C A P Í T U L O - 78

996 78 42
                                    

Jade Thirlwall

Os dias se passavam e Perrie estava cada dia mais estranha, assim como minha mãe também, elas me limitam durante todo o tempo, eu não posso mais nem sair de casa sem que uma delas vá atrás de mim, ou mande que alguém venha, como fizeram agora, mandando Leigh-Anne comigo para a consulta dos gêmeos na pediatra.

Tenho certeza que eles estão me escondendo algo, apenas não sei o que é ainda, por que eu vou descobrir.

Como o prédio da clínica fica próximo ao central park, eu decidi que seria bom dar uma volta com os bebês por aqui, assim eles e eu ficam um pouco mais de tempo fora de casa. Bruna está fofa demais essa manhã, com seus vestido amarelo de babados e um laço na cabeça, enfeitando seu cabelo cheio num tom de castanho que é quase loiro, já Alex está um perfeito rapazinho, cada dia mais gordinho e parecido comigo, vestido com seu body branco com listras azuis, e uma calça branca.

— O que acha de tomar um café? — perguntei para Leigh-Anne, minha amiga parecia estar em alerta, olhando para os lados afoita.

— O que? — me olhou piscando os olhos.

— Tomar um café, comer umas rosquinhas, qualquer coisa. — disse com descaso, nervosa por estar sendo excluída de algo. — Quer saber? — parei de empurra o carinho e ela me olhou. — Quero ir pra casa.

— Não a gente pode ir comer alguma coisa se você quiser, claro que podemos. — Leigh-Anne estava falando aquilo para poder me agradar e eu via em seus olhos.

— O que eu não tenho que saber?

— O que? — ela perguntou confusa.

— Vocês estão me escondendo alguma coisa, o que é?

— Não é nada. — balançou a cabeça. — Tem um ótimo café daquele lado da rua, vamos? — apontou para o outro lado da calçada.

Nada poderia melhorar meu humor agora, nem mesmo uma bendita xícara de café ou uma caneca com chá de laranja e canela cheiroso e quentinho, é capaz de acalmar meus nervos agora, me convencer de que não tem algo de errado nisso, mas eu sei que tem.

— Não, acho melhor a gente ir pra casa. — disse irritada.

— Amiga, olha você não precisa ficar nervosa, está tudo bem. — Leigh-Anne tocou meu braço. — Sério.

— Mas eu não estou no clima Lee, vocês estão me escondendo alguma coisa, tá na cara. — disse.

Leigh-Anne respirou fundo e me olhou piedosamente, eu me irritei mais ainda, e achei aquilo tudo ainda mais estranho do que já estava sendo. Assim que chegar em casa farei Perrie me contar da verdade, ou isso ou teremos sérios problemas. 

Minha amiga balançou a cabeça afirmando e seguimos até aonde o carro estava, caladas e distantes uma da outra, quando chegamos na porta ela vasculhou sua bolsa, bolso dos casacos, do jeans, mas não achou. Ela jogou a cabeça para trás e deu um gritinho, irritada.

— Esqueci as chaves na clínica, vamos ter que voltar pra buscar.

— Não vou ir até lá, eu espero aqui. — me abaixei para ajeitar a roupa de Alex, meu bebê tinha seus olhos abertos e nos observava com atenção, como se entendesse minhas palavras.

— Não, é perigoso.

— Perigoso por que? — olhei com desconfiança, Leigh-Anne se calou. Aquilo tudo era como um quebra cabeça, aos poucos eu ia pegando informações e então juntando as peças.

— Nada, nada. — balançou as mãos. — Eu vou rápido, você não sai daí.

— Certo, eu vou mesmo muito longe com um carrinho desde tamanho. — bufei.

Leigh-Anne choramingou mais uma vez, sua preocupação pareceu ter aumentado, e eu só queria saber o por que. Estava tudo bem, eu estou segura assim como meus filhos também estão.

— Eu vou rápido.

Ela saiu correndo em direção ao prédio mediano do outro lado da rua, tão rápido que parecia estar desesperada. Olhei para os meus bebês e respirei fundo, sorrindo quando meus olhos se encontraram com os de Alex.

— Você é um garoto adorável filho. — sorri. — Um menino lindo demais, sua outra mamãe tem razão quando fala que o mundo precisa ver a beleza de vocês.

Alex mexeu os braços e pernas, resmungando e piscando os olhos lentamente. Voltei a observar o movimento nas ruas, carros e pessoas passavam a todo momento, até mesmo algumas sorriam para os meus filhos e diziam o quanto eles são lindos e fofos. Como uma mãe orgulhosa e bobona que sou, eu abro um grande sorriso e agradeço.

— Quando minha mãe disse eu não acreditei. Dois bebês, eu sou um homem de sorte. — a voz atrás de mim arrepiou cada pelo do meu corpo.

Isso só pode ser brincadeira, isso tem que ser mentira. Continuei para no mesmo lugar e ele se aproximou, parando ao meu lado, para proteger meus filhos desse homem nojento, eu rapidamente empurrei o carrinho para longe, mas ele me alcançou.

— Espera. — agarrou meu braço com força, me fazendo parar e dar passos para trás.

Estremeci e tentei me soltar de seu aperto, o carrinho parou tão bruscamente que Bruna acordou choramingando, e seu irmão fez bico para iniciar seu choro.

— Meus filhos são lindos, qual o nome dela? — perguntou olhando para Bruna.

— Não é da sua conta.

Como esse homem conseguiu fugir? É por isso que todos estão me prendendo em casa? É por isso que Leigh-Anne estava tão aflita?

— Claro que é, por que não me falou dela?

— Como você conseguiu fugir? Você estava preso. — fiz força para me soltar de seu aperto, mas ele me agarrou mais forte, deixando meu braço dolorido.

— Isso já não interessa á você. Mas o destino é bom comigo, estava dando uma volta por aqui e vi você com a policial. — Cooper chegou mais perto do meu ouvido, eu podia sentir seu hálito quente em meu rosto, sua voz me causava medo.

Bruna apenas ameaçou chorar, pois voltou a dormir quando eu não me apressei para pegar ela, e Alex estava um pouco agitado, provavelmente por estava com fome.

— Ela está fazendo sua guarda agora? — disse com deboche. — Eu não machucaria você, meus filhos precisam de você.

— Você não é o pai deles, já cansei de te dizer isso, fica longe de nós.

— Como não? O garoto tem meus olhos, se parece comigo, e ela também. — ele sorriu, um sorriso macabro. — Mas eu não quero falar deles.

De longe eu pude ver Leigh-Anne se aproximar, ela mexia em seu celular agora, não olhava muito para mim. Droga! Pensei em gritar mas Cooper me apertou tanto que ao invés disso eu gemi de dor.

— Eu preciso fugir daqui, mas eu preciso de dinheiro, e você tem.

— Eu não tenho. — disse.

— Sua esposa tem, da teu jeito.

— Cooper eu não posso.

— Você não só pode como você vai. Eu preciso de no mínimo vinte mil.

— Eu não tenho esse dinheiro, e não vou pedir a Perrie.

— Quem disse que você precisa precisa pedir? — ele me soltou e se aproximou do carrinho, se abaixou para tocar os bebês mas eu o empurrei para longe. — Tudo bem, eu não chego perto deles se você não quiser. — ergueu as mãos e riu. — Você tem quatro dias.

Cooper se virou e colocou o capuz de seu casaco, as mãos em seu bolso e saiu andando na direção oposta. Eu continuei paralisada no mesmo lugar, pulando se susto quando Leigh-Anne tocou meu braço.

— O que foi? — perguntou.

— N-nada, eu... Vamos embora por favor. — empurrei o carrinho na frente de volta para o carro.

O que eu vou fazer agora?

only you • concluídoWhere stories live. Discover now