Capítulo 23 - Alianças.

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A forma como Luna tentava afastar o garoto a floresta, a forma como ela tentava fazer com que eles fossem embora. Mostrava para Bruce que aquilo não era uma atuação, conhecia a sua metade o suficiente para saber que tinha alguma coisa errada, alguma coisa que seu pai não sabia.

— Ele não é um dos filhos de Travis? Vamos mata-lo agora, para mandar um recado. — Disse Beatrice.

—Será que é uma boa ideia? Poderiam acertar a Luna. — Disse Bruce apreensivo.

— Não se Mark atirar, ele nunca erra. — Ouviu a voz do seu pai pronunciar aquelas palavras e engoliu a seco.

E naquele momento Luna se impôs se colocando bem na frente dele de uma forma protetora. Bruce franziu o cenho, ele estava certo algo estava muito errado. Ele sabia que ela estava escondendo algumas coisas nas suas cartas, mas o que passava em sua mente não seria possível. Seria?

— Não, isso não vai rolar. Não comigo aqui. — A voz dela era firme e com uma raiva contida.

Naquele momento Bruce observou Nikollay encarar a cena com o cenho franzido, então uma expressão de entendimento e de raiva tomou conta da face daquele homem. Os outros começaram a discutir entre matar o garoto, escuta-lo ou simplesmente ir embora. Mas seu pai permanecia em silêncio observando a discussão de Sebastian e Luna.

O que aconteceu a seguir fez com que Bruce conte-se um riso, era uma situação tensa. Mas perceber que Luna estava apaixonada e pelo filho do inimigo era meio engraçado e irônico. Logo ela que sempre falou que não pretendia se envolver emocionalmente com ninguém.

Já que a perda da mãe deles havia destruído o pai deles, ela sempre teve receio do amor depois daquilo. Bruce já enxergava tudo de uma perspectiva diferente. Ele havia sofrido depois da morte de sua mãe? Sim, mas antes disso era um homem feliz e satisfeito com sua vida e sua família. Ele sempre procurou lembrar dos momentos felizes e nunca deixou de acreditar no amor.

Ver aquele rapaz acariciando o rosto de sua irmã de forma tão terna e depois depositar um beijo na testa da mesma fez Bruce sorrir. Dava para perceber que provavelmente eles compartilhavam do mesmo sentimento.

— Pai, vamos ouvir o que ele tem a dizer. Não vamos fazer nada precipitado. — Disse Bruce.

— Pra que? Ele é filho do homem que matou sua mãe, não quer vingança? — Perguntou Beatrice.

— Matar o filho de alguém não vai trazer a minha mãe de volta. — Resmungou Bruce.

— Só eu estou achando a Luna bem estranha? Ta merecendo um oscar. — Disse Mark com o cenho franzido.

— Agora que você falou, ela está protegendo ele demais. Será que ela tem algo em mente e precisa dele? — Pergunta Cameron.

A discussão recomeça e Bruce revira os olhos, eles eram tão idiota assim? Como ninguém além dele percebeu o que realmente estava rolando entre aqueles dois? Talvez aquilo fosse bom, já que não sabia como seria a reação de sua família.

— Chega! — Disse Nikollay fazendo todos ficarem em silêncio.

Parece que ao ouvir a voz do pai, Luna havia entrado em desespero, sua voz ficou embargada e ela implorava para que eles fossem embora. Céus! Ela estava mesmo apaixonada e Bruce não fazia ideia de como ajudar. Encarou seu pai que ao perceber a forma que Luna agia deixou a expressão sombria.

Se ele tivesse reparado o mesmo que Bruce, eles estariam fodidos. Conhecia sua irmã, pela postura dela, ela não pretendia recuar, mesmo que ficasse encurralada. E ele seria leal a ela, se precisasse distrai-los para ela fugir com o garoto, Bruce faria isso.

Utópico. - Duologia Deverpolt.Where stories live. Discover now