Capítulo 2 - A profecia.

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Alguns meses se passaram desde que os Deverpolt haviam sido expulsos de Borthen, as construções de um pequeno vilarejo já haviam começado. Com o material que eles haviam conseguido arrumar começaram a ser erguidas casas, um pequeno posto médico e a casa da família principal. Alguns materiais eles retiravam da floresta, já outros foram obrigados a comprar de cidades vizinhas, como o rumor sobre o exílio do Clã já havia se espalhados o preço dos materiais e da entrega eram absurdos.

Com a chegada de Amber o Clã entrou em festa ao saber da chegada de um novo membro, eles se casaram e a cerimônia foi presidida por Alphonse. Nikollay e Cameron estavam trabalhando na construção da vila junto aos outros membros do clã, eles ficavam mais do que felizes em poderem ajudar seu povo. Diariamente Amber, Nikollay e Cameron se encontravam em um dos quartos da casa principal para planejar a vingança. Amber havia prometido a Nikollay que o ajudaria, pois, ela também sentia raiva de tudo aquilo, afinal aquele agora era o povo dela. E se não fosse aqueles que os prejudicaram ela estaria na vila no nível 1 com sua família por perto. Seu bebê cresceria na cidade com tudo do bom e do melhor e cercado de amor por ambas das famílias. Claro que os Deverpolt amariam e cuidariam daquela criança, mas ela sentia falta de seus pais e seus irmãos.

— Eu só peço que você deixe minha família fora disso, por favor. — Disse Amber soltando um leve suspiro.

Amber deslizava a mão sobre a barriga que já estava enorme. Ela fitava Nikollay com seus doces olhos esverdeados. Era bem difícil para ele conseguir negar algo a ela. Soltando um leve suspiro ele assentiu, já haviam tido aquela conversa várias vezes e não gostava ter a mesma conversa repetidamente.

— Eu já disse que não farei nada a seus irmãos e seus pais, não se preocupe minha flor.— Disse Nikollay soltando um leve suspiro.

Ele se inclinou e deu um leve beijo no topo da cabeça da mulher, Amber acabou sorrindo mediante ao gesto carinhoso do marido. Cameron suspirou e começou a mexer nas plantas da cidade, era uma das coisas que eles haviam conseguido esconder e trazer quando foram expulsos.

— Não sei por onde podemos atacar, quem realmente fez algo mora no nível 1 e no 2. Antes de chegar até eles têm o povo que vive no 3 e no 4 e essas pessoas, nós sabemos que não passam de marionete. Se tentarmos atacar eles de frente muita gente do nosso povo vai morrer e muito inocentes do deles. Não adianta atacarmos assim, só vai dar o direito deles nos chamarem de monstros. Não podemos sair matando todo mundo que cruzar nosso caminho. — Cameron disse visivelmente chateado.

Com irritação ele se levantou e jogou as plantas sobre a mesa. Cameron estava nervoso, ele ainda estava achando que o irmão atacaria de frente, na verdade ele não fazia ideia das reais intenções de Nikollay, porquê se fizesse não estaria tão nervoso.

— Pessoas vão morrer sim, mas não as marionetes, quem eu realmente quero são os verdadeiros culpados. Travis, Albert e alguns membros do conselho.— Disse Nikollay com calma — E quem te disse que eu pretendo atacar de frente? Claro que não! Eu vou atacar e destruir todos de dentro para fora, eles nem saberão o que os atingiu.

Nikollay soltou uma gargalhada e deu ombros, ele ainda não sabia como iria colocar alguém infiltrado lá, já que eles conheciam o rosto de todos. Só que ele tinha paciência, sabia que em algum momento apareceria uma oportunidade para eles fazerem isso. Toda semana as irmãs de Amber junto com um outro grupo de mulheres vinha até a beira da floresta para pegar algumas ervas e flores, com isso Amber via as irmãs e ficava sabendo das notícias da cidade. Nikollay estava bem informado, sabia que Albert estava morando sozinho na vila de sua família, sabia que Travis havia ficado mais forte e que a mulher dele estava prestes a dar a luz a um menino.

Utópico. - Duologia Deverpolt.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora