07 de julho - ano II após a guerra

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Ohayo minna! Vamos descobrir se o Sasuke lembrou do beijo? Olha, para um herói, ninja talentoso e ex-nukenin temido, o Sasuke parece bem tapado quando o assunto é ele mesmo. Ou resistente a descobrir que não é tão indiferente como gosta de aparentar kkkk

Céus! Eu não poderia estar mais irritado. Essa barulheira infernal está me tirando do sério. Passei as últimas duas semanas fora em missão e desde que cheguei vivo esbarrando em Ino. Enquanto estive fora, a loira veio acertar as tais encomendas com Juugo. Contrataram civis e as plantações já começaram na parte livre do Clã. Ontem ela passou a tarde aqui ajudando a escolher que espécies de flores ocupariam os primeiros canteiros. Não vejo razão para sua intromissão, já que o projeto original de minha esposa é de cultivar inclusive alimentos. E disso a loira só entende quando está servido na mesa. Hoje é o tal Festival da Estrela e a Yamanaka decidiu passar o dia aqui, disse que quer conversar e ajudar Hinata a se arrumar. Como se a senhora Uchiha precisasse dos palpites dela para se apresentar lindamente em qualquer ocasião. Eu chego a sentir falta dos dias em que elas estavam brigadas. Para melhorar, Neji trouxe Hanabi, que conseguiu convencer meu sogro a permitir sua permanência nas festividades, desde que acompanhada do primo e da irmã. Eu não consigo entender Hiashi. O velho parece me desprezar e ao meu nome. Mesmo assim, me entrega uma filha em matrimônio e agora a guarda da outra, ainda que indiretamente. O que será que passa naquela cabeça dura?

Vou para o dojô em busca de um pouco de sossego. Preciso colocar meus pensamentos em ordem. Essa missão foi bem estranha. Oficialmente estávamos dando proteção à entrega de um fornecimento de sementes, enviado pela família do ancião Utatane para um estabelecimento em Suna. Que coincidentemente pertence ao ancião Ryusa, conselheiro de lá. Pelo visto os kages também estranharam que os roubos aconteçam sempre nas cargas das famílias desses anciões, incluindo o velho Hidome do clã Hyuuga. Hidome Hyuuga é membro da souke e conselheiro do clã, Ryusa Shirogane é membro do conselho da vila de Suna – um mestre de marionetes – e Ryu Utatane é o filho da velha Koharu que assumiu seu lugar como conselheiro do hokage de Konoha. Todos aparentemente acima de qualquer suspeita. No entanto, eu conheço na pele o que gente assim pode fazer. Graças a pessoas "bem intencionadas" como eles, hoje sou o último do meu clã e carrego marcas que nunca irão curar. Sobrevivi a um massacre, matei meu irmão e, no fim, éramos apenas peões de suas manipulações e jogos de poder. Sim, isso ainda me revolta. Por isso mesmo não entendi o motivo de me escolherem para essa missão. Meu julgamento pode claramente estar maculado por minhas experiências passadas. Por outro lado, não me iludo facilmente com seus cargos, suas idades ou seus títulos. Kakashi deve ter algo em mente. Ele não faz nada totalmente ao acaso. Tanto que recebemos um encargo extra-oficial de extrema importância, visto o segredo que fizeram quando entregaram nossas ordens. Devíamos vigiar cada passo do chefe da comitiva. Ao invés do meu time, fui enviado com Sai. Acredito que pela sua capacidade de se manter distanciado e sem qualquer expressão facial diante do maior absurdo que presencie. Ou pela sua lealdade a Anbú. Ou ambos.

Foi uma viagem interessante e que acirrou ainda mais minhas suspeitas. O tal de Kaizo, representante dos Utatane na entrega, estava ansioso demais, parecia nos temer mais do que a uma possível ameaça no caminho. Quando chegamos a Suna e a carga foi entregue, tivemos certo trabalho para manter os olhos em cima dele. O sujeito era escorregadio, porém não o bastante para despistar dois ninjas experientes. Depois de uma conversa estranha com o chefe dos armazéns de Ryusa, voltou confiante para a pensão onde nos hospedamos. No meio da noite, quando talvez acreditasse que dormíamos, uma pequena escolta veio até ele. Conseguimos seguir o grupo até a casa grandiosa dos Shirogane. Enquanto eu mantinha os guardas presos em um jutsu, Sai se aproximou o suficiente para vê-lo entregar um pergaminho nas mãos do próprio ancião. Que depois de ler queimou o documento e lhe entregou outro. Não conseguimos descobrir mais do que isso. Kaizo atrasou um pouco nosso retorno e só quando nos preparávamos para partir que notamos a ausência de um dos carregadores. A desculpa dada para seu sumiço foi ridícula. Certamente ele deve ter partido na frente com o pergaminho de resposta. Se eu tinha suspeitas do envolvimento deles numa trama, agora tenho certeza. Só ainda não consegui pistas suficientes que me ajudem a entender o que pretendem.

Bodas de PapelWhere stories live. Discover now