Utópico. - Duologia Deverpolt.

Capítulo 36 - Ação e reação.

Pablo não conseguiu passar em seu quarto para mudar de roupa, então lhe restou ir até o Capitão Fletcher com as roupas de Sebastian. A blusa estava um pouco apertada e não gostava disso, mas não era como se ele tivesse outra escolha naquele momento.

Para piorar, o principezinho havia insistido em ir junto, Luna sempre se impôs e dobrava as pessoas a sua vontade, mas pelo visto isso não funcionava com Sebastian. Já que eles passaram a última hora discutindo e listando todos os motivos para o rapaz não segui-lo, no fim das contas foi uma discussão inútil.

Já que o mesmo agora estava caminhando ao lado de Pablo pelas vielas do nível 3, eles tentavam se manter ocultos nas sombras, até que para um humano o outro conseguia se mover de forma rápida e silenciosa.

Não demoraram a alcançar o local que seria o ponto de encontro deles com a resistência. Um dos homens de confiança de Fletcher estava ali esperando por eles, trocaram um leve aceno em cumprimento e não demorou para que os dois seguissem o soldado.

Depois de alguns minutos se esgueirando por aquela parte da cidade eles chegaram no que parecia ser um duto de água que levava para fora da cidade, por sorte era água limpa e não esgoto ou seria insuportável para o seu povo e seu olfato sensível.

Parado ao lado da grade aberta estava o Capitão Fletcher segurando um molho de chaves antigas, provavelmente a chave das grades daquele duto estavam ali e isso faria com que tudo fosse discreto. Grupos de 10 a 15 pessoas passavam rapidamente pelas grades e logo eram levados pelos membros da resistência.

Pablo estava ali justamente para que os outros o reconhecessem e se sentissem mais seguros, ao mesmo tempo que evitava conflitos desnecessários. Estava atento à movimentação ao redor, deixando seus sentidos livres e em alerta para caso houvesse alguma aproximação suspeita. Sua prioridade no momento era garantir que os membros do clã entrasse na cidade em segurança, depois de um longo tempo o último grupo passou pelas grades 

Nesse grupo estava Mark e uma jovem que Pablo não reconheceu, não foi difícil para Pablo identificar o homem em meio aos outros. Afinal, os cabelos ruivos e os olhos verdes se destacavam no mar de cabelos negros e olhos escuros.

Mark abriu um sorriso ao vê-lo e começou a se aproximar passando facilmente pelos outros, mas ao olhar sobre o ombro de Pablo ele ergueu uma sobrancelha antes de encarar o moreno de forma questionadora.

Pablo olhou para trás e viu que Sebastian estava parado a uma certa distância, ao olhar para o ruivo ele só revirou os olhos e deu ombros. Não era como se ele não tivesse avisado que era muito perigoso estar ali.

— Vamos, conversaremos no bunker. — Disse Fletcher enquanto se aproximava. — Já ficamos tempo demais aqui e pode se tornar arriscado a qualquer momento.

Acenaram em concordância e não demoraram a seguir o homem mais velho rapidamente. Em menos de 5 minutos eles estavam passando por um portão lateral de uma propriedade vasta, mas em vez de seguirem na direção da casa principal, caminharam para a esquerda em direção a uma pequena cabana.

— Como diabos vai caber todo mundo aí? — Perguntou o jovem confuso.

— Venha, nem tudo é o que parece. — Respondeu Sebastian soltando uma risada descontraída.

O loiro avançou ao lado de Fletcher para dentro da cabana e os demais começaram a segui-los. Mas ao em vez de ficarem na sala da cabana, eles simplesmente caminharam até a estante que cobria uma das paredes à direita, a estante já estava afastada mostrando degraus que pareciam ir para o subsolo.

Pablo naquele momento compreendeu que não era na cabana que eles ficariam e sim debaixo dela. Ao descerem as escadas e chegarem ao final, grandes portas de aço com ao menos 6 metros de altura se estendiam.