Capítulo 32 - Tentativas.

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Do momento que ele saiu por aquela porta, Luna soube que o havia perdido. Havia tanta raiva, tanta mágoa no olhar de Sebastian. Aquilo partiu o coração de Luna em mil pedaços, mas a única pessoa que ela podia culpar, era ela mesma. Ela mentiu para ele, ela decidiu transar com Bernard. Quando viu que ele era confiável podia ter dito a verdade, podia nunca ter tido nada com Bernard, havia outras formas de conseguir informações.

Mas o medo é um combustível poderoso para as pessoas fazerem idiotices, ela tinha medo de ser descoberta e queria ir para casa o mais rápido possível. Depois ela já não tinha mais certeza se queria ir embora, pois ir embora significava deixar Luce, Abi e Sebastian para trás. Luna não queria isso, eles eram especiais para ela.

Caminhou cegamente para a varanda, se aproximou das portas de vidro e deixou suas costas deslizarem pela mesma, ficou sentada no chão abraçando seus joelhos enquanto as lágrimas rolavam por sua face. Seu coração doía tanto que ela não sabia como lidar com aquilo. A última vez que se sentiu tão desolada e perdida foi na morte de sua mãe. Não era tão surpreendente já que havia perdido alguém que amava novamente. Ficou encarando o vazio da noite em silêncio perdida entre suas próprias emoções.

Ela não sabia ao certo quanto tempo estava sentada na mesma posição, uma movimentação na sacada chamou sua atenção. Mas assim que viu que era Pablo voltou a olhar para o nada e se manteve em silêncio encarando as estrelas enquanto as lágrimas ainda deslizavam por sua face.

— Puta merda! Quando o Bruce me enviou um corvo no meio da madrugada mandando eu vir até aqui porque tinha acontecido algo com você, achei que era exagero dele. — Resmungou Pablo e se sentou ao lado dela. — Você está horrível Luna.

— Eu me sinto horrível, Pablo. — Resmungou Luna

— Devo supor que Sebastian descobriu a verdade e não reagiu muito bem. — Disse Pablo de forma calma.

Luna soltou um suspiro e assentiu, Pablo abriu os braços e por um instante ela se permitiu ser só uma garota com o coração partido, sem precisar ser forte o tempo inteiro. Se aconchegou nos braços dele e deixou que as lágrimas viessem sem receio, pequenos soluços escapavam dos lábios dela. Luna podia sentir as mãos de Pablo afagando suas costas de forma carinhosa.

— O QUE VOCÊ FEZ COM ELA SEU IDIOTA? — Pablo e Luna se assustaram com a voz de Abi naquele momento e por conta de seus gritos.

Ela se aproximou rapidamente e começou a olhar para Luna conferindo se ela tinha algum machucado físico, depois olhou para Pablo com uma carranca. Luna ficou em silêncio somente com sua cabeça pousada no ombro de seu amigo.

— Se acalme garota, não fui eu que fiz nada com ela. Se não percebeu eu estou consolando ela. — Disse Pablo olhando sério para Abi.

— Oh meu deus, ele descobriu a verdade né? — Perguntou Abi.

Luna somente assentiu e continuou da mesma forma que estava, agora as lágrimas eram silenciosas. Ela tentava se controlar, não queria demonstrar fraqueza para Abi e Pablo, mas estava doendo tanto que ela simplesmente não conseguia se conter.

— Não sei porque você sempre pensa o pior de mim. — Resmungou Pablo.

— Porque você sempre está fazendo algo idiota para irrita-la e não me surpreenderia se a magoasse também. — Disse Abi se sentando de frente para Luna.

A loira pegou uma das mãos da amiga e começou a acariciá-la tentando passar algum conforto. Ficaram em silêncio respeitando a dor de Luna, mas depois de um tempo ambos se remexiam desconfortáveis com a situação. Pela troca de olhares um tentava incentivar o outro a falar alguma coisa. Por fim Pablo suspirou e disse.

Utópico. - Duologia Deverpolt.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora