Recuperação (1º parte)

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– Nunca pensei que fosses capaz de fazer a justiça mover-se a este ritmo. – Comentou Mike e pegou no copo de vinho que havia sobre a mesa antes de brindar em tom de brincadeira com Nanaba que sorria.

– Tenho pouca paciência para quem tenta enrolar a lei. – Respondeu.

– Mesmo assim, conseguiste com que todos testemunhassem num tempo recorde e sem que mais ninguém ficasse comprometido, mesmo com o que aconteceu na morte do tal Kenny ou mesmo do banqueiro.

– Não há provas de nada. – Respondeu tranquilamente.

– A Riko continua ao teu lado e ambas continuam implacáveis, mas sei que continuam sem se falar muito fora do âmbito do trabalho. – Comentou o médico, provando um pouco mais da posta de peixe que havia no prato.

– Ela uma advogada muito boa, mas... não está disposta a agir à margem da lei.

– Não posso dizer que não a entenda.

– Mike, se eu não tivesse alguns contactos, aqueles monstros estariam novamente à solta e poderiam destruir a carreira do Irvin, do Levi e não só. Arruinariam a vida de dezenas de pessoas, porque o dinheiro e a influência estrangulam a justiça. – Recostou-se na cadeira com o copo de vinho na mão. – Além disso, os advogados de Utopia também são ótimos e não lhes interessa ver a sua nova estrela envolvida em escândalos. Estamos todos a remar na mesma direção. Dentro de poucos dias, teremos a sessão de alegações finais e depois, em questão de pouco tempo, a juíza terá uma decisão final sobre a mesa. Não acredito que nenhum deles possa sair da cadeia e mesmo que saiam... – Olhou para o conteúdo avermelhado do copo. – O que estão a viver agora é apenas uma pequena amostra do inferno que causaram na vida de outras pessoas. – Olhou para Mike. – Não achas que é justificável?

– Depois do que fizeram com aquelas crianças e com os nossos amigos? – Respondeu com outra pergunta. – A justiça não tem o direito de ser cega.

Nanaba sorriu.

– Hum, falando de coisas menos obscuras. É verdade que vais mesmo conseguir tirar a próxima semana?

– Hum, hum. – Confirmou, depois de mastigar a comida que entretanto tinha colocado na boca. – Vai bater certo com a semana em que não deve haver novidades em termos legais, certo? Portanto, não há desculpas para adiarmos mais.

– E eu que pensava que a lua-de-mel vinha depois.

– A lua-de-mel pode acontecer quantas vezes quiseres.

– Ah sim? – Provocou. – É bom saber que pode não me apetecer devolver um médico tão prestável ao seu local de trabalho.

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– É uma pena que o Eren não possa vir connosco. – Comentou Christa, colocando mais um saco na mala do carro de Bertholdt e Reiner.

– Temos passado o verão todo a convidá-lo para ir à praia connosco. Logo agora que temos tempo e um carro que não nos vai abandonar a meio do caminho, mas ele insiste em descartar sempre. – Falou Reiner inconformado.

– E não foi o único. – Comentou Ymir, vendo que Armin chegava sozinho com Mikasa.

– O Jean também não vem? – Perguntou o Bertholdt.

– Trabalho. – Responderam Mikasa e Armin, confirmando que Annie também não estaria presente.

Se bem que os dois mantiveram silêncio sobre a razão que levava Eren a mostrar-se sempre indisponível para ir à praia, mas arranjava sempre algum tempo se o convívio fosse em casa de algum dos amigos ou mesmo para as aulas de culinária. Estas últimas das quais não desistia, apesar dos comentários não só de Jean, mas também Connie que chegou a dizer que quem sabe, o facto de queimar cada doce que tentava fazer era um sinal divino de que não deveria cozinhar.

Destinos EntrelaçadosWhere stories live. Discover now