31 de agosto - ano II após a guerra - parte I

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Boa noite, como vão todos? Antes de tudo, me perdoem a ausência. Eu estive passando por alguns problemas familiares muito complicados e estava difícil para mim conseguir escrever e/ou revisar. Agora tudo está mais sereno e finalmente minha criatividade foi voltando a dar as caras. Estou conseguindo retomar a escrita que tanto me alegra, embora seja uma época do ano de muito trabalho. 

Então podem ficar calmos, que não deixarei obras inacabadas por aqui. Se tudo der certo, perto das festas eu vou tentar postar mais de uma vez por semana (espero ter uma folga). Eu estou escrevendo desde cedo só para conseguir liberar para vocês a primeira parte desse capítulo. 

Foi engraçado ver as expressões chocadas de Shino e Shikamaru ao descobrir que Suna guardava tantos documentos sobre os Hyuuga. Alguns relacionados ao tempo em que ainda não haviam se fixado em Konoha e outros de espionagem bem mais recentes, incluindo relatórios detalhados sobre onde e como viviam alguns membros desgarrados da família secundária. Não que me surpreendesse que outras vilas tivessem esse tipo de vigilância sobre os Hyuuga. Olhos poderosos sempre alimentaram todo tipo de interesse no mundo ninja: cobiça, receio, desejos obsessivos de controle. Enquanto nos reunimos para analisar os desdobramentos dessa descoberta e tentamos entender qual a relação com os roubos anteriores, um sentimento incômodo me atravessa. Não sei como, mas algo me leva a crer que esses misteriosos ataques têm algo a ver com os planos secretos de Hinata. E que talvez, de alguma forma que ainda não consigo determinar, tais planos já não sejam tão secretos. Infelizmente, as duas únicas pessoas com quem poderia falar sobre isso ainda não retornaram. 

Essa demora me causa um enorme desconforto que tento disfarçar me focando na tarefa de analisar com os outros os pergaminhos que resgatamos. Uma estranha aflição me consome toda vez que lembro como ela foi atacada da última vez que esteve naquela região. De tempos em tempos meu pensamento voa imaginando diversas razões para tamanha demora. E na maioria dos casos, não gosto dos cenários que minha mente apresenta. Não sei ter essa atitude serena de esperar o melhor de cada situação como Hinata parece sempre tentar fazer. Estou acostumado a me preparar para o pior. O atraso deles nem é tão grande, talvez tenham feito alguma parada. Se bem que poderiam mandar algum aviso se fosse esse o caso. É... definitivamente não sei alimentar pensamentos positivos. 

Tento mais uma vez me concentrar nos montes de pergaminhos espalhados por toda sala. Tudo parece interligado, ao mesmo tempo em que nada faz sentido. Nenhuma das linhas de raciocínio propostas, nenhuma combinação de fatos nos leva a lugar algum. Paramos um pouco quando chega a refeição que Kakashi mandou nos servir. Nos sentamos em outra mesa afastada dos pergaminhos e começamos a comer em silêncio, até que Shikamaru resolve se pronunciar.

- Nunca pensei que ficar na vila analisando documentos pudesse ser tão cansativo, tedioso e frustrante. – desabafa enquanto mantém o olhar fixo na outra mesa – Não aguento mais ficar trancafiado nesse prédio. Podíamos ao menos sair para almoçar em casa.

- Vou ter que concordar. – o calado do Shino se pronuncia – Não estamos avançando nada só relendo tudo isso. Talvez precisemos sair de cima desses relatórios para conseguirmos ter outras ideias.

- Eu sempre estou certo. – se gaba o Nara – O Hokage está nos alimentando só para não sairmos daqui até solucionarmos esse mistério. Mas talvez sair daqui seja justamente o que precisamos para que consigamos estabelecer uma linha de raciocínio coerente. O que acha Uchiha?

- Hum. – resmungo sem muito interesse em conversar – Talvez tenha razão. Falta algo que desconhecemos para dar sentido a tudo isso. Talvez se buscarmos nos nossos arquivos na biblioteca Anbú possamos encontrar as partes que faltam para conseguirmos ligar os pontos e entendermos o que está acontecendo.

- Viu? Até o Uchiha reconhece que tenho razão. E eu vou ter que concordar que a sugestão dele é boa. – ele se cala por um momento, parece estar calculando algo mentalmente. – Porque não fazemos assim: terminamos de comer, damos uma nova olhada nesses documentos anotando onde temos mais dúvidas, cada um de nós escolhe um tópico e vamos à biblioteca da Raiz-Anbú ver o que encontramos para auxiliar a desvendar esse mistério todo.

E foi assim que fizemos. Passamos a tarde enfurnados em mais papéis. Conseguimos complementar algumas informações, mas ainda não fazia muito sentido. As peças não se encaixavam. Antes que fosse noite decidimos voltar. Assim que nos aproximamos da sala do Hokage, eu senti o chacra dela. Finalmente tinham retornado. Antes que pudesse me dar conta do que fazia, apressei o passo e invadi a sala sem cerimônia. Hinata e Neji estavam de pé diante da mesa de Kakashi entregando seu relatório. Ignorei o olhar torto que o sensei me deu. Pareciam estar bem e isso me deu uma enorme sensação de alívio.

- Porque demoraram tanto? – perguntei sem me importar com os olhares curiosos dos outros.

- Boa tarde para você também Uchiha. – Kakashi e suas ironias fora de hora – Hinata e Neji acabaram de chegar e estão me apresentando seu relatório. Creio que não custava esperar um pouco antes de invadir minha sala.

- Eu estava preocupado com a minha esposa. – digo entredentes tentando controlar minha impaciência.

- Bem, sem dúvida é um progresso ver você se preocupar com outra pessoa. – meu sensei decide me provocar - Eles tiveram um pequeno incidente. Só isso.

- Foram atacados? – me dirijo diretamente à Hinata que parece se espantar.

- Lie. – ela abana as mãos em uma negativa frenética – Foi um pequeno problema... hã... diplomático. – Hinata está vermelha, isso eu já vi muitas vezes, sinal de seu constrangimento. O que me surpreende é ver o primo corar. Neji? O que raios aconteceu?

Problema diplomático? Neji corado? Que bagunça é essa? Logo saberemos. Vou adiantar ao máximo, prometo.

E se quiserem dar uma olhada em meu outro romance - Tenaz - tem capítulo atualizado por lá também. Vou apreciar muito sua visita e se gostarem não esqueçam de deixar seu voto.

Beijos da Nica!

Bodas de PapelOù les histoires vivent. Découvrez maintenant