Romance LVII ou dos vãos embargos

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“Este é o homem loquaz
e sem reputação,
sem créditos nem bens
que o tornassem capaz
de semelhante ação.
Só por indiscrição,
quiméricas idéias
proferiu - sem escolha
de tempo ou de lugar,
- e pela condição
de temerário insano
que se deve perdoar.
Pois assim reza a Lei
desses imperadores
Teodósio, Arádio, Honório,
- quanto àqueles que vão
maldizendo do Rei
por fúria da razão.
Ficava para trás,
por sério e desvalido,
em toda promoção.
Era um homem loquaz,
e quis fazer das Minas
uma grande Nação.”
(Ninguém faz o que quer.
Ninguém sabe o que faz.
E os culpados quem são?)

Romance da inconfidência (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora