07 de julho - ano II após a guerra (parte 2)

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Boa noite! Vamos de outro capítulo?

Quando acordei, ela tinha sumido. O velho hábito estava de volta. Desci para tomar café e a casa já estava aquele pandemônio. A voz de Juugo me tira de minhas análises frustradas. O almoço vai ser servido. Chego na cozinha e o caos ainda impera. Karin e nossas "convidadas" parecem prestes a começar uma batalha.

- Você é uma traidora sua loira aguada! – acusa a ruiva - Fingiu que queria ser minha amiga só para se infiltrar na nossa casa. Agora está toda melosa puxando o saco das princesinhas. Todas reunidas para se arrumar para o Festival, que lindo! E o traje que me prometeu? – se dirige a Hinata com petulância.

- Ontem mesmo eu trouxe Karin. – minha esposa retruca paciente – E não devia tratar Ino dessa forma. Além de nossa convidada, é nossa amiga e vai ter muito prazer em te ajudar a se arrumar também, não é Ino?

- Só porque você está pedindo. – a loira responde com pouco caso dando de ombros – Eu, hein! Não precisa ser tão desagradável Karin. Eu nunca disse que ia te excluir. Vim para fazermos um dia das garotas. É você quem está complicando tudo.

- Cuidado cabelo de fogo! Inveja mata! – provoca Hanabi sem nem tirar os olhos do prato. Gosto cada dia mais da minha cunhadinha.

- Eu não acredito nisso! – se intromete Suigetsu – Hinata-chan, a Karin só te trata mal e você faz tudo que ela pede. – ele agora usa sufixo com a minha esposa? Desde quando? – Eu até aprendi a gostar desse seu jeito de nos ver como família, mas acho que anda desperdiçando sua bondade com quem não merece nem quer merecer. – Dessa vez concordo com ele. Um dos poucos lapsos de sensatez do albino. E pelo modo como todos silenciaram, creio que a concordância é unânime.

- A Karin também faz parte da família. – Hinata justifica paciente – E cuidar da família nunca é tempo desperdiçado. E eu não faço tudo que me pedem, só aquilo que eu posso realmente fazer. Orochimaru-san está de prova do que estou dizendo. Ainda não consegui que Tsunade-Sama aceitasse ouvir sua proposta.

- É verdade, no entanto eu tenho confiança que continuará tentando. – sibila sorridente o cientista maluco da casa. Estranho... ele parece... feliz? O que andará aprontando? – Se tem uma coisa que aprendi nesses meses de convivência é que Hinata Uchiha é uma ninja determinada e de palavra. Não tenha pressa, pequena! Eu aguardarei com paciência. Só vou novamente pedir que não me trate com tanta cerimônia. Como você mesma mencionou, somos uma família agora. – eu e Juugo trocamos um olhar desconfiado. A refeição continua barulhenta. Assim que terminamos, Karin praticamente nos expulsa da cozinha, possivelmente ansiosa para ver o presente que certamente não irá agradecer como se deve.

Suigetsu sugere que é melhor os homens saírem para um passeio, para que elas não nos enlouqueçam enquanto fazem seus preparativos. A segunda vez no dia que ele demonstra bom senso. Impressionante. Orochimaru decide ficar com a desculpa que pretende descansar. Seguimos para as plantações, onde Juugo me apresenta os contratados, o que já está sendo feito e como pretende ampliar futuramente. Voltamos no fim da tarde, a tempo de nos arrumar para acompanhar as garotas ao Festival. Levamos um susto ao entrarmos na sala e depararmos com Ino e Karin com os rostos melecados, Hanabi xingando os próprios cabelos e Orochimaru acomodado no sofá acompanhando tudo como se fosse um espetáculo para seu divertimento pessoal. Hinata vinha da cozinha com um bule de chá que quase se espatifou quando as outras gritaram ao perceber nossa presença. Ela também tinha aquela lama gosmenta escondendo sua face e parecia se divertir com a histeria das companheiras.

Com nossa chegada, minha esposa decidiu apressar as outras para terminarem a arrumação. Meu Kami, quanta correria! Karin estava agarrada a um dos embrulhos que Hinata trouxe ontem. Imagino que seja o disputado traje. Saiu em disparada para se banhar antes das outras. A senhora Uchiha, um tanto encabulada, pediu para falar comigo em nosso quarto. Foi a primeira vez nesses dois dias que tive sua atenção direcionada diretamente a minha pessoa. Eu a segui em silêncio, por dentro um tanto receoso de que ela me pedisse distanciamento durante os festejos. Eu não queria isso. Gosto da sua companhia. Quero estar por perto para protegê-la. Eu... só quero... ficar perto dela. Somos amigos e... nos beijamos. O que somos agora? Eu pensei que falar com ela ia resolver esse problema e agora que tenho a primeira oportunidade me sinto relutante. Não quero ouvir de sua boca palavras de arrependimento. Assim que entramos em nosso quarto percebo o embrulho maior em cima da cômoda. Ela vai até ele e o segura firme em seus braços.

Bodas de PapelWhere stories live. Discover now