Capítulo 101

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Elisa a viu sair de sua presença com aquele álbum. 

Sem conseguir conter a vontade de vomitar seguiu para o banheiro tapando a boca com a mão e sim… vomitara. Vomitara tudo o que tinha no estômago… vomitara todos aqueles anos de engano e mentiras… 

_Maldito…

Não havia mais o que ponderar… não havia mais o que questionar e nem o que esperar… simplesmente o último grão do seu castelo de areia havia sumido naquela onda chamada verdade… 

E ao voltar pra casa lá estava ele como um mendigo em seu teatro de homem arrependido que tentava a todo custo recuperar a esposa. 

_Amor… amor me ouve eu… _E ele chorava tentando lhe segurar para que o ouvisse mas de forma nenhuma conseguia se quer tolerar os dedos de Alex em seus braços ou suas mãos seu toque lhe dava asco. _Amor eu te amo mais que tudo… eu não posso viver sem você eu não consigo. Você e eu somos um, você é minha esposa um pedaço de mim, me perdoa, não me abandona...

E olhando em seus olhos com toda a dor que sentia pronunciou...

_Nao fui eu que te abandonei Alex… nunca… eu apenas nunca fui sua esposa. Eu fui muitas coisas pra você mas nunca sua esposa. Eu fui sua faxineira, a mulher que cuidava de manter limpo o chão da sua casa o chão onde você pisava. Fui sua cozinheira, aquela que se dedicava diariamente à beira do fogão literalmente com a mão na massa empenhada em fazer exatamente como você gostava. Fui sua massagista, aquela que massageava seus pés depois de um dia pesado de trabalho. Fui sua enfermeira a que cuidava de você com devoção quando estava doente, fui com certeza a babá, em tempo integral a que acordava de madrugada pra fazer mamadeira, trocar fralda… a que ia com Hugo para outro quarto quando ele estava doente pra não ter que te fazer perder sono depois de um dia puxado de faculdade e trabalho. E por último mas não somente, eu fui sua prostituta aquela que fazia tudo o que você queria na cama para te fazer feliz e satisfeito… eu fui tudo isso Alex… tudo isso menos sua esposa, porque você nunca me respeitou como tal. E é natural que sinta minha falta… é natural que sinta falta de todas as funções que eu cumpria na sua vida completamente devota a você. Eis a minha alforria. Estou livre agora e quanto a você, pode muito bem encontrar uma mulher para preencher cada uma dessas funções, afinal o que o dinheiro não compra não é? 

E batera a porta em sua cara apoiando-se nesta para não cair. E mais uma vez as lágrimas vieram com tudo e naquele momento sentira uma forte descarga de dor… e ao erguer os olhos que se deparara com Hugo alí na sua frente chorando como um bebê foi que sentira o ápice do ódio por Alex… Ele nunca se quer pensara no filho… nunca… Hugo não merecia passar por nada daquilo e ver seu filho sofrendo era a maior dor que poderia sentir na face da terra e foi com força e desespero que o abraçou agarrando-o aos soluços e prometendo naquele momento para si mesma dar a volta por cima… vencer tudo o que lhe massacrava… ser mais forte que a dor e prosseguir… por ela e acima de tudo por Hugo. 

***

E ouvir tudo aquilo da boca dela lhe fizera sentir vontade de morrer… de ver que tinha sido o pior homem da face da terra por ter desmericido uma jóia rara e preciosa. Sabia que merecia o pior dos castigos mas que Deus o livrasse da dor de viver sem ela… porque Elisa e Hugo eram sua vida. Era tudo o que tinha… tudo… porque nada mais importava além de sua família. 

No dia seguinte novamente estava lá à porta ela já lhe tinha expulsado tantas vezes que se quer esperava mais de sua atenção no entanto ela lhe deixara entrar e naquele momento seu coração saltara em um espasmo de alegria e esperança. Mas não estava preparado para aquilo. Não mesmo. Não estava preparado para aquilo…

Elisa fizera o jantar, lhe convidara a comer, sorrira até…. De uma forma meiga porém triste. Depois lavara a louça e até aceitara sua ajuda para enxugar os pratos… e antes de se retirar para o quarto o deixando com Hugo apresentara uma listinha da escola. 

_O Hugo está precisando de material escolar Alex. Poderia providenciar? Estou com as contas um pouco apertadas e precisamos colocar algumas coisas no lugar… 

Estava naquele momento a segurar algo nas mãos que nem lembrava o que era. Algo que escorregara para o chão fazendo um barulho agudo. Elisa estava… estava lhe pedindo algo? A Elisa orgulhosa que daria a última gota de sangue antes de lhe pedir alguma coisa estava lhe pedindo ajuda com… Elisa estava… falando de pensão?

Uma lágrima descera por seu olho. 

_Amor… _gemera de uma forma dolorosa. 

_Precisamos encerrar tudo isso de uma forma amigável Alex… Eu estou disposta a colaborar… por Hugo… basta que você também esteja. 

_Amor…

_Eu vou falar com o Eric pra dar prosseguimento nos papéis do divórcio e pode ter certeza eu assino qualquer acordo que você queira… não quero mais brigar. 

E com certeza queria mil vezes que ela brigasse Que lhe xingasse. Que lhe desse tapas na cara… queria mil vezes que ela surtasse e gritasse lhe culpasse mas não que o tratasse com tal desprezo...

_Amor… _Rouco de dor pronunciara em um gemido implorando com todas as forças de sua alma para que ela reconsiderasse e o que recebera em troca fora apenas um. 

_Boa noite. _E Elisa se retirou para o quarto e apartir dalí tudo o que tinha dela era aquela fria presença onde ela lhe tratava com a mais marcante indiferença. 

E não havia nada que fizesse para mudar aquele quadro. Elisa não o perdoava e o que mais doía era saber que realmente tinha sido o vilão da história… tinha sido cruel… 

Uma semana depois do ocorrido e parara diante do espelho apenas para constatar que sua aparência condizia perfeitamente com seu estado, a barba por fazer, enormes olheiras, cabelos desalinhados e a feição de um homem massacrado pela dor. Na noite anterior havia bebido como um desesperado e era assim que se encontrava na verdade, desesperado. Não tivera ânimo para fazer a barba apenas tomara um longo banho vagando em pensamentos. E depois do banho apenas pusera a primeira roupa que vira pela frente, vira o celular que estava abandonado na escrivaninha vibrar mais uma vez e depois de uma semana resolvera deslizar o dedo... e um milhão de mensagens e arquivos pendentes da empresa… largara o celular novamente com desleixo querendo que o mundo se explodisse mas sem outra alternativa entrara no carro e dirigira até aquele prédio que desenhara e construira. Ao alcançar o último andar adentrara o hall causando um silêncio cortante em seus funcionários. Caminhara até sua sala e antes de entrar sua secretária lhe entregara com olhar de profunda consternação um maço de fotos. As fotos de sua família estavam rasuradas com certeza haviam passado de mão em mão entre todos os funcionários causando choque pelo visto. Errara… errara feio por esconder deles quem era a faxineira… A senhora Annenberg merecia todo o respeito do mundo e sabia que se ela tinha sido humilhada dentro da própria empresa era por sua causa. 

Ia entrar em sua sala mas naquele momento dera meia volta em um impulso e caminhara a passos largos até uma certa sala. A arquiteta estava sentada em sua cadeira analisando alguns papéis com pose altiva como se nada houvesse acontecido. Uma semana depois e ela continuava em seu posto depois de ter humilhado a dona da empresa. Ah… isso não ia ficar assim mais um segundo se quer. Cruzara os braços diante dela para simplesmente desferir um "está demitida". Porém algo lhe desviara a atenção. Na tela do computador uma foto dela e o ambiente era peculiar. Porque sua funcionária usava como papel de parede uma foto em seu quarto, sendo que esta estivera em sua casa uma só vez e somente a trabalho para redecorar o ambiente depois de ter destruído tudo surtado acreditando que Elisa lhe tinha traído. Am? Por que ela usava como papel de parede uma self em seu quarto?

_O que significa isso? _Agora lembrava bem de ter visto Elisa apontar a tela do computador e estava tão destroçado pelas revelações feitas pelo tal Pedro que não poderia pensar em nada… nada além de implorar perdão. _O que significa isso? _Mais uma vez perguntara sentindo um fogo arrasador subir por seu corpo. E seus olhos fulminantes encaravam-na fixamente em uma ameaça assustadora. _Acaso disse para minha mulher que esteve comigo? Foi isso? 

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Uhuuuuu vai ter barroco gentêeeeeee!
Adoroooooo
Cínica....

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VA🐄🐄🐄🐄🐄🐄🐄🐄🐄🐄KKKKKKKKK

COLEÇÃO POR UM SONHO _ A esposa. Where stories live. Discover now