Visitas na escola

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– Eren já passaram os cinco minutos. – Avisou Armin pela segunda vez.

Sair da cama estava a ser uma tarefa quase impossível. Depois de ouvir a voz do amigo dar por terminada a chamada no quarto, o loiro bateu na porta e pediu para passar a noite com ele. Não queria dormir sozinho e muito menos ficar a pensar no assunto que lhe provocava a ausência do sono.

Eren abriu um sorriso e depressa, encostou-se num dos cantos da cama para dar espaço ao amigo. Os dois passaram parte da noite a conversar até caírem no sono.

No entanto, assim que o rapaz de olhos azuis acordou, notou que sair daquele emaranhado de lençóis com o Eren praticamente sobre ele, não seria fácil. A respiração do outro estava contra o seu pescoço, grande parte do peso do corpo também se encontrava sobre ele e cada vez que falava em sair da cama, o amigo enroscava-se ainda mais, dizendo que queria dormir para toda a eternidade.

Riu com essa resposta e passou a mão sobre os cabelos castanhos totalmente desalinhados e mais uma vez, Eren aconchegou-se.

– Vamos ficar em casa e dormir... – Pediu. – Não quero sair daqui.

– Estás a dizer isso agora e daqui a uns minutos, estaremos os dois a correr até à estação. – Comentou, tentando mexer as pernas e levantar. Como o amigo não colaborava, uma ideia passou-lhe pela cabeça. A mão que antes tentou empurrá-lo pelo ombro, agora deslizava um pouco mais para baixo. – Pára, Eren. Pareces um gato. – Falou divertido enquanto o amigo mexia novamente a cabeça, como se esfregasse o rosto contra o pescoço de Armin. – A não ser que queiras entrar num jogo perigoso comigo, sugiro que te levantes, Eren Jaeger.

– Quero dormir... – Murmurou o outro em resposta.

Armin sorriu de lado e como se tivesse dado um choque ao amigo, este levantou de imediato. Não sem tropeçar nos lençóis e cair de rabo no chão, completamente escandalizado.

– Armin!

– Eu avisei, Eren. – Disse, saindo na cama enquanto se espreguiçava.

– Armin viste bem onde é que puseste a mão?!

– Não vi. – Falou, calçando os chinelos. – Mas senti. – Acrescentou com um meio sorriso. – Vá, sai do chão e começa a vestir-te.

Deixou para trás um Eren ainda traumatizado e atordoado. Ainda não se conformava com aquela personalidade nada inocente que dava origem a comportamentos imprevisíveis.

Terminada a higiene pessoal de ambos, seguiu-se a correria para comer qualquer coisa e chegar a tempo à estação. Armin julgou que fosse ter algum ataque por duas razões: ia engasgar-se com o pão que tentava acabar de comer ou ter uma síncope devido ao ritmo de corrida de Eren, que se ofereceu inclusive para levá-lo sobre as costas, caso não corresse mais rápido.

O tempo frio e a chuva fraca que caía com alguns intervalos de tempo também deixavam o chão escorregadio. Isso fez com que o loiro temesse várias vezes pela vida de ambos, pois o amigo não diminuía por nada do mundo a velocidade a que corria, praticamente arrastando-o. Portanto, o frio não o incomodava minimamente. O mesmo não podia dizer dos sustos que apanhou com Eren a atravessar de duas passadeiras sem sequer olhar se era seguro ou não.

Assim que avistaram a estação, a corrida alucinante chegou ao fim ao ver que ainda faltavam três minutos para o próximo metro passar. Armin aproveitou para recordar aos seus pulmões como era respirar normalmente, não sem antes tossir algumas vezes enquanto Eren pedia desculpa e batia-lhe com algum cuidado nas costas.

O local estava mais ruidoso do que o normal e logo os dois jovens entenderam a razão. Crianças. Um número considerável de crianças ria e conversava nos dois lados do cais da estação. Pelo meio, havia duas professoras que tentavam manter todos os alunos organizados e afastados das linhas.

Destinos EntrelaçadosOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz