Capítulo 1 - Um pingo de felicidade no meio do caos.

1.2K 230 1.2K
                                    

Nikollay caminhava junto ao seu povo com passos lentos pela floresta. Tentavam empurrar algumas carroças para pela trilha, junto com os pertences das pessoas. Quanto mais fundo eles adentravam a mata mais difícil ficava. Aqueles que tinham algum treinamento em combate estavam divididos, metade estava na frente junto com Alphonse e a outra metade estava na parte de trás protegendo a retaguarda do Clã junto a Nikollay. Depois de algumas horas tornou-se impossível empurrar as carroças para dentro da floresta. Então Alphonse ordenou uma pausa para que pudessem descansar e pensar no que fazer. Afinal, havia muitos idosos e muitas crianças no meio daquela caravana e eles pareciam cansados.

Nikollay sentou-se em uma pedra e suspirou, ele ainda estava com raiva por terem sido expulsos. Mas também estava triste, pois ele não sabia se conseguiria ver Amber novamente. Ele conseguia se lembrar da primeira vez que a tinha visto, como se aquilo tivesse acabado de acontecer.

◤━━━━━━━ ☆. ☪ .☆ ━━━━━━━◥

3 anos antes.

Elena e Nikollay estavam passeando pelo nível 2, na área comercial. Ele ainda não entendia porque sua mãe não havia pedido para alguém ir fazer as compras e muito menos o porque o tinha arrastado. Ele tinha que treinar, estudar e estar junto ao seu pai cumprindo a sua obrigação como aprendiz. Seu treinamento para se o Alfa e o líder do Clã já havia começado, ele não queria perder tempo passeando pelo mercado.

- Veja querido que flores lindas! - Exclamou Elena com um sorriso nos lábios.

E começou a se dirigia para a porta de uma floricultura. A loja era mediana em seu tamanho, suas portas e janelas de vidro permitiam que os clientes contemplassem a beleza das flores mesmo estando do lado de fora. Elena não pensou duas vezes antes de sair arrastando Nikollay para dentro da loja, aquilo fez o rapaz bufar. Era um jovem de 23 anos, não estava interessado em flores.

- Mamãe, eu tenho mais o que fazer. Vamos embora logo. - Ele disse aquelas palavras de forma impaciente conforme era arrastado para dentro da loja.

O aroma de flores impregnava o lugar, aquilo fez que ele ficasse um pouco tonto por causa de seu olfato sensível. Elena era pequena, mas isso nunca impediu que sua presença fosse notada ou respeitada. Ela simplesmente deixou uma expressão séria se formar em seu rosto e o fito por alguns segundos. Isso fez com que Nikollay ficasse quieto, ele sabia muito bem que sua mãe não era sempre uma doce e gentil senhora.

- Vá perguntar a alguém no balcão se eles têm Crisântemo, pois não estou vendo aqui. Ande logo! - Ordenou a mulher.

Elena havia ficado irritada com as reclamações de Nikollay. Ele percebeu aquilo e resolveu que era melhor se afastar. Com passos rápidos ele chegou até o balcão, mas não havia ninguém no local. Ele ergueu a sobrancelha estranhando aquilo.

- Olá? Tem algum ai? Vocês têm Crisântemo? - O tom de voz dele tinha se elevado, já que ele tinha percebido uma porta entreaberta. Não demorou muito para uma jovem passar pela porta com um sorriso em seus lábios carregando um jarro cheio de flores.

- Temos sim, senhor. Tem alguma preferência de cor? - Disse uma voz feminina com doçura e suavidade.

Nikollay simplesmente não conseguia se mexer ou responder. Ele fitou a moça com admiração, nunca tinha visto moça tão bela. Seus cabelos desciam em ondas largas até sua cintura, eles eram alaranjados como a chama de uma fogueira, brilhavam como se fossem o próprio sol. Os olhos dela pareciam duas esmeraldas recém-polidas e o corpo era belo e curvilíneo. O rapaz quase não percebeu que a encarava de forma descarada e em silêncio, só reparou que cometia tal gafe quando a jovem começou a ficar com o rosto avermelhado. Foi então que Nikollay percebeu o que estava fazendo e um pouco sem graça ele desviou o olhar e riu baixo logo em seguida.

Utópico. - Duologia Deverpolt.Where stories live. Discover now