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Mafalda

Aconchegados no sofá, com uma manta sob as nossas pernas, procurávamos um filme. Já que tinha feito a viagem até à minha casa, não fazia mal ficar mais um bocadinho.

Lembrei-me do filme que estava a ver na noite da confusão com a sua família.

O pouco que vi chamou-me bastante à atenção, gostava de o terminar. E como o rapaz não me ajudou a escolher... Paciência.

- Estava a ver este filme na casa dos meus avós, quando houve a discussão. Conheces?

- Sim. Mas podemos ver, é bom.

Assenti, após ter concordado com a escolha. As luzes estavam apagadas, apenas se ouvia o som da televisão. Comecei a aconchegar-me pouco a pouco, ocupando a maior parte do sofá. Estava praticamente deitada.

O moreno tinha as pernas esticadas e apoiadas numa cadeira que havia colocado à sua frente e também numa posição desajeitada.

A meio do filme, senti-o a colocar as minhas pernas sob as suas coxas, aumentando assim o meu conforto e a probabilidade de adormecer a qualquer momento.

- Mafalda?

A minha resposta baseou-se num som inaudível, por estar mais a dormir que atenta á sua voz ou ao filme.

- Queres que me vá embora?

- Nem por isso. - Uma voz arrastada. - Gosto do conforto que me dás, jogador.

Despertei um pouco mais com a minha própria resposta, observando o moreno. Ele despertou tanto quanto eu, após ouvir o que tinha dito. O seu sorriso fechado quis aparecer.

- Desculpa. Tenho andado tão preocupada com o regresso da faculdade, que pouco durmo. - O rapaz assentiu.

- Podes dormir, então. - Fez-me sinal para me aproximar dele. - Anda aqui.

Murmurou baixo.

Arrastei-me de uma ponta do sofá para a outra, encostando as costas ao peito dele. Também ele se acomodou, pousando um dos seus braços no meu ombro, à volta do pescoço. Encostei-me, o conforto era ainda maior.

Fechei os olhos, sentindo os seus dedos brincar no meu cabelo. Ele estava a ser tão querido, tão carinhoso naquele momento.

Não sei se era do sono, mas não estava nervosa, apenas senti uma sensação diferente.

Uma sensação desconfortavelmente boa.

- Tens-me feito tão bem. - Ouvi-o sussurrar. - E não digo isto para te engraxar. Acalmas-me. Sei que posso falar com alguém, sem ser julgado. E isso fazia-me imensa falta.

- Podes contar comigo, sempre. Pensei que eras um brigão da primeira vez que tivemos juntos e todos os dias provas o oposto.

- Pelo menos sei que fiz uma decisão de jeito ao bater à tua porta para me desculpar.

- Se te ajuda, só tens feito boas decisões.

Forcei-me a abrir os olhos, para testemunhar o sorriso meigo no rosto dele. Retribui o sorriso e absorvi todo o carinho no olhar dele.

Sentia-me importante para ele. Tal como sentia que ele era bastante importante.

- Cativastes-me jogador. O teu flirt resultou.

Ouvia a sua gargalhada, sentindo o calor passar por todo o meu corpo. Havia muito a formar-se entre nós. A crescer todos os minutos. Era uma sensação confusa, nova.

- Claro que resultou. Tinha que resultar. - Senti os seus dedos no meu rosto. - Foste tu Mafalda, foste tu quem em cativou.

Saboreei o toque dele. Suave, amoroso.

- E eu só quis aproveitar isso. E cativar-te.

(...)

Tenho que dar uma leitura pelos últimos capítulos por causa de erros ortográficos, só os público e não tomo atenção.

Ainda tenho vários escritos, mas estou outra vez estagnada 😓

RISE UP  ➛  RUBEN DIAS  Where stories live. Discover now