Capítulo 06- Romeu e Julieta

Começar do início
                                    

(...)

O sinal já tinha tocado, os alunos saíram civilizados de suas salas, que dizer, alguns, apenas os patetas do time que saíram correndo parecendo crianças do infantil. Passei pelos corredores e como sempre, algumas ômegas tentaram chegar até mim, mas as dispensei, não poderia ter distrações agora, o teste para o time seria daqui a algumas horas e eu teria que estar intacta, tanto fisicamente, quanto mentalmente.

Enfim, logo eu estava mexendo em meu celular, sentada embaixo da arvore que sempre costumo sentar, quando sinto aquele um aroma familiar invadir minhas narinas. Imediatamente procuro desesperadamente de onde vinha o cheiro, sendo direcionada para uma pessoa, Lauren, a ômega que salvei algumas vezes e que tive o prazer de toca-la. 

Lá estava ela, sentada, junto com um grupo diferente do que costuma sentar. 

Deve ser o pessoal do seu curso.- Pensei.

Ela está muito linda, os cabelos estavam amarrados em um perfeito coque, sua saia bege destacava suas curvas sinuosas e delicadas, as coxas grossas e bem acentuadas, branquinhas e curtas em perfeita comunhão com seu corpo pequeno, o qual parecia que tinha sido desenhado com toques a mão por nosso criador, e já seu tronco estava coberto por um suéter rosa com algumas listras, que destacavam bem seu busto, e em seus pés tinham um par de salto alto. Simples, mas sem deixar de ser deslumbrante.

Parecendo perceber que estava sendo observada, ela olhou ao redor, parando seus olhos sobre os meus, mantive meu olhar, não vacilado nenhum segundo, já ela, sorriu envergonhada, pôs sua franja atrás da orelha e abaixou a cabeça, me fazendo sorrir minimamente. Ela é adorável.

Sua pele branquinha poderia ser visivelmente destacada entre todos, sem falar em seus olhos, aqueles olhos que faziam uma linha reta em direção aos meus na noite passada, eles são tão verdes que poderiam ser confundidos com as mais lindas esmeraldas. 

Balanço minha cabeça e espanto esses pensamentos, desviando meus olhos para minhas mãos, só assim percebe que elas estavam tremendo. Me levanto rapidamente e caminho em passos longos para a porta, a qual estava quase em minha frente, tal que dava em direção a um dos corredores da faculdade. Meu coração estava bombeando meu sangue com rapidez, minha cabeça esquentou, juntamente com o meu corpo, minhas pesaram, mas não me impediu de continuar a andar.

Eu precisava de um local vazio e sem movimentação. Procurei desesperadamente por um local, até que avisto a porta do teatro aberta, corro até ela e entro, vendo que estava vazia, sento na primeira arquibancada, pegando meu remédio dentro do meu bolso frontal da calça, o abro com dificuldade já que minhas mãos tremiam mais a cada segundo. Jogo alguns comprimidos dentro da minha boca, engolindo-os e fechando meus olhos, tentando me controlar e esperando que o remédio fizesse efeito logo, afinal, não dava para jogar com essa tremedeira.

Essas crises me irritam tanto, tanto que eu poderia ser capaz de fazer alguma besteira comigo mesma ou com qualquer pessoa ao meu lado. É tão cansativo saber que isso não tem cura e que para sempre irei senti-las, por mais que seja algo costumeiro, nunca irei me acostumar ou me conformar com a situação. 

Acho que fiquei uns bons minutos ali, pois, fui despertada com a porta do teatro sendo aberta e grupos de pessoas foram passando pela mesma.

Arregalei meus olhos e prende minha respiração. Não queria ser vista aqui, não era para estar aqui. Eu preciso sair antes que...

— Então vocês precisam contracenar, uma cena de um beijo, vocês tem química, vi o jeito que se olham.- Duas ômegas passam ao lado da minha fileira, o que me fez encolher no banco e tentar transparecer o mais normal possível, mas não deu certo.— Acho até...- A loira, a que estava mais perto da minha fileira, parou de falar com a do seu lado, estancando no caminho.

A Love Attached To Blood (REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora