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Mafalda

- Ele é mesmo fofo Daniela. - Bruna ainda falava da surpresa que me havia feito. - Tenho a certeza que está caidinho por ti.

Revirei os olhos, ainda sem acreditar no que o moreno havia pensado fazer.

Pedir a alguém que me entregasse uma caixa com a sua camisola lá dentro... Não sabia o que lhe dizer, honestamente. Estava bastante feliz, embora mais receosa ainda.

Tinha medo de arriscar e de me apegar muito mais ao rapaz. Não sabia se era seguro apegar e deixar-me levar por ele.

Neste momento, se o Rúben percebesse que não era isto que queria e se afastasse, ia deixar uma tristeza dentro de mim. Um vazio, embora ainda fosse mínimo. Não queria imaginar como poderá ser daqui a uns dias.

Bruna e Daniela percebiam os meus medos, no entanto, achavam que estava arranjar pretextos para recuar. O que era errado da minha parte e que ele não tinha feito nada de mal.

Pensar tão mal de alguém que só nos tem proporcionado emoções boas e bons momentos era simplesmente errado.

- Deixa-te ir Mafalda, dá-lhe uma oportunidade antes de recuares por medo.

- O Rúben parece simpatizar contigo. E é mais que óbvio para mim que simpatizas com ele. Só não estragues algo que te faz feliz, por receios e inseguranças do que ainda nem aconteceu.

- Estou a sofrer por antecipação.

- A antecipar algo que nem faz sentido. Ele não faz nada para que penses que vai dar errado ou que te vais ver na merda.

- Não pode ser tudo tão bom, nunca é. - Sai da mesa, um pouco frustada.

- Não ateimes acreditar em algo inexistente. E vê se pegas no telemóvel e respondes ao miúdo, o jogo já acabou há duas horas. - A Daniela, já num Tom assertivo, deu-me o telemóvel. - Eu percebo, acredita.

Suspirei derrotada, segurando o telemóvel.

- Não te quero obrigar a nada. Se realmente há algo que te faça querer recuar, recua. Mas acho que estás a desperdiçar uma oportunidade sem teres quaisquer motivos.

- Só não quero ser uma desilusão. Ele vê-me de uma forma tão irreal... Não sei explicar. - Disse e Bruna parecia confusa.

- Como assim?

- Vê-me como uma pessoa cheia de vida, feliz e calma. O que não é o caso. Há tanta bagagem, o Rúben não imagina onde se está a meter. - Elas perceberam exatamente o que quis dizer. - E se só lhe vou trazer drama?

- Isso cabe a ele decidir. Ele sabe o que passaste e continua a querer conhecer-te. Tu és essa pessoa que ele vê, Mafalda.

- E se ele te vê assim, é porque com ele tu és assim. Sentes-te tão bem, que apagas qualquer sentimento negativo que possas ter. - A Bruna completou a Daniela, ambas a conspirar contra mim. Tinham sempre resposta.

- Manda mensagem ao rapaz e se for preciso, explica-lhe o que sentes. Ou então vive um dia de cada vez. - Daniela murmurou. - Sabes que estamos aqui para ti.

- Obrigada meninas, a sério. Estou a ficar louca com toda esta situação do Rúben.

O telemóvel vibrou nas minhas mãos.

- Tenho medo de ser uma desilusão.

- Não és. Não mesmo. Nunca foste. Mafalda, se a tia Helena tivesse cá, ia acudir por mim. - As palavras da Bruna fizeram com que a olhasse. - Acredita em ti, apenas isso.

Assenti, esboçando um sorriso meigo. Baixei o olhar para o meu telemóvel.

Tinha cinco mensagens do Rúben. Desde que o jogo tinha acabado que tentava falar comigo e a resposta nunca chegou ao seu telemóvel. Devia estar a odiar-me.

- Fala com ele. Não tens nada a perder.

Daniela beijou a minha bochecha, antes de sair do meu aparamento com Bruna.

RISE UP  ➛  RUBEN DIAS  Where stories live. Discover now