C A P Í T U L O - 04

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Jade Thirlwall

Depois que Perrie saiu daqui uma ponta de esperança surgiu em mim, e eu pude me imaginar longe desse lugar novamente. Mas apesar disso eu sentia que uma hora eu teria que ficar cara a cara com Cooper novamente, e isso poderia me custar caro demais. Minha vida poderia estar em jogo, eu sabia bem com o tipo pessoa com quem estava lidando.

- Vamos logo, Thirlwall! - uma das carcereiras gritou e eu me levantei rapidamente saindo daquela cela escura e fria aonde tinham me jogado.

Esse lugar é detestável, as pessoas estão aqui para pagarem por seus crimes acabam saindo piores, corrompidas pela maldade, e eu não queria ficar daquele jeito, por isso eu precisava depositar toda a minha esperança em Perrie, pois ela acreditava na minha inocência e isso já bastava.

Todas as detentas foram guiadas para o pátio para o nosso diário banho de sol, quando nós finalmente podiamos sair daquele buraco e respirar um pouco de ar puro, eu particulaente preferia ficar na cela - apesar de detestar aquele lugar -, lá eu me sentia segura pelo menos.

Quando chegamos ao pátio cada uma foi para o seu canto, todas com seus respectivos grupos - como se estivessem no colegial -, e eu fui até um banco de cimento puro, me sentei ali e em como todos os dias fiquei olhando para o nada, perdida em meus pensamentos imagianando como seria o meu futuro agora se ao invés de fugir tivesse ficado em casa.

Todos os dias desde que fugi sentia meu peito apertar de saudade da minha família, fazia quatro anos que eu não os via, que não ligava e nem tinha notícias deles, Cooper tinha me proibido de entrar em contato, e por medo eu obedeci. Engoli o choro, como fiz incontaveis vezes naquele dia e continuei a olhar para o nada.

- Oi. - ouvi uma voz rouca e baixa ao meu lado e virei o rosto.

Eu já tinha visto aquela mulher algumas vezes, mas ela parecia rude demais para que eu tentasse alguma amizade. Seus olhos verdes me encaravam com curiosidade e ela tinha um sorriso dócil em seu rosto, apesar de sua aparência intimidadora indicar outra coisa.

- Oi. - respondi.

- Sou Lauren, você deve ser a Jade, né? - ela perguntou e eu assenti. - Você está sempre tão sozinha aqui.

- As pessoas aqui não são muito receptivas se é que me entende. - disse olhando em nossa volta.

- Me sinto no colegial, só que com menas popularidade, quase nula na verdade. - ela tombou a cabeça para o lado me fazendo rir. - E bem menas pessoas bonitas, e sem uma namorada que me ame.

- Exatamente. - concordei. - Está presa por que? - perguntei e ela suspirou.

- Sabe como é, dinheiro fácil chama atenção, eu não queria ir para a faculdade ou trabalhar então comecei a vender drogas, eu tinha um bom dinheiro no caixa antes de ser presa, gastei boa parte com advogados e a outra deixei pra minha namorada, noiva agora. - ela sorriu, seus olhos até brilhavam. - Camila comprou uma casa para nós duas, o que sobrou ela guardou, para o nosso casamento segundo ela.

- Sua noiva, Camila estava envolvida nisso? - perguntei novamente, invejando Lauren pelo relacionamento saudável aonde era fato de que o amor realmente existia.

- Não, Camila estava na faculdade, ela fez letras e agora dá aulas em uma escola infantil, ela é apaixonada por crianças, pretendiamos ter filhos. - Lauren suspirou. - Mas nossos planos estão próximos de se concretizar, saio daqui amanhã.

- Isso é maravilhoso, fico feliz por você. - disse e Lauren sorriu.

- Você está aqui por que? - Lauren perguntou.

- Meu namorado, ele fazia coisas erradas e eu sabia, mas nunca disse nada, a polícia foi atrás dele eu não quis ir e nós brigamos ele correu pro carro e eu fiquei pra trás. - expliquei e Lauren abriu a boca aparentando estar indignada.

- Que filho de uma puta. - Lauren disse. - Que grande canalha, Jade.

- Também acho. - murmurei.

- Chame um advogado, corra atrás da sua liberdade Jade. - Lauren tocou meu ombro. - É tão bom falar com alguém, fiquei aqui por por sete anos e nunca falei com alguém por mais de cinco minutos.

- Estou há três meses aqui e não falei com ninguém também. - suspirei. - São só eu as lágrimas e o silêncio daquela cela.

- Isso é detestável. - Lauren mordeu os lábios. - Queria ter conhecido você antes, ou em outra ocasião, poderia te chamar para tomar um café comigo e com Camila, ou quem sabe dado um soco do seu ex namorado babaca por você.

- E eu seria eternamente agradecida. - sorri um sorriso verdadeiro o único em todos esses meses.

Lauren parecia ser realmemte uma pessoa agradável e confiável. Ficamos um bom tempo conversando e logo nosso tempo no pátio acabou, formamos filas para voltar para as celas e Lauren foi para o outro lado do pátio, pois ficava em um setor diferente do meu. Enquanto andava ouvi alguns murmúrios ao meu lado mas ignorei aquilo voltando quieto para o meu lugar.

- Jade Thirlwall. - ouvi me chamarem e virei o rosto dando de cara com uma mulher com quase o dobro do meu tamanho, algumas tatuagens espalhadas pelo braço, e uma expressão de deboche. - Sabe, estou aqui para te dar um recado do Cooper, se lembra dele?

Engoli em seco e continuei andando, mas aquela mulher agarrou meu braço com força e eu voltei - quase que automáticamente para trás -, olhando assustada para ela. Eu odiava parecer fraca demais, odiava ser fraca demais aos olhos alheios.

- Não quero saber do Cooper. - murmurei.

- Mas ele quer saber de você, mandou até um recado. - ela me apertou com mais força e meus olhos se encheram de lágrimas.

- Não quero saber dos recados dele, não quero saber dele, me solte por favor. - pedi segurando choro.

- Mas eu não ligo para o que você quer saber, Jeed... É assim que ele te chama não é? - ela riu e eu fiz força para me soltar. - Bom, ele disse pra você ficar de boca fechada se ainda quiser ter a lingua dentro da boca.

- Eu não disse nada. - choraminguei. - Me solta.

Senti meu coração apertar e o medo tomar conta de mim, me fazendo perceber que eu não deveria ter falado nada para Perrie.

- Sua advogada gostosa tem vindo visitar você, não é? Cuidado com que tem falado pra ela. - alertou-me.

Balancei a cabeça rapidamente e senti as lágrimas grossas pelas minhas bochechas, e tentei me conter para não chorar mais e demonstrar mais fraqueza. Aquela mulher me soltou bruscamente contra a parede me fazendo bater com força. Senti uma forte dor em meu braço mas me calei.

Aquela cena chamou a atenção de algumas presas até que a carceraria percebesse e fosse até mim, já que a outra tinha saído de cena. Tudo naquele lugar parecia piorar cada vez mais.






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Por hoje é só meninas.

only you • concluídoWhere stories live. Discover now