Kitten

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Apesar do frio de inverno, o número de pessoas na rua ainda era considerável e Sarah sabia que mais estavam a chegar, pois a curiosidade chamava um público que observava de forma cada vez mais curiosa, os funcionários do novo café – Kitten. As meninas com trajes semelhantes ao que muitos consideravam empregadas francesas, enquanto outros já conheciam indumentárias semelhantes naqueles que praticavam cosplay. Se isso não fosse apelativo o suficiente, com certeza as pequenas orelhas de gato tornavam tudo incrivelmente adorável.

Christa era sem dúvida a que recebia mais atenção e era acompanhada por Eren, uma vez que ficou acordado que nenhum dos funcionários deveria andar sozinho quer fosse ali na rua ou mesmo no interior do estabelecimento. A regra era que a "maid" fosse sempre acompanhada pelo que em inglês se designaria de "butler". Servia assim como uma medida de segurança para todo aquele que mostrasse algum comportamento desviante.

Os pares foram decididos num pequeno sorteio e se a maioria não se queixava, Carolina preferia ter ficado com o moreno que sorria ao lado de Christa. Os dois tinham acabado de convencer mais algumas pessoas a visitarem o café que abriria na hora do almoço.

– Pode ser na próxima vez tenhas mais sorte, Carolina. – Comentou Armin, acenando a uma senhora que segurava a mão da filha que apontava para ele, mais precisamente para as pequenas orelhas de gato que levava.

– Desculpa, Armin, mas é que...

– Eu sei. Querias o Eren. – Concluiu. – Mas sou assim tão má companhia?

– Claro que não! – Disse rapidamente e o loiro riu. – Olha mais alguém a acenar para ti. És bastante popular. Há pouco disseram que tens um ar angelical.

– Penso que passo essa ideia com muita regularidade. – Comentou.

– O Eren disse qualquer coisa sobre nós não te conhecermos.

– O Eren é um bocadinho exagerado. – Sorriu na direção de um grupinho que se aproximava com curiosidade.

Entretanto, o rapaz de olhos verdes tentava seguir à risca os conselhos de Sarah que os observava da pequena carrinha que os tinha levado até à praça central da cidade. Não era difícil seguir o que tinham dito. Estava a divertir-se bastante com os comentários e explicações que davam aos curiosos com quem chegou a tirar algumas fotos. Ser amável e acima de tudo sorrir era das coisas mais naturais naquele dia em que apesar da noite mal dormida, o dia começava a mostrar sinais de melhoria. Estava entusiasmado com o trabalho e por ver que os receios de que não quisessem aproximar-se dele, tinham muito pouco ou nenhum fundamento. Aliás, chegou a encontrar alguns dos pais dos miúdos que tinham ido à escola dias antes. Ao reconhecerem-no, vieram logo conversar com ele e Christa. Era bom ver como não seguravam nas crianças com ele perto ou lhe dirigiam olhares que procuravam rebaixá-lo. Pelo contrário, após alguma desconfiança inicial, seguiam-se sorrisos e elogios ao jeito que mostrava ter com as pessoas, principalmente com crianças.

– Os miúdos estão fascinados connosco. – Brincou Eren.

– A Mikasa tem razão. Tens imenso jeito.

– Acho que é o hábito. – Disse, acenando a um grupo de adolescentes que não deviam ser muito mais novas do que eles e que soltaram gritinhos ao ver a atenção que lhes dirigiu por momentos.

– A Mikasa chegou a dizer que no orfanato sempre que chegavam crianças novas, eras a pessoa que mais os defendia e olhava por eles.

Eren encolheu os ombros.

– Só fazia aquilo que qualquer pessoa no meu lugar faria. – Respondeu.

– Às vezes, acho que não sabes como és alguém especial. – Comentou Christa e o amigo olhou para ela curioso e depois, sorriu e disse:

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