Capítulo 11 - Revelações.

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Luna já estava impaciente, eles passaram horas escondidos entre as moitas. Finalmente a movimentação na casa cessou, as luzes foram apagadas e o silêncio reinou naquela propriedade. Um suspiro de alívio escapou de seus lábios assim que ela começou a se esgueirar pelas sombras se aproximando da construção. Pablo vinha logo atrás dela em silêncio e alerta deixando seus sentidos aguçados, eles não poderiam ser vistos e muito menos ser pegos ou isso colocaria tudo em risco.

Qual é a janela? — Questionou Luna.

Pablo começou a andar na frente mostrando o caminhou, não demorou muito para eles estarem parados na lateral da casa. Pablo ergueu o indicador e apontou para uma pequena sacada, Luna assentiu entendo o que ele queria dizer. A morena respirou fundo e se agachou, ela se apoiava nas pernas e tencionava cada músculo de suas pernas. Depois de alguns segundos ela simplesmente pulou, ergueu as mãos e se agarrou a beira da sacada, sem muitos esforço ela ergueu o próprio corpo e pulou para dentro da sacada.

Pelo corpo deles ser diferente eles podiam fazer coisas daquele tipo, os músculos deles, principalmente os de Luna eram fortes. Quando humanos se agaichavam para ter algum tipo de impulso para pular eles se levantavam alguns centímetros, já aquelas que descendiam dos lobos como a maioria dos Deverpolt, podiam pular a metros de distância. O máximo que Luna já tinha conseguido era 10 metros, ela já havia visto Cameron pular 14 e Nikollay 18. Com bastante prática chegaria lá um dia.

Alguns segundos depois Pablo estava caindo ao seu lado de forma silenciosa, pararam para analisar a situação. Se concentraram para ouvir e sentir tudo ao redor deles e principalmente para descobrir se tinha alguém no escritório, estava vazio. Sem mais demora Luna empurrou a porta da sacada, claro que não estava trancada, na mente deles ninguém subiria por ali. Se não fosse como Luna ou Pablo seria simplesmente impossível. Quando Luna entrou naquela sala um cheiro de podre misturado a sangue invadiu suas narinas, isso vez com que a jovem fizesse uma careta e negasse com a cabeça.

— Pelo visto não limparam direito isso aqui. — Resmungou Pablo.

Provavelmente os corpos já estavam apodrecendo quando tiraram daqui. — Sussurrou Luna enquanto caminhava pela sala com cautela. — Onde é a passagem?

Pablo então se apressou indo para a direita e Luna o seguiu, quando chegaram próximo a uma das paredes ela pode perceber uma grande estante, estava bem escuro ali e toda a claridade vinha do lado de fora, provida somente pela lua. Luna tateou a lateral da estante e não demorou para achar o vão, ela ficou se perguntando se ela se moveria se eles puxassem um livro ou se o mecanismo era outra coisa, a jovem decidiu não perder tempo. Segurou a estante e começou a arrasta-la.

Vai fazer barulho! — Exclamou Pablo olhando para os lados assustado.

Mas não foi isso que aconteceu, eles escutaram um clique e um livro tinha tombado para frente. E no mesmo instante a estante correu sozinha, afastando uma parte da parede dando passagem. Era um corredor e alguns passos a frente tinha uma pequena luz, Luna se concentrou e percebeu que não havia ninguém ali, então provavelmente era uma algum tipo de luz artificial. Sem qualquer temor ela entrou pelo buraco atrás da estante e começou a caminhar pelo corredor silenciosamente, Pablo a seguiu sem demora, não demorou muito para a passagem se fechar e eles serem engolidos pela escuridão. Luna então sorriu e começou a revirar sua bolsa em busca de algo.

— E ainda dizem que bolsas são inúteis. — Resmungou a jovem.

Pablo provavelmente encarava Luna confuso, mas tudo que a jovem fez foi puxar algo de dentro da bolsa e um click foi ouvido pelos dois. Então a luz de uma pequena lanterna iluminou o corredor que antes estava completamente escuro. Luna percebeu que o corredor dava em uma escadaria que descia em caracol, ao apontar a lanterna para o chão viu uma pequena trilha seca de gotículas vermelhas. A morena se abaixou perto de uma de esfregou seu dedo sobre a mesma, logo em seguida a ergueu até o nariz.

Utópico. - Duologia Deverpolt.Where stories live. Discover now