Capítulo 27: Noivado e a Chegada dos Anões de Érebor

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Boa Leitura ♥

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Thranduil:

Os dias pareceram-me tortuosos demais naqueles tempos. Perder Melrise e um filho na mesma tarde consumia o meu ser pedaço por pedaço, e não havia problemas o suficiente em meu reino para resolver que me tirasse os seus olhos suplicantes e o agudo do seu choro da minha mente. Eu a queria ao meu lado, mas como sempre, sendo eu, a perdi.

Porque não á nada neste mundo capaz de ficar perto de mim, de me amar, sem partir em tão pouco tempo.

Pois eu sei, não sou digno do amor, e a minha sina aqui nesta terra é viver só até o fim dos meus dias.

Melrise:

Tudo o que se passou diante meus olhos nos últimos tempos foi como um sonho arrastado. Minha volta para a Cidade do Lago foi dolorosa por dentro, mas por fora escondi minha verdadeira dor e fingi uma calma inexistente. Kirkel estava visivelmente feliz por me ter ao seu lado mais uma vez, e fora ele quem explicara – ou melhor, inventara – a história sobre como me encontrou na floresta e como eu me perdi. Se não fosse por ele, acho que não teria coragem suficiente para voltar para casa, não teria imaginação suficiente para inventar tais histórias e não teria forças suficientes para prosseguir com minha vida. Todas as noites após a minha volta foram tortuosas e amaldiçoadas. Sonhava com Thranduil em todas elas, sem exceções, e acordava procurando por seu corpo, seu toque que me abraçava, me protegia e me amava nas madrugadas em que eu me arrastava até senti-lo grudado em mim. Eu não sabia como poderia passar o resto de meus dias daquele jeito, não sabia se aguentaria viver com aquele sentimento sufocando-me, torturando-me. Não havia sentido nada tão doloroso quanto àquilo. A perseguição da aranha, os arranhões pelo corpo, a febre, a prisão, meus dias como criada dos elfos em Lindon, aquela tentativa brusca daquele monstro em tentar me possuir, os apertos que passei diante os orcs, nada se comparava à minha dor de perder Thranduil de uma hora para outra, meu filho, e a minha vida feliz ao seu lado. Tudo passou tão rápido, mas era como se minha vida inteira se resumisse nos dias junto ao rei. A felicidade em estar ao seu lado, em ter seu corpo sobre o meu, sua boca, suas mãos, sua pele...

— O chá está servido. - Mamãe comunicou, despertando-me de meus devaneios naquela manhã fria do início do inverno. - Vamos, querida. Precisa comer algo, ou ficará tão magra que estará doente antes do casamento.

Passaram-se 10 meses desde que deixei a cabana no meio da floresta com Kirkel, e nesse período tratei de tentar colocar minha vida nos eixos ao máximo que pude. Ocupei-me com os preparativos para nosso enlace matrimonial, com a nossa futura casa, nossos móveis e enxoval. Mas, apesar de fazer meus dias passarem mais rápidos, estas ocupações não desviavam meus pensamentos do rei da Floresta das Trevas.

— Já vou. - Respondi para ela tentando afastar minhas lembranças dolorosas que acometiam meus dias incansavelmente.

Kirkel, na tentativa de me fazer feliz, começou a bancar minha família inteira para que nós não pudéssemos passar necessidade. Thranduil fizera o favor de dizer que fugi por achar que não merecia ver meus pais passando fome ao relento enquanto eu me casava com ele. Não soube dizer se essa desculpa foi melhor ou pior do que a verdade de que eu não queria por não o amar. Após saber o que o rei disse-lhe exatamente, no entanto, não tive coragem de contar-lhe meus verdadeiros motivos. Kirkel fazia de tudo para me ver feliz, e o máximo que eu poderia fazer a ele era dedicar todo meu coração – ou pelo menos uma parte dele que ainda conseguia sentir algum afeto – e meus dias.

A Única Exceção Do ReiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora