Capítulo 36

3.6K 264 194
                                    

NATHAN

Comecei a ficar agitado por não ter mais notícias do meu namorado. Giulia não está mais aqui e não irei incomodar minha mãe. Não é uma real preocupação porque sei que ele está com o irmão, só estou ansioso para saber como foi sua consulta.

Nesse exato momento estou deitado olhando para o teto perdido em meus pensamentos. Tão perdido que nem notei quando a porta do quarto foi aberta. Só percebi a presença de mais alguém quando senti dedos no meu abdômen.

Justin estava me olhando com um sorriso sapeca no rosto, sorri de volta e fiz um pequeno bico implorando por um beijinho. Ele se inclinou juntando nossos lábios levemente, depois me empurrou para que eu desse espaço na cama. Sentei deixando sua cabeça no meu colo, se tem algo que eu amo fazer é cafuné nele.

— E aí? Como foi lá?

— Começou estranho. Fiquei nervoso e não sabia o que dizer, até fiquei pensando se deveria voltar nas próximas sessões ou não. Mas o Klaus foi super legal comigo e acabei ficando a vontade.

— O nome dele é Klaus?

— Sim, só que eu ouvi as pessoas chamando ele de Doutor Smith, então eu o chamei assim também. Não tive coragem de contar nada sério, só falei sobre minha família, meus amigos e sobre você. Te juro, me senti em um monólogo, ele só falava de vez em quando. Depois que comecei a falar, o Doutor Smith ficou quieto apenas me ouvindo.

— Eu me sentiria estranho. — fiz uma careta

— Foi estranho! Mas aí eu me empolguei e acabei esquecendo que era estranho falar sozinho sobre mim mesmo. O único assunto que realmente rendeu entre nós ao invés de eu simplesmente sair falando, foi o Elliot. Eu comentei que antes não éramos tão próximos aí ele perguntou o motivo e eu expliquei meio por cima, fora isso, falei sozinho o tempo todo!

— Você ficou quanto tempo lá?

— Hoje foram duas horas, minha mãe falou que com o tempo eu posso diminuir os horários das sessões. Sabe o que é falar duas horas sobre você mesmo, sem parar? Confesso que foi até libertador falar algumas coisas que eu sinto vergonha, só que chegou uma hora que eu não tinha mais sobre o que falar! — me olhou ainda deitado — Acho que ele pensa que sou doido!

— Amor! — dei risada — É normal só você falar, ele precisa te conhecer né?

— Mesmo assim, imagina um menino chega em você e começa a falar sem parar sobre ele mesmo!

— Se você fizesse isso comigo eu te acharia um piradinho lindo! — encostei a ponta do meu nariz no seu rápidamente e ele sorriu

Justin continuou me contando sobre sua primeira consulta, ao mesmo tempo em que estava nervoso ele estava ansioso e animado. Seu tom de voz denunciava isso.

Me sinto bem comigo mesmo por ver ele assim, procurando superar. Lembro de uma conversa que tivemos quando ele havia acabado de terminar o namoro, naquela época ele não tinha esperanças de que as coisas iriam mudar para melhor. Agora meu namorado está feliz, cheio de vontade para mudar as coisas.

O tempo foi passando e minha mãe nos chamou para comer um lanche ao invés de janta. Finalmente posso comer de verdade.

Eu e ele descemos brincando, entrei na cozinha abraçando Justin por trás enquanto ele ria. Minha mãe nem prestou atenção por estar ocupada no telefone, já Richie, nos encarou sem nem ao menos disfarçar. Justy percebeu isso também, por isso alisou meu braço como se fosse para ignorarmos aquilo. Amo essa conexão que tenho com ele, de não precisarmos nos conumicar com palavras para entender o que o outro quer.

Você, perfeito para mim. (romance gay) Where stories live. Discover now