.
Faz três anos que nos casamos e dois anos e meio que nossa bagunceira nasceu, admito que quando eu soube que tava grávida, eu surtei, eu tinha o desejo de ser mãe, mas não sabia ser uma mãe, não sabia cuidar nem de mim, não que agora eu sabia né, mas agora eu tô indo pro segundo filho, Natasha foi minha primeira, amo demais minha filha que é a cópia cuspida do pai, ela é inteligente, faladeira, bagunceira como ficou bem claro pra vocês, mas é meu amor todinho, e agora tá vindo o Isaac, meu menininho, Nino ficou todo besta quando soube o sexo do bebê, Natasha tá animada com a chegada do irmão. Nos mudamos pra uma casa perto do meu antigo apartamento, é mais espaçosa do que a casa que Nino morava e meu apartamento, e aqui também e própria, nos mudamos tem um ano mas ainda não tá tudo finalizado, antes ficamos morando no meu apertamento mas era pequeno pra nós três, agora quatro.
Joana- tu e seu pai só aprontam, mocinha - apertei o nariz dela, que riu deitando a cabeça no meu ombro.
Natasha- eu plantei rosa - contou mexendo no meu cordão.
Joana- plantou? Huum, deve ter ficado muito bonito o jardim então - sorri - seu pai deu alguma coisa pra tu comer? - eram 15:40
Natasha- ainda não- deu de ombros. coloquei ela no chão e sentei na tampa do vaso, tirando a roupa dela, na real, a camisa e calcinha porque era só isso que ela tava, nesse calor do caralho do rio de janeiro nós deixa ela assim mesmo, só tá nós em casa, k.o nenhum- pode batatinha?
Joana- a batatinha é final de semana, lembra? - ela assentiu com um bico - tem patê de atum que você gosta, a mamãe pode fazer um sanduíche bem gostoso, o que acha?
Natasha- tá bom.
Jonana- então entra lá no box pra tomar um banho e a gente descer pra comer- levantei pegando o shampoo e o condicionador novo, o dela tinha acabado ontem.
Dei um banho nela no estilo que era aqui em casa, pura brincadeira, era a hora do dia que mais rendia risada se bobear. Terminei de banhar ela e desliguei o chuveiro enrolando a mesma na toalha e pegando no colo, indo em direção do quarto dela. Aqui em casa graças a Deus tem três quartos, os das crianças é um pouco menor do que o meu e do Nino, e não tem banheiro como o meu.
Joana- para quieta, garota - fingi morder a barriga dela enquanto tentava secar a mesma. Minha bagunceira gargalhou de contorcendo- coisa gostosa - dei um beijo estalado no rosto dela.
Coloquei uma calcinha e uma regatinha nela, o cabelo deixei solto com umas presilhas de docinho prendendo o cabelo que ia no rostinho dela.
Joana- pronto, agora calça o chinelinho e vamos ver se seu pai já terminou de limpar a sala - desci ela da cama.
Esperei ela calçar o chinelo e descemos, Nino tava terminando de ajeitar o sofá, o chão já tava limpo e cheirando a produto de limpeza.
Nino- que lindeza essa minha filha - sorriu encarando a Tasha, a mesma correu pro pai, que pegou ela no colo dando um cheiro
Natasha- olha, é de doce - apontou pra presilha. Sorri deixando eles conversando e fui pra cozinha fazer os sanduíches, senti meu neném chutar, era o que mais ele fazia durante o dia.
Joana- tá com fome também, né, mamãe? - sorri acariciando minha barriga.
Peguei as coisas pra fazer os sanduíches e preparei pra todo mundo, conheço o marido que eu tenho, ele ia querer também e eu teria que voltar pra fazer mais. Montei a bandeja com os sanduíches e com o suco de laranja, levando até a sala, os dois estavam deitados no sofá vendo a Peppa, porca desgraçada, me deixou várias noites sem dormir.
Joana- olha o lanchinho - coloquei a bandeja na mesa de centro.
Natasha- obaaaa - saiu do sofá em um pulo e já foi logo pegando um sanduíche- obigada, mamãe.
Joana- de nada, meu amor, come com o pratinho embaixo pra não se sujar - ela assentiu sentando no sofá de novo e colocou o pratinho no colo.
Nino- tem pra mim também?
Joana- claro que tem - neguei sorrindo e o mesmo segurou meu rosto me beijando.
Nino- te amo.
Joana- também te amo - sorri pegando meu sanduíche e sentando do lado deles- tá gostoso, filha? - ela assentiu com a boca cheia.
Nino- ficou sabendo que a Isabella virou mocinha? - perguntou me olhando.
Era óbvio que eu sabia, eu sou a madrinha e não ia ficar sabendo?! Claro que não, fiquei toda boba com a minha pretinha, cara, lógico que ela não sabe que a Will me contou mas é aquilo do toda mãe, né.
Joana- siim, ela tá tão grande já - enxuguei uma lágrima imaginária e Nino riu.
Nino- essa garota vai dar um trabalho pro meu parceiro - negou tomando o suco.
Joana- essa aí também vai te dar, meu filho - falei debochada.
Nino- como o papai te ensinou, filha? Namorar só com......
Natasha- quaenta(quarenta) anos - falou com um sorriso lambuzado de patê.
Nino- isso aí, coisa rica da minha vida - encheu ela de beijo e eu gargalhei me jogando pra trás no sofá.
Joana- ainda bem que sonhar é de graça - dei de ombros vendo a cara de cu dele.
Nino- palhaça - murmurou mordendo o sanduíche.
[...]
19:20
Desliguei o fogo fechando a panela e fui atrás do meu marido e da minha filha, essa casa tá muito quieta pros dois.
Procurei pela casa toda e fui encontrar eles no meu quarto, Nino deitado na nossa cama e Tasha sentada na barriga dele, pintando o rosto do pai com as maquiagens dela, Natasha tava com uma fantasia da Cinderela e Nino com uma das minhas fantasias que comprei pra brincar com a Tasha mesmo, era da Rapunzel essa. Encostei no batente com um sorriso enorme no rosto e fiquei encarando eles.
Nino- tô bonito? - perguntou abrindo só um olho.
Natasha- tá uma princesa, papai - riu com a mão na boca e voltou a passar o pincel de blush no rosto do Nino. Ela em si já tava toda descabelada e com uma sombra azul no olho- pronto, óh - pegou um espelhinho entregando pra ele, que fingiu surpresa se olhando.
Nino- minha nossa, como eu tô gato, vamos arrasar no baile, amiga - bateram palmas e eu ri chamando a atenção deles. Meu amor sorriu me olhando e minha princesa desceu da cama abraçando minha perna.
Natasha- mamãe - sorri pegando ela no colo e dando um cheiro.
Joana- essas princesas vão arrasar no baile- Nino levantou dando uma voltinha, ri junto com a Tasha.
Nino- muito obrigado, minha amiga aí se maquiou atoa, vai perder o sapatinho e vai ter que ir embora mesmo - deu de ombros.
Natasha- nada disso, papai, esse é diferente, eu fico até tade - contrariou o pai.
Nino- Rum - virou o rosto fingindo jogar o cabelo. Ri mais.
Joana- ok, princesas, tá na hora do banquete real - fiz uma reverência - vamos?
Nino- opa, tô na larica - saiu do quarto dando uns pulinhos e rodando o vestido. Coloquei Natasha no chão, que riu imitando o pai e descemos- fez o que hoje, amor?
Joana- arroz, feijão, carne ensopada e salada- falei colocando Natasha na cadeira.
Nino- que delícia - beijou meu pescoço. Sorri pegando o prato da minha bagunceira.
Natasha- tem batata? - essa menina é viciada em batata, é batata frita, é batata assada, batata cozida, biscoito de batata, pão de batata, tudo que tem batata ela ama.
Joana- tem batatinha na carne, amor, tá bem gostosinha com o gostinho da carne- falei tirando a comida dela, pus a quantidade que ela come normalmente e entreguei pra ela - tem que assoprar que tá quente - avisei.
Natasha- tá bom, obigada - sorri pegando uma batata com a colher e assoprou colocando na boca - tá muito gostosa- falou de boca cheia.
Joana- que bom, meu amor - sorri tirando minha comida também, Nino já tinha tirado a dele e já tava comendo.
Nino- a carne tá gostosona, vida- fez toque comigo.
Joana- coloquei o tempero bahiano que tu comprou, gostei pra caramba.
Nino- é bom demais, minha tia usava pra tudo antes de morrer, até no ovo.
Joana- vou tentar fazer no ovo qualquer dia desses.
Jantamos conversando, depois que acabamos, Nino lavou a louça como já era rotina, aqui nós divide tudo relacionado as responsabilidades. Subi com a Natasha pra limpar ela e colocar o pijama, escovei o dente junto com ela e descemos indo pra sala, Natasha normalmente dormia por volta das nove da noite, sempre jantávamos pelas 19:00, aí depois colocamos os pijamas e escovamos os dentes, ficávamos na sala vendo televisão até umas 20:30, que é o horário que ela pede o leite com chocolate e dormia ainda tomando, foi a rotina que funcionou com nós aqui em casa, não que ela não consiga dormir sem o leite, mas fica mais manhosa, demora mais pra dormir.
Joana- tá dando o filme da Barbie, filha- falei passando os canais.
Natasha- quero ver - murmurou embolado por causa da chupeta.
Joana- deita aqui com a mamãe então- chamei ela, a mesma pegou a boneca e deitou do meu lado me abraçando.
Nino- depois que ela dormir cê tira essa maquiagem do meu rosto? - pediu sentando do nosso lado.
Joana- tiro - sorri e Nino fez o mesmo, começando a acariciando minha barriga, Isaac conhece o toque do pai porque sempre se mexe mais.
Nino- e aí, garotão do pai - beijou minha barriga.
Ficamos vendo o filme da Barbie até dar o horário do leite da bagunceirinha, ela já sabe mais ou menos o tempo, sempre fica manhosa. Fiz o leite com chocolate em dois pulos e subi com ela pro quarto, liguei o ar e o led deixando mais gostosinho o quarto e deitei com ela na cama.
Joana- toma, amor- entreguei a mamadeira pra ela. Natasha já colocou na boca e veio pro meu peito, começando a mexer na minha orelha, eu amava esse momento nosso, acho que é mais por isso também que eu não tiro ainda a mamadeira dela.
Não demorou nem vinte minutos pra ela pegar no sono, peguei a mamadeira levantando com cuidado e cobri minha princesa, saindo do quarto. Desci deixando a mamadeira com água dentro pra ser mais fácil de lavar e fui pro meu quarto, Nino já tava com o pijama dele, a famosa samba canção.
Nino- dormiu?- Assenti pegando as coisas pra tirar a maquiagem dele- tô doido pra esse pivete nascer - acariciou minha barriga.
Joana- em três meses ele chega - sorri tirando a maquiagem dele - se fosse outra menina tu ia cair duro no chão - ri.
Nino- papo reto - riu - ser pai de menina é muito bom, mas só de pensar nos moleque querendo minha menina eu já fico puto - negou sério.
Joana- amor, não tem como fugir disso, tu sabe.
Nino- eu sei, mas por mim ela morria virgem e debaixo das minhas asas- fez bico me olhando.
Joana- tenho certeza que ela não vai sair das tuas asas, homem, mas é a lei da vida, a gente cria eles pro mundo, não pra nós- passei um hidratante na pele dele - pronto- levantei guardando minhas coisas e deitei de volta me cobrindo, Nino apagou a luz, que tem como apagar também pelo interruptor do lado da cama, e me puxou pro peito dele- tu sempre é quente- me aconcheguei abraçando ele.
Nino- eu sei - riu fazendo um cafuné em mim - boa noite, amor.
Joana- boa noite - dei um selinho nele.
Como uma bela e maravilhosa grávida que sou, não demorou quase nada pra eu dormir plenissima.
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Natasha