Bodas de Papel

10 de setembro - ano II após a guerra - parte I

Boa noite! Todos bem? Vamos continuar nossa história? Dessa vez com mais revelações sobre os crimes misteriosos. Espero que gostem!

Hoje é o dia que Orochimaru deve prestar seu depoimento diante da comissão escolhida pelo Hokage. Diante do fato dele ser nosso hóspede, eu e Hinata fomos autorizados a comparecer somente como convidados. Sinto a senhora Uchiha apertar minha mão com força. Ela está tensa. Ainda não compreendi se ela está se apegando a essa cobra ou se tem receio de alguma sujeira resvalar no clã amaldiçoado. Ou as duas coisas. Dou um leve aperto em sua mão e a guio para o local onde devemos sentar e observar.

Já estão na sala os principais nomes que estavam envolvidos diretamente na investigação, alguns anbús e Tsunade. Estranhamente Kakashi não convidou nenhum ancião, nem representantes dos clãs. Eu suspeito que ele tenha desconfianças semelhantes as minhas. Orochimaru está confortável e sorridente sentado na cadeira de frente a mesa do Hokage. Tsunade ocupa a cadeira do Hokage, já que é ela quem vai liderar o interrogatório. Provavelmente por ter mais experiência lidando com nosso cientista maluco. Kakashi está de pé atrás dela observando tudo atentamente. Uma pequena mesa foi colocada próximo para que Shizune anote tudo que for dito. Shikamaru está encostado na parede próximo de nós. Tsunade pigarreia para nos calarmos.

- Muito bem, Orochimaru. Acredito que já sabe porque te chamamos aqui. – ela recosta na cadeira e avalia as reações do meu mestre do mal.

- Eu suponho que sim. Infelizmente, com todo esse aparato, não deve ser para conversarmos amenamente sobre eu ter autorização para trabalhar. Imagino que tenha relação com minhas pesquisas anteriores.

- Eu não chamaria as suas aberrações de pesquisa. – Tsunade se inclina para frente encarando-o - Mas vamos ao ponto. Vivendo no clã Uchiha você já deve saber que estamos tendo problemas com roubos. E talvez até já saiba a que se relacionam, estou correta?

- Lie, querida Tsunade. Dos roubos eu até sabia, porque como já deve ter observado, os Uzumaki podem ser muito linguarudos. – dá para ouvir o rosnado de Naruto nessa hora – E eu compartilho o lar com uma Uzumaki. Já os Uchiha são demasiado reservados e conscientes de seus compromissos com essa Vila. Meu ex-pupilo e sua adorável esposa jamais deixaram escapar nada. Se era isso que estava tentando descobrir com sua pergunta. – onde ele quer chegar com essa provocação? Kakashi também deixa transparecer seu desagrado com ele me chamando de pupilo. E, pensando bem, a pergunta de Tsunade realmente fez parecer que eu e Hinata poderíamos ter falado além do que devíamos. Só isso já me deixou alerta para o desenrolar dessa conversa.

- Vou ser direta. Desconfiamos que alguém interessado em experiências com poderes oculares possa estar por trás de tudo isso. Ser o mandante ou estar diretamente envolvido. E isso nos leva diretamente a você, a pessoa que mais nos deu dor de cabeça com esse tipo de experimento.

- Como os anbús já devem ter lhe informado, eu pouco saio do clã. O mais distante que vou é ao orfanato, visitar e ajudar Kabuto. Como poderia me envolver em algo do tipo?

- Hinata já havia nos relatado da sua rotina. – retruca Tsunade - Mas isso não é o suficiente para sanar nossas suspeitas. Você poderia ser o mandante já que sempre deu um jeito de arquitetar suas loucuras furtivamente.

- Ah, a gentil senhora Uchiha! Então ela acabou testemunhando a meu favor. – ele é bom demais em ler as entrelinhas – O que não os impediu de enviarem seus anbús ao nosso humilde lar. Aliás deviam treinar melhor alguns deles. Parece que a paz deixou alguns de seus rapazes bem descuidados.

- Orochimaru, se atenha às minhas perguntas! – Tsunade bate as mãos espalmadas na mesa, começando a se irritar com as zombarias – Se você não tem nada a ver com esses crimes, e estou inclinada a acreditar em você dessa vez, deve colaborar conosco. Precisamos saber quem mais estava envolvido nesse tipo de sandice.