Sorrisos

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Depois de terem sido vistos na sala a dormir ao lado um do outro, Eren nunca esperou aquele desenrolar de acontecimentos. A aceitação e carinho por parte dos pais de Levi iam muito além do que imaginava inicialmente.

Imaginou tantos cenários em que os veria desiludidos com a escolha do filho que chegou a sentir-se idiota, quando viu que nada daquilo tinha qualquer fundamento. Pelo contrário, além das palavras e gestos de carinho de Catherine, também recebeu um abraço de Santiago que sorriu divertido perante a hesitação de Eren com toda a situação. Nunca pensou que o aceitassem daquela forma e não podia encontrar palavras para descrever como se sentiu com cada palavra e gesto por parte deles. Não o tratavam como se fosse alguém novo na família, mas como se sempre estivesse estado ali.

Quando por fim, ficou tudo às claras e sem segredos diante dos pais de Levi, estes sugeriram que fossem todos deitar, visto que era bastante tarde. O que não esperava é que Catherine comentasse sobre o facto de Eren não precisar de dormir com os amigos, pois se quisesse podia ficar no quarto com o filho visto que não havia razões para que continuassem a fingir que não passavam tempo juntos. Isso fez o moreno mudar de cor e tropeçar nas palavras, dizendo que seria melhor dormir com os amigos e praticamente saiu a correr.

– Fica ainda mais adorável quando está envergonhado. – Comentou Catherine.

Levi suspirou, pensando que se não fosse aquele comentário, provavelmente não teria que passar aquela noite sozinho. O que não esperava é que no dia seguinte, após a sua corrida matinal na companhia do pai, encontrasse Eren acordado àquela hora. Aliás, não só estava bem desperto como fazia a sua voz ecoar na imensidão que os rodeava.

No fim da canção que deixaram que terminasse, sorriu um pouco embaraçado por estar tão envolto no seu próprio mundo. Annie foi a primeira a dar-lhe os parabéns e elogiar a nova música, seguiu-se Santiago que parecia honestamente interessado não só nos dotes musicais de Eren, como também na fluência na língua alemã.

Ere caminhou na frente dos três que conversavam mais atrás e entrou primeiro em casa, indo até à cozinha ajudar Catherine que preparava a primeira refeição daquele dia.

Em pouco tempo, Levi ouviu os amigos de Eren também darem sinais de que estavam acordados e dispostos a ajudarem a compor a mesa com uma escolha bem variada. Entre risos, Connie a tentar controlar o apetite da namorada e Christa e Bertholdt a fazerem perguntas sobre algumas das coisas que estavam na mesa, todos acabaram por ajudar a pôr a mesa.

– Eren? – Chamou Levi, vendo o moreno passar ao seu lado com a intenção de sentar novamente longe dele, como tinha feito desde que tinham chegado ali.

– Huh?

– Senta. – Apontou para a cadeira ao seu lado.

Sabendo que estava a ser alvo de olhares divertidos, mas sem querer ir contra aquele "pedido", acabou por sentar ao lado do professor que barrava algo que parecia uma geleia numa das torradas, continuando a falar com a mãe.

– Cheira bem. – Comentou, vendo Levi comer uma daquelas torradas com aquela geleia.

– Frutos vermelhos. Queres provar? – Perguntou e antes que o rapaz pudesse responder, pôs o pão na frente da boca de Eren. – Prova.

Novamente, sentiu-se observado, mas assim que mordeu o pão e sentiu o sabor que invadia a sua boca, os seus olhos brilharam.

– É bom! Só tinha provado de maçã.

– Só de maçã? – Indagou o professor, passando a geleia em outro pão e entregando a Eren. – Acho que já provei de uns vinte sabores diferentes.

Destinos EntrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora