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Mafalda

Quarenta e cinco

B: Estou chocada
B: Oficialmente chocada 

E porquê?

B: Primeiro porque conheci alguns jogadores do meu clube
B: Segundo porque uma das minhas melhores amigas namora com um deles e está super diferente e com mais vida
B: Terceiro porque amanhã vamos ver o jogo 
B: Quarto porque sei lá, está tudo tão bem nas nossas vidas

D: 😂😂😂

Não namoro com o Rúben
Mas sim, tenho que concordar contigo, está tudo muito bem

D: Sim!
D: e o Ferro?

B: O que tem o Ferro?

D: Já saíram?

B: Por acaso fomos jantar ontem. Mas não foi nada demais. Ele é simpático

Só isso?

B: Por enquanto sim 🤦🏽‍♀️

Deixei o telemóvel de parte.

Precisava de terminar os resumos para a frequência do dia seguinte. Estava chateada, as decisões de marcar uma frequência logo para o dia do jogo, não veio nada a calhar.

Mesmo sabendo que não ia estar com o Rúben, queria estar descansada e sem preocupações. E que ele viesse passar à noite comigo.

Ainda eram sete da tarde, ia a tempo de pedir para vir, apesar de não saber se era ou não, boa ideia. Isto porque, ele precisava de descansar e estar no seu melhor. Também, porque te-lo na minha casa, lembrava-me dos acontecimentos na minha casa de banho.

Ou na minha cama. E não tencionava que se repetissem, pelo menos antes de um jogo. No entanto, queria que ele viesse.

Segurava o telemóvel, sem saber o que dizer. A minha vontade era apenas uma.

Pedir para vir ter comigo.

Rúben 🖤

O que andas a fazer? ♥️

Jantar com o meu irmão e tu?

A pensar se devo ou não pedir-te para ficares comigo hoje. Eu sei que amanhã jogas e também tenho teste...

Parece-me uma excelente ideia!

Tens a certeza?

Claro que tenho!
Tenho saudades tuas

Fico à espera, então 🥰

O moreno não me respondeu.

Também não precisava. Concentrei-me no meu estudo, pois pretendia acabar de estudar, antes dele chegar.

Os jogos começavam a ser mais frequentes. Tal como os treinos. Sentia o Rúben cansado e sem grande vontade para sair. Era compreensível, o que já lhe tinha explicado. O moreno afirmava que me ia fartar.

E não era o caso, de todo.

Compreendia o facto de preferir estar na ronha, que em saídas com os amigos ou saídas que lhe retirassem mais energia.

Para mim, um jantar apressado em casa e uma sessão de filmes, estava ótimo.

Também andava cansada.

Cerca de uma hora depois, ouvi o som da minha campainha. Larguei os estudos a correr, para lhe abrir a porta. Um sorriso carinhoso no rosto do moreno e um abraço apertado. Estava, finalmente, confortável.

- Então mor, conseguiste terminar tudo?

- Sim, acho que sim. Amanhã dou uma última revisão e pronto. - Beijoquei os lábios dele. - E tu, como te sentes?

- Nem sei. A equipa está confiante.

- Vai correr bem.

O Rúben pousou a mochila no chão, quando lhe fiz sinal para entrar na cozinha. Procurava qualquer coisa para comer, ficando-me pelo os iogurtes que tinha.

Não estava com apetite, apesar de não ter feito almoço, nem jantar. Fui picando uma ou outra coisa durante o dia.

Fomos diretamente para o meu quarto, já que a sala estava coberta de livros e folhas.

- A minha mãe mandou-me mensagem. - Olhei para ele, deixando os calções para depois. - Ela só disse 'boa sorte' para o jogo.

Escolheu-nos ombros.

- Respondeste?

Negou.

- Depois disse que ia estar lá com o namorado, a apoiar o filho. - Suspirou, sentando-se à beira da minha cama.

- Ó amor, não fiques assim. - Gatinhei até ele, que se deitou para trás, pousando a cabeça nos meus joelhos dobrados. - Não penses nele, mas sim na tua mãe. Que vai estar lá a torcer por ti, o resto é lixo.

- Eu sei. Mas irrita-me. Preferia que ela não fosse. Há imenso tempo que não falamos. Não tenho mínima paciência para ela já.

- Compreendo. Mas ela é tua mãe, Rúben. Tens que a valorizar um pouco mais.

- E como?

Exaltou-se, saindo da cama. Foi um pouco rude a falar e agressivo nos movimentos. Fiquei um tanto surpreendida.

- Estou melhor sozinho.

Mantive-me em silêncio, pois não queria dizer a coisa errada e irritá-lo mais.

- Vai correr tudo mal. Tudo.

Olhou para mim, com os olhos brilhantes. Ao perceber que tinha ficado desconfortável com a sua atitude repentina, deitou-se na cama e fez-me deitar sob o seu corpo.

Estava bastante tensa. Assim como ele. Rodeou os braços na minha anca e assim ficou.

- És tudo o que tenho.

Deixou escapar, sentindo-se mais aliviado.

- E eu amo-te. Desculpa.

RISE UP  ➛  RUBEN DIAS  Where stories live. Discover now