Capítulo 35: O Nascimento da Cidade de Mín

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Boa Leitura ♥


- Bom dia. - Ouço a voz de Kirk rouca ao pé do meu ouvido. Ele me abraça debaixo dos lençóis e cheira meu pescoço. Sinto a pele arrepiar e meu baixo ventre responder ao toque delicado de seus lábios quando encostam em mim num beijo delicado.

- Já é dia? - pergunto um pouco sonolenta e me deixo envolver em suas carícias.

- Os trabalhadores chegam às seis da manhã. - Ele responde e toca em meus seios, acariciando os bicos e deixando-os excitados.

- Tão cedo. - Resmungo e me aconchego na cama apertada. - Que tal um café? - Ofereço, notando que a luz do sol ainda não havia chegado lá fora. - Deve estar faminto.

Kirkel sorriu, mordendo o lóbulo da minha orelha posteriormente.

- Esquecemos de comer ontem, também deve estar. - Lembrou, afastando duas mechas de cabelo do meu rosto e acariciando com o dedo indicador minhas bochechas. - A noite foi curta.

Uma noite de paixão com ele tinha sido realmente curta. Não deu tempo de falar sobre nada, a comunicação ficaria para hoje. Tudo o que ouvimos um do outro foram nossos nomes entre os gemidos de prazer. Ele estava mais forte por causa do trabalho no campo, mais corado, mais viril. Seu toque vinha com caráter de urgência, desejo guardado ansioso e prestes a explodir. Ele me amou de um jeito que jamais irei me esquecer, de um jeito que me fez ver que o amor dele por mim não era nem um pouco fraternal. E nisso, algo também mudou dentro de mim. Não seria nada mal ser sua mulher. Depois de tantos anos tentando fugir, sinto que preciso dele para ter um pouco de paz.

Porque é tudo o que eu quero agora: paz.

- Me diz que você tem ao menos ovos e farinha por aqui, porque estou mesmo cheia de fome. - Minha voz saiu mais manhosa do que pretendia. Kirkel sorriu abafado entre meu pescoço mais uma vez.

- Ovos, leite, mel, legumes, carne, limão e café. Que tal algumas panquecas? - ele ofereceu e senti meu estômago reclamar ansioso por um pouco de alimento. - Não precisa nem responder, eu ouvi.

Meu - amigo? Noivo? Amante? Ainda não tinha definido do que poderia chama-lo nesta manhã - se levantou da cama e eu o observei se vestir um pouco mais atenta aos detalhes do seu corpo do que antes. Ele era realmente um homem muito bonito e cheio de atributos positivos. Eu poderia me acostumar com noites como essa ao lado dele pelo resto da minha vida sem me lembrar de Thranduil. Contudo, ao menor sinal de seu nome em minha mente me deixo vagar pelos nossos momentos de intimidade e prazer... não havia nada de parecido entre eles, no modo que eles faziam amor, na maneira que cada um demonstrava desejo. Kirkel era, por assim dizer, romântico, amoroso e cheio de preocupações acima do meu bel prazer. Já Thranduil tinha um fogo capaz de consumir nossos corpos tão intensamente que eu podia sentir à flor da minha pele a brasa acesa da sua excitação - ele era a personificação da luxúria e transmitia tudo para mim, em mim.

Deixei meus pensamentos de lado, não deixaria Thranduil tomar conta deles dessa nesta manhã. Encará-lo de igual para igual sem me sentir tão aflita não era mais tão difícil quanto antes, mas quando as memórias resolviam voltar aos poucos na calada da noite, os sentimentos transbordavam em forma de lágrimas e saudade. Me conter perante ele por tanto tempo ao meu lado não foi nada fácil, mas eu consegui. E iria seguir à diante dia após dia, noite após noite, até a chama desse amor se apagar por completo. Minha relação com o rei da floresta das trevas a partir desse dia seria apenas de negócios.

Enrolei o lençol em meu corpo e segui com Kirkel até a cozinha. A casa era um pequeno quadrado com apenas duas janelas e uma porta. Havia uma divisão entre o quarto e o local que ele preparava suas refeições. O banheiro era minúsculo e apenas para as necessidades básicas. O banho era tomado no lago perto da casa, mas havia um projeto audacioso de encanamento pelo que percebi.

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