Capítulo 53

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Um homem de palavra.

  Vicente não disse nada desde que entramos no carro, estou feliz em conhecer seus irmãos e também de voltar a casa de Jade e Roman. Gosto deles e já os tenho uma consideração formidável, eu espero que os irmãos de Vicente sejam tão simpáticos quanto os pais foram. Não nego nervosismo em nenhum minuto, nem mesmo meu corpo, meus pés nunca deixaram de se mexer nem mesmo minhas mãos de tirar as carnes laterais das unhas. Queria as morder, mas não estou afim de poupar um detalhe do meu traje. Fiz questão de pinta-las de acordo com o vestido, Vicente escolheu um tecido de seda dourado, como o vestido era chamativo por si só, não coloquei nenhuma joia nem mesmo exagerei na maquiagem. As unhas brancas combinam com, apenas uma, sapatilha e a bolsa, Vicente não está muito diferente do habitual, não veste terno, mas tem um ar formal, calças sociais num azul-marinho e uma blusa social branca. À noite está estrelada hoje, um ponto mais brilhante que o outro no céu, admirar as nuvens e a lua se tornou um calmante para minha ansiedade, me permitiu passar minutos sem pensar no que pensariam de mim. Geralmente eu me importava com o que seus pais diriam, mas parece que encontrar seus irmãos é pior que não ter a benção de Jade e Roman. Tento me acalmar acima de tudo, sei que deixar de pensar é impossível. Mas teria que fazer o possível para pelo menos não me sobrecarregar de pessimismo, serei apenas eu, e eles irão decidir se gostam de mim ou não.

  Quando por fim chegamos não deixei de reparar como a casa era bela, tinha as poucas memórias da primeira vez que vim, mas agora na segunda vez parece que estou mais surpresa com a beleza da casa do que antes. São empresários e ex donos de empresas, não é de menos ter uma casa deste tamanho. Posso ainda dizer que quando eu crescer — eu espero que logo — eu esteja no nível deles, sonho em ter algo só meu a que se dedicar, ainda não sei o quê, mas espero saber logo.

  Vicente segura minha mão enquanto a sua livre está mexendo nervosamente no botão da sua camisa, ali era onde ele estaria abotoando o botão de seu terno. Acho que se sente nu sem ele. Seguro firmemente minha bolsa contra minha coxa enquanto andamos para a porta da casa devagar, para minha surpresa ela se abre sem precisamos ter batido. Tenho a visão da escada enorme, ao seu lado alguns jarros de flores vermelhas, o que não tinha antes. O som de saltos me chama atenção para a minha direita, onde vejo Jade acompanhada de dois homens que eu ainda não conheço, provavelmente irmãos de Vicente, tento o máximo não mostrar meu nervosismo espero não estar corada.
  — Vicente! — Jade o cumprimenta com dois beijos nas bochechas, logo está vindo em minha direção — querida — deixo o meu mais sorriso sincero desenhar meus lábios. Só espero não demonstrar insegurança.
  — Então essa é a bela dama que nos fez todos reunimos para um jantar? — um rapaz de cabelos negros e altura que sobrepõe a minha, já está ao lado de Jade e carrega uma rosa na mão.
  — Fransky — estendo minha mão para que aperte, mas decide beijar o dorso e me entregar a rosa.
  — Natanael — abre um largo sorriso e não demoro para retribuir.
  — Obrigada e é um prazer conhecê-lo — faz uma leve reverência e da um passo para trás, encaro Vicente que tem um sorriso tênue nos lábios.
  — Quando nos disse que o motivo era bom. Não imaginei o quão — este é diferente do anterior, tem cabelos médios, sua pele é escura e seus olhos são em um castanho-claro, é alto, mas não tanto quanto Natanael — sou Chad — o aperto é forte em minha mão, mas não deixo de olhar em seus olhos, a fim de passar o mesmo ar dominador que ele.
  — Prazer — sorrio, se me lembro pelo que Vicente me disse falta mais dois irmãos. Mal penso nos dois e já vejo suas estruturas aparecerem atrás dos outros.
  — Creio eu que estavam nos esperando — são gêmeos, pele escura, os mesmo olhos que os de Chad os mesmo cabelos que o de Natanael, digo que se Vicente também fosse filho de Jade, pelo menos de sangue, esses dois são os mais parecidos com ele. — Não tenho palavras tão bonitas quando as dos dois cavalheiros ao seu lado. Mas creio eu que não preciso dizer o quão bela é — uma leve piscadela me faz rir entre dentes, um beijo no dorso da minha mão e olho o homem ao meu lado — sou Peter e esse é Angel¹ — meu direciono ao outro gêmeo ao lado, são idênticos.
  — Prazer em conhecer todos.

  Nos direcionamos para a sala de jantar eu e Vicente mais atrás que todos os outros que falavam à frente, são todos garotos ou eu me esqueço de alguém que ele possa ter falado? Não me recordo de nenhuma mulher agora e se tiver ela não veio, ou não quis se apresentar. Resolvo não pensar nisso para não haver pessimismo, olho Vicente para ver que o sorriso maroto nunca saiu dos seus lábios.
  — Eles são sempre assim? — me olha e arqueia as sobrancelhas, logo acena.
  — Cavalheiros? Sempre! — as covinhas aparecem conforme seu sorriso se abre mais — Roman sempre nos ensinou como tratar uma dama, independente da idade — sorriu.

¹-Angel se pronúncia com o G com som de R. Anrel

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