Capítulo 11

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Minha mãe precisou de mais alguns avisos extremos antes de concordar em não fazer nada para interromper a recepção. Ou notificar o meu trabalho sobre Lauren. Eu tinha prometido me transformar em um vampiro imediatamente, se ela fizesse isso.

― Isso é o que ela quer de você, Camila. Ela quer roubar a sua alma e transformá-la em uma besta. - Disse ela pela terceira vez enquanto me acompanhava no corredor.

― Bem, então você vai ter isso em mente e manterá a boca fechada, não vai? E pelo amor de Deus, me chame de Carmen. Você pode ser mais óbvia?

Nós chegamos à porta. Ally abandonou a postura que tinha com Troy e nos encontrou na entrada.

― Oh, Kaki, eu não sabia que o amigo do Troy era... - Ela baixou a voz. – Uma vampira! Mas não se preocupe. Falei com Troy. Ele ficou espantado de eu saber que eles existiam também! Temos muito em comum. De qualquer forma, ele jura que ela é inofensiva. Diz que eles se conhecem há meses.

Minha mãe olhou para Ally como se ela tivesse desenvolvido três cabeças.

― Inofensiva?! Nós não estamos falando de um cão que pode ou não pode morder! Estamos falando de uma assassina-

― Ahã. - Eu interrompi, acariciando meu pescoço para dar ênfase. Ela fechou a boca e se afastou. Longe ouvi Lauren soltar uma risadinha. Ela estava escutando.

― Está tudo bem, Brooke. - Eu a tranquilizei. ― Ela sabe que enquanto manter seus dentes limpos, nós não teremos nenhum problema.

― Como ela sabe disso? - Ela perguntou. ― Você falou com ela? Você estava no banheiro por algum tempo e eu não o vi. Você a encurralou?

Ao contrário.

― Humm, bem, tipo... eu... - Eu gaguejei, algo que eu não tinha feito em anos. ― Eu a conheço. Quer dizer, eu já a vi antes. Na Virgínia, é isso. Ela, uh, ela e eu temos um entendimento. Ela não mexe comigo e eu não mexo com ela.

Ally levou isso em consideração.

― Bem, então vamos tirar fotos. Estou contente por vocês duas não estarem lutando. Diga-lhe para não mencionar nada sobre você para Troy, ok? Seu chefe iria perder todos os pelos da cabeça, se ele descobrir quantas pessoas sabem sobre você.

― Bem lembrado!

Lauren era a parceira misteriosa de Felicity no casamento. A garota estava encantada, conseguindo se pressionar indecentemente ao lado dela em cada foto. Para piorar, Lauren estava sendo encantadora. Eu poderia alegremente matar as duas após as fotos. Mas eu não poderia mostrar o quanto isso me incomodava, pelo mesmo motivo que eu não pude correr para os braços da Lauren quando a vi pela primeira vez. Não importam quais eram os meus sentimentos, nada sobre a nossa situação tinha mudado. Então eu não podia dar ao luxo de deixá-la saber o quanto eu ainda me importava. Tudo que eu podia fazer era agir indiferente e esperar que ela entendesse o suficiente para me deixar desta vez.

Eu fiz um caminho em linha reta para o bar após o último clique da câmera. Havia apenas uma coisa que poderia me ajudar nesta noite, e isso era gim e tônica. Muito gim e tônica. Engoli o primeiro copo sem me mover da frente do garçom.

― Mais um..

O garçom fez uma cara questionadora, mas derramou mais bebida em meu corpo. Eu olhei o quanto ele colocou e dei a ele um olhar sujo.

― Mais álcool. - Disse de forma sucinta.

― Afogando suas mágoas? - Uma voz familiar zombou atrás de mim.

― Não é da sua conta. - Eu respondi, adequadamente.

― Aí está você, querida! – Liam chegou e me deu um beijo no rosto. Lauren apertou os lábios em uma linha sombria enquanto olhava.

― Hmm, Liam ... eu vou lhe mostrar a sua mesa. - Eu queria levá-lo para longe da Lauren, que estava olhando para Liam como se ela preferisse beber do seu pescoço ao invés do que o bar tinha para oferecer. Eu acompanhei ele até sua cadeira, desde que eu estava sentada separada dele na mesa principal com o resto das damas e padrinhos.

Minha mãe me puxou de lado assim que deixei Liam. Seu rosto estava corado.

― Você sabe o que essa besta fez quando você se afastou dela no bar? Ele piscou para mim! - Pega de surpresa, eu ri. Deus, isso era impagável. Sinuhe deve ter tido vapor saindo de suas orelhas.

― Você pensa que é engraçado? - Irracionalmente ela exigiu.

― Bem, mãe, ela arriscou a vida por você, e então você tentou o impossível para ter ela morta. Lauren pode não gostar de você.

Falei baixo, mas irreverente, não preocupada com as ações de Lauren com ela. Ela nunca iria machucá-la, eu sabia, mas ela definitivamente não tinha noção disso. Só Deus sabia que eu tinha essa noção.

Havia placas de lugar na mesa principal, que era longa, retangular e todos teriam que enfrentar a sala de recepção. Sentei-me ao lugar marcado como Carmen Morgado, Troy sentou à minha esquerda, com Ally ao seu lado. À minha direita li Michelle. Quem...?

― Você deve estar brincando comigo. - Disse em voz alta. Por que eu não atiro em mim mesma e acabo com isso?

―Sinuhe, nos encontramos novamente. - Lauren apareceu e tomou seu lugar perto de mim enquanto eu me acomodava na minha cadeira. ― Não quero ser rude, mas acredito que sua mesa está ali. - Ela inclinou a cabeça para onde Liam sentava indiferente ao drama.

― Aí está você! - Felicity gritou. Ela agarrou Lauren pelo braço e sorriu para ela. ― Você e eu estamos juntas esta noite, então sem mais fugas! Eu espero que você dance tão notavelmente quanto parece.

― Vagabunda. - Eu murmurei, mas não com suavidade suficiente.

― O que foi isso? 0Ela perguntou, ainda piscando timidamente para Lauren.

― Er, boa sorte. - Minha voz subiu para um nível normal e eu recuei.

Felicity olhou orgulhosa.

― Eu não preciso de sorte."

Engoli meu gim e então me dirigi, novamente, para o bar. Minha mãe olhou furiosamente. Laurem veio atrás de mim.

― Hey, Sra. Morgado. - Lauren chamou. Eu gelei. Sua ênfase sobre o meu sobrenome falso era proposital. Então, novamente, o que eu esperava? Eu tinha tomado o sobrenome real dela como meu nome falso, eu achei que ela não iria notar? Ou comentar? ― Você poderia ser um amor e pegar uma bebida? Você se lembra da minha preferência, eu tenho certeza.

Uma enorme quantidade de maldições passou pela minha cabeça, mas eu respirei fundo e lembrei-me de ficar calma. Ally era a minha melhor amiga. Ela merecia uma recepção encantadora, não um banho de sangue.

― Essa desprezível, libidinosa... - Minha mãe começou.

― Chega disso. - Chegamos ao bar. Eu dei ao pobre atendente anterior um olhar assassino. ― Copo alto. Cheio de gim. Nem sequer pense em comentar.

Seu rosto empalideceu, mas ele aderiu as minhas especificações. Eu tomei um longo gole antes de acrescentar.

― Oh sim. E um fodido uísque, puro. 

Night Huntress Vol #2Where stories live. Discover now