Ei, você já se cansou de minhas mensagens iniciais, não é? Mas eu vou colocar de novo, hehe 😜
Porque é importante!
Ù_Ú
Este livro, O MONÓTONO DIÁRIO DE ISAAC, está em fase BETA. Isso significa que essa ainda não é a versão final (passará por revisão, correção essas coisas).
Caso você encontre frases mal escritas, erros ou qualquer coisa estranha no texto, ME AVISE SEM MEDO. Dessa forma, você estará ajudando uma aprendiz de escritora (eu) a melhorar o trabalho. 😊
Conto com a ajuda de vocês sempre que notarem algo a ser melhorado 💙
Um suuuper abraço da autora de Boys Love...
Lyan K. Levian 🐌
23 de Outubro, 2018 – Terça (23h45)
De: zakrod98@gmail.com
Para: isa.sk8.2010@hotmail.com
Assunto: Dirigindo minha vida
Boa noite, amiga! Lembra que comentei no último e-mail sobre cerca elétrica? Bem, conversamos com a Jaqueline, e ela já conseguiu encontrar um lugar com preço ótimo. Vai ser bom ter essa proteção a mais. Não tenho me sentido à vontade sabendo que a única coisa que me alerta de invasões são aquelas latas velhas penduradas num barbante.
Mas essa não é a única coisa que fez eu vir até meu notebook para falar com você. Acontece que ontem à noite, assim que o Nicolas chegou da faculdade, comentei com ele sobre minha vontade de aprender a dirigir. Por todas as coisas que te conto, você já deve imaginar que meus pais nunca me colocariam numa autoescola. Nunca mesmo.
E na empolgação, o Nick disse que assim que possível eu iria ter aulas. Quando ouvi isso teve uma parte minha que vibrou de felicidade, sabe? Pode parecer bobo, mas acho muito bonito ver pessoas dirigindo. A cara de concentração que elas fazem, a troca de marchas, a forma como parecem saber exatamente o que estão fazendo, o ar de responsabilidade... Sei que posso estar falando isso influenciado pela minha admiração em ver meu namorado dirigir, mas é fato que poder conduzir uma máquina tão pesada é admirável.
Eu devo ter feito uma cara muito empolgada, porque o Nick de um risinho e disse: "Nossa, você quer mesmo isso, hein?", então confirmei, explicando que assim eu seria mais útil. Evitei dizer a ele que eu seria "menos inútil", pois já recebi bronca antes por falar desse jeito. Dele e da Jaqueline.
Enfim... Ao ver como fiquei com a possibilidade de dirigir ele me chamou para o quintal de nossa casa (amo poder dizer "nossa" casa!). Como esses dias estamos deixando a Belson's Flora fechada (precauções cuja causa você conhece bem), o carro dele acaba ficando estacionado aqui também. Sem falar que a antiga Casa das Flores agora está vazia, e não teria sentido manter o carro naquela garagem.
Bom, quando chegamos no quintal, ele deu a chave em minha mão e foi para o lado do passageiro, o que é raro, visto que ele é quase sempre o motorista.
"Hãã... Que quer que eu faça?", perguntei, meio perdido.
"No mínimo, abra, sente e ligue o carro. Não é todo mundo que pega o macete dele de primeira".
O que ele disse soou muito mais como um desafio do que como uma simples informação. E nessa hora simplesmente pensei que meu dever era o de impressioná-lo. Eu tinha que conseguir ligar a porra do carro de primeira. Não sei por que, mas algo em mim gritou para que eu conseguisse provar que consigo.
Então sentamos nos bancos, e ao nos vermos em posições diferentes do normal, acabei falando:
"Primeiro, a inversão de ontem... Agora, essa inversão. Nem acredito que isso tá acontecendo".
Eu achei que o Nicolas fosse demorar um pouco para entender, mas ele pegou no mesmo segundo. Ele deu um riso meio sem graça, e pediu para que eu ligasse o carro. Sequer quis continuar o assunto de eu tê-lo comido na noite anterior, e isso me deixou um pouco inseguro. Sei que sequer tivemos muito tempo para falar disso, mas a impressão que tenho é a de que meu namorado está evitando o assunto. Minha única pergunta é: por que?
Apesar da insegurança forte que bateu, foquei na minha tarefa: ligar o carro sem parecer um idiota. Como ele disse que tinha um truque para ligar o Gol, tentei lembrar das mãos do Nicolas, que eu sempre olhava sem parar quando ele dirigia. Ele parecia girar a chave normalmente, mas depois parecia que ele dava uma torcida extra. Tentei imitar o movimento, e... O carro ligou na primeira tentativa.
"Uhuuul! O que você estava dizendo, mesmo?"
A cara que o Nicolas fez foi impagável. Ele sorria, mas ao mesmo tempo estava com os olhos arregalados e queixo caído. Sério, amiga... Amei surpreendê-lo daquele jeito. Amei!
"A Jack já tinha ensinado você?"
"Olha, eu sei que não sou o cara mais talentoso do mundo, mas dá um crédito, né! Ela não ensinou nada!"
Falei isso rindo, e tentei exorcizar a pontada de frustração por ele ter duvidado de minha capacidade.
Durante a hora seguintes ele ensinou sobre os pedais, falou da troca de marcha, seta, e todo o básico de um carro. Depois das explicações eu pensei que fôssemos sair do carro e assistir algo, mas ele pediu para eu engatar a primeira e andar um pouco. No mesmo segundo olhei para ele como se meu namorado estivesse pedindo que eu cometesse um assassinato.
É sério, fiquei meio apavorado. Estávamos no meu quintal que, apesar de bem grande, não é o local ideal para aprender como conduzir um carro. Sem falar que próximo ao portão ficam as prateleiras de plantas e flores. Uma pisada errada no acelerador e eu colocaria todo o nosso negócio abaixo.
"Vai, só um pouco... Sempre reparo você encarando enquanto eu dirijo. Quero ver como é estar no seu lugar".
"Olha, Nick... Não é por nada não, mas... Para você entender o que é estar em meu lugar vendo o motorista eu teria que, no mínimo, ser incrível. Eu teria que saber o que tô fazendo, e provavelmente precisaria nascer de n..."
"Zak... Só faz o carro andar um pouco. Relaxa, ok?"
Eu acho que precisei engolir a saliva umas três vezes para conseguir sentir meus pés de novo. Porque antes eu só sentia meu coração martelar no peito. Ele começou a perguntar o que eu deveria fazer em seguida, meio que para me acalmar. Então fui respondendo sem fazer nada (apenas minha boca se movia), e no fim ele disse que eu entendi toda a teoria.
"Agora é só fazer tudo isso que você falou"
Respirei fundo, e coloquei o carro para mover. Fiz uma volta, girando o volante para não trombar na exata árvore que cortou minha testa.
"Acho que tô conseguindo".
Ele deu uma risada, concordando, mas se eu estivesse olhando a mim mesmo do ponto de vista do Nicolas provavelmente gargalharia. E isso porque eu estava fazendo voltas pelo quintal, e estava mais lento que uma bicicleta.
"Chega. Tô ficando zonzo".
"Zak, tá tudo bem?"
A pergunta dele veio cheia de preocupação, e ele colocou a mão em meu rosto, provavelmente para ver se eu estava febril.
"Tô ótimo, bobo. Acontece que ficar girando que nem besta com o carro tá fazendo eu me sentir um bêbado. Acho que já chega de dirigir por hoje... Né?"
"Ok, chega então".
E ganhei um beijo lento e cuidadoso. Daqueles que fazem meu coração doer de tanto sentimento explodindo de uma vez.
"Nick..."
"Hum?"
"Já falei hoje que te amo?"
Ele sorriu, e me beijou novamente.
"Não, hoje ainda não".
"Então... Eu te amo, tá?"
"Você sabe que eu também..."
Nessa hora pensei em perguntar o que eu tinha feito de errado no dia em que trocamos de posições na transa. Aliás... O que eu tinha feito de errado além de ter sido um bruto indelicado. Mas desisti ao ver que ele estava com um ar cansado, já bocejando.
Deixamos o carro onde estava, que era um lugar diferente do costumeiro onde ele estaciona, portanto, estava cheio de mato com carrapichos que grudaram em nossas roupas. Quando entramos, a Jack estava sentada à mesa jantando os restos reaquecidos de nosso almoço. Ela deu uma espiada em nós, praticamente nos medindo:
"De início achei que ia rolar safadeza no carro, mas parece que alguém está aprendendo a dirigir, hein!"
"Porra, Jack! Você estava olhando?"
Quem protestou foi eu. A vergonha de ouvi-la falar aquilo foi enorme. Imagina se eu e o Nicolas realmente tivéssemos feito algo? Amiga do céu, que vergonha só de imaginar a possibilidade. Afinal, a única pessoa para quem conto tudo é você. Sou muito amigo de minha cunhada, mas eu não teria coragem de falar nem metade das coisas que você já está cansada de saber. E nem estou falando de sexo. Refiro-me aos meus pensamentos, e àquelas coisas que acabo soltando sem filtros para você.
Caralho, como você ainda me aguenta, amiga? Se fosse eu que recebesse esses e-mails eu já teria jogado meu celular na parede, me mandando calar a boca. Mandando eu abrir um buraco e me enterrar de vez, sei lá.
Enfim, fico grato pra caramba por ter como ser eu mesmo nessas mensagens. Acho que nem o Nicolas sabe de tudo o que você sabe. Se um dia ele ler isso tudo, é capaz de largar de mim. Eu não suportaria.
Enfim, amiga... Vim hoje só para contar isso, pois de resto foi tudo normal e sem incidentes (ainda bem). O e-mail que eu mais estou ansioso para te escrever é aquele em que falarei que o Marcus está preso novamente, e anunciando que minha vida voltou a ser pacata e tranquila.
Tomara que não demore... Bye, amiga irmã de alma!
Hey, Lyan aqui! ...🐌 Posso pedir uma coisa a você?
Me segue lá no Instagram? 🥰🙏
Basta procurar por "LYANKLEVIAN"
Estou fazendo Stories diários com perguntinhas legais, e você pode responder todas através do destaque "ENQUETE".
Então... Me ajuda votando nas enquetes? ^_^
💙
SÓ MAIS UMA COISA:
Estou dando dicas de COMO ESCREVER MELHOR em um dos livros aqui no wattpad.
É só ir no meu perfil ^_^
Atenciosamente,