Capítulo 26: Racionalidade Dói

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Olá a todos! Mais um capítulo saindo e pedidos de desculpas pelos corações despedaçados no capítulo anterior. Sei que vocês provavelmente não querem ficar lendo notas iniciais, então vamos ao capítulo. 

Boa Leitura ♥

*

— Não está entendendo a gravidade da situação. - Thranduil disse, sua voz soando abafada, mas ainda assim muito clara. - E eu não tenho que lhe explicar nada.

— Não tem? - Légolas rebateu um tanto nervoso. - Me deixa um reino inteiro para governar sozinho sem mais explicações e some por meses! Ada, isso não combina com você; por favor, preciso entender o que está havendo! O reino inteiro está atrás do senhor, seus súditos desesperados, seu trono abandonado...

— Pensei que estava preparado para assumir. Confiei em você, íon. O criei para isso, para governá-lo em meu lugar quando eu partisse.

— Mas não assim, sem mais nem menos! O senhor nem me deixou uma carta, um aviso, um sinal de que estava tudo bem. Apenas desapareceu. E sabe o que aconteceu?

— Não use esse tom de voz comigo! - Thranduil irritou-se com o filho.

— O reino está sendo invadido por orcs, Thranduil. - Elrond interveio. - Recebi um comunicado de Légolas. Estava perto de Gondor, e vim até ele para ajudá-lo a descobrir onde estava.

— Os demais souberam do seu abandono. - Légolas esclareceu. - Então resolveram atacar, achando que o reino estava desprotegido por não tê-lo governando-o. Eu não consigo simplesmente aprender meu ofício de rei e proteger meus súditos tudo de uma vez.

— Não seja fraco, Légolas. Fiz exatamente isso quando meu pai morreu, e você poderia fazer o mesmo! - Thranduil exclamou e houve um minuto de silêncio. Provavelmente Légolas sentia-se traído pelo próprio pai. Não pensei em sua lástima uma vez sequer ao perdê-lo, certamente ele estava desesperado atrás de Thranduil. Aquelas palavras atingiram-me como um soco no estômago, que percebi realmente doer. Eu não ousava me mexer na cama mais do que o necessário, meu corpo ainda reclamava intensamente de dor e eu queria poder ouvir mais.

Alguns minutos depois Thranduil recomeçou:

— Eu estava voltando. Eu e ela, na verdade. Combinamos a algum tempo apenas, queríamos ficar à sós. Claro que eu não abandonaria meu reino por muito tempo, não sou tolo dessa forma!

— Thranduil, eu acho que prefiro ficar de fora disso. - Elrond esclareceu. - Mil perdões, Légolas, mas seu pai não está com a consciência plena. Analise o que aconteceu naquele quarto...

— Nenhuma palavra sobre isso! - Thranduil enfureceu-se. - Me traia dessa forma e eu espalharei seus maiores segredos.

Eu não via as expressões de nenhum dos elfos, mas podia jurar que Elrond ficara pálido naquele momento, pois nenhum som foi ouvido após isso.

— Realmente conheces muito sobre meus segredos, Thranduil. - Elrond rebateu minutos depois com uma voz pacífica. - Por isso, e por lhe respeitar como amigo, jamais pronunciarei uma palavra sequer do que aconteceu aqui. Mas, como último conselho que lhe dou: tome vergonha! Ela é apenas uma menina, e você passa do quarto milênio! Pelos céus, estás perdendo a razão?

— E você está com inveja! - Thranduil disse e eu tive que me segurar para não rir. - Está com inveja porque sei que gostaria de ter alguém novamente, e não tem coragem de...

— Nem mais uma palavra! - Elrond se estressou. - Mil perdões, Légolas, mas preciso ir. - Escutei a porta de entrada ser aberta e fechada num baque estrondoso.

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