12

1.6K 73 0
                                    

Mafalda

Quarenta E Cinco

B: Mafalda Maria, onde estás?
B: São dez da manhã, é bom que estejas acordada e pronta para me abrir a porta

D: Digo o mesmo!! Já só me falta calçar e estou a ir

Vocês não vivem mim

D: É um facto, mas não te sintas importante

Estou despachada sim!

D: Aposto que nem dormiu depois do date

B: Estava a pensar no mesmo

Mas qual date qual quê 😑

B: Já nos contas tudo

D: O menino vai precisar da nossa aprovação
D: Nao é qualquer um que pode ter a oportunidade de uma vida

Vocês são impossíveis
Para a próxima fico caladinha

B: Meu amor, tu sabes tão bem quanto eu e a Dani que não nos consegues esconder nada 🥰

Revirei os olhos.

Não era de todo mentira, costumávamos estar a par da vida uma das outras. São muitos anos a lidar com as mesmas pessoas.

Sentia necessidade de falar com elas, visto que tiveram comigo nos piores momentos.

Ouvi o som da campainha.

Abri a porta, sendo abraçada pelas duas. Uma imensidão de perguntas sugiram num instante, o que me fez rir. Estavam bastante curiosas, só pelo facto de ter um rapaz envolvido. Acho que quando soubessem quem era...

- Fizeste o pequeno-almoço? Tão linda! - Bruna comentou, ao entrar na cozinha. - Vês? Era por isto que sentia a tua falta.

- Que interesseira. - Brinquei, sentando-me na mesa. Panquecas e sumos.

- Mas vá, conta-nos onde andaste ontem!

- Conheci um rapaz na Serra da Estrela. É neto de uma família amiga desde sempre. Moram ao lado dos meus avós.

- Sim... E mais?

- Chama-se Rúben. Nao começamos da melhor forma, porque houve uma confusão.

As duas raparigas ouviam-me atentamente. Os seus olhos alternavam entre mim e a comida, o que tinha a sua piada. Principalmente Bruna, a amante de panquecas com chocolate e banana, que tanto costumava fazer-lhe.

- Uns problemas familiares que resultaram em pancadaria. O meu pai e o meu avô intervieram e ele acabou na nossa cozinha.

Encolhi os ombros.

- Mas porquê?

- Tem um padrasto alcoólico e provocador. Não que ele não seja provocador também.

- Ui, vê lá!

- Ele joga no Benfica. - Dei as notícias que podiam ser mais escandalosas. - Rúben Dias, é defesa/médio na equipa principal.

- Estás a gozar com a minha cara? - Neguei. Já me esquecia da Bruna fanática.

Já a Daniela não ligava muito a futebol, sendo ela do Porto, cidade onde nasceu. Após receber uma proposta de trabalho alta, a mãe da loira e o pai decidiram mudar-se.

Já viviam há imenso tempo em Sintra, embora o trabalho fosse em Lisboa. A Daniela, após ser aceite na faculdade, saiu de casa.

Para além de manter um namoro há cinco anos com Rodrigo, o que incentivou.

Dois anos de secundário e agora mais três anos de faculdade. São bastante próximos, apesar de Rodrigo já trabalhar e a loira estudar. Têm uma relação bastante estável.

- E o que achas dele?

- Não sei. Um rapaz normal. Ele desculpou-se e convidou-me para almoçar. Aceitei, por ter dito que não era aquela pessoa violenta.

- E não é?

- Nada disso Daniela, pelo contrário. É simples, brincalhão e sei lá... Intimida-me.

- Normal! Estás lá tu habituada a que mostrem interesse em ti. Não te deixas conhecer. És uma miúda impecável, só não deixas que percebam o quanto.

- A Daniela tem razão. Acho que fizeste muito bem em sair com ele. E continuar. Tens é que ter cuidado. Ele é jogador... Famoso.

- O que torna tudo mais intimidante. Aumenta a pressão que já sinto em não fazer asneira. - A Bruna compreendia o que queria dizer. - Sinto-me à vontade com ele, o que é estranho, mas saber que é conhecido mundialmente...

- É como dizes, aumenta a pressão. - Encarei a Bruna. - Nao significa que precises de recuar. E se ele está interessado, porque não?

RISE UP  ➛  RUBEN DIAS  Kde žijí příběhy. Začni objevovat