C A P Í T U L O - 18

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Perrie Edwards

Meus olhos estavam fixos em Jade enquanto eu segurava sua mão, com o coração apertado e o medo tomando conta de cada músculo meu.

Mas Jade parecia estar em paz o que amenizava minha preocupação e me dava um pouco de tranquilidade. Assim que ela desmaiou no corredor do apartamento eu à trouxe correndo para o hospital - até mesmo Carly tinha vindo comigo -, mais próximo e não sai do seu lado por um segundo se quer.

Meu coração estava apertado e eu já imaginava coisa terríveis que poderia ter ocasionado aquele desmaio. Ela se remexeu na cama e lentamente seus olhos foram se abrindo, olhei sorridente e aliviada para Carly pousou seu olhar suspeito e nada reconfortante sobre ela me fazendo bufar. Talvez essa segunda chance tivesse sido um erro.

- Ela está acordando. - disse, apertando a mão de Jade ao vê-la abrir completamente os olhos, observando tudo ao seu redor antes de olhar para mim completamente perdida. - Olá, como se sente?

- Péssima. - murmurou olhando mais atentamente para o quarto parecendo só então perceber que estávamos em um hospital.

Jade olhou assustada para mim e eu sorri na tentativa de reconforta-la, soltando o aperto em sua mão para afagar o cabelo castanho e macio, Carly ergueu a sombrancelhas ao me encarar e eu me afastei de Jade, ouvindo-a bufar voltando a olhar através da janela.

- Tive que trazer você pra cá, não podia deixar você desmaiada. - expliquei mas aquilo não pareceu amenizar nada. - O médico colheu seu sangue para alguns exames, tudo bem? Estamos esperando.

- Oh Perrie. - os olhos de Jade se encheram de lágrimas e eu à olhei confusa. - Desculpe por dar tanto trabalho, eu disse que seria melhor ficar no apartamento e...

- Pare de dizer que me dá trabalho Jade, faço isso por que quero seu bem. - naquele momento eu pude ter parecido um pouco rude com ela à fazendo se calar, mas Jade tinha que parar de achar que era um tipo de peso para mim pois estava longe de ser. - Só isso.

- Que ridículo. - ouvi Carly resmungar enquanto passava a mão no rosto e logo olhou para mim. - Vou comer alguma coisa, vai querer algo Perrie?

- Não, obrigado Carly. - respondi sem nem se quer olhar para ela e então Carly marchou com seu habitual mal humor para fora do quarto.

Nem parecia a pessoa que me pediu outra chance e se negou a cogitar a idéia de um divórcio.

Voltei a olhar para Jade e ela estava com a cabeça deitada sobre travesseiro, com o olhar distante parecendo pensar em algo, instigando minha curiosidade e medo de saber o que ela tinha de verdade.

- Tem algo para me contar? - perguntei e vi uma lágrima escorrer pelo rosto. - Não chora Jeed, eu estou aqui pode me contar tudo, o que for que eu não vou deixar você.

Naquele momento ela se virou para mim com os lábios trêmulos e as lagrimas descendo compulsivamente pelas bochechas. Meu coração se apertou e eu tive vontade de toma-la em meus braços e nunca mais soltar.

Não sei por que motivo, mas desde que vi Jade pela primeira vez sabia que tinha algo diferente nela, algo que me faria ver tudo de uma nova forma e sentir também, para dizer a verdade eu nem se quer precisei vê-la para que meu coração palpitasse por ela.

Eu estou apaixonada, é estranho e antiético admitir isso, mas eu estou.

Isso é loucura total e tenho quase certeza que meu casamento fracassado contribuiu, mas talvez eu esteja me apaixonando por ela aos poucos, me apegando e sentindo medo de perde-lá por isso todo o desespero e raiva quando Carly me disse que ela tinha ido embora. Mas de outro lado estava Carly, minha esposa egoísta e de índole duvidável, que apesar disso era minha esposa e eu devia respeito.

Afastei todos aqueles pensamentos confusos e foquei apenas em Jade.

- Diga, pode me contar. - insisti e seu choro se intensificou.

- Ele vai vir atrás de mim se descobrir. - murmurou em meio ao choro e minha curiosidade aumentou gradativamente assim como meu medo.

- Por que ele viria atrás de você, o que está acontecendo, Jade me conta, por favor. - pedi passando as mãos em seu rosto.

Jade pareceu se acalmar com meu toque e eu me aproximei mais dela, deixando nossos rostos bem próximos e nossa respiração se misturou, eu podia sentir o calor de seu corpo. Seus olhos estavam fixo nos meus e nada mais se passava em minha mente, apenas o quão linda Jade é, o quão frágil e sensível e o quanto eu sinto uma vontade enorme de cuidar dela de fazer ela se sentir amada como o cretino do Cooper não fez.

Meus olhos foram até seus lábios e meu coração disparou, batendo tão forte que poderia pular para fora do peito a qualquer minuto. Jade se aproximou um pouco mais raspando seus lábios nos meus, desci minha mão até seu pescoço a puxando para mim selando nossos lábios.

O beijo não foi do mais intenso, nossos lábios apenas se tocaram de forma calma e ansiosa, mas só isso já foi o suficiente para me fazer pirar de vez.

Ficamos daquele jeito por alguns segundos, lábios grudados e o coração disparado, e todo o discurso brega sobre meu casamento tinha se desfeito instantâneamente e eu não tive dúvida alguma de que meu casamento não daria certo e eu tinha que fazer Carly enxergar isso também, afinal seria bem melhor do que desrespeita-la e magoar Jade.

Quando nos separamos Jade ficou parada me encarando, parecendo assustada e eu me arrependi por ter feito aquilo. E se ela não quisesse? Ela poderia pensar que estava a ajudando para ter algo em troca quando na verdade eu só queria que ela tivesse sua vida de volta.

Droga!

- Desculpe. - ela murmurou.

As lágrimas já tinham parado e ela só parecia amendrontada e confusa agora.

- Eu é quem devo pedir desculpas foi eu quem te... - antes de completar a frase a porta foi aberta e eu me afastei um pouco, sentindo o olhar de Jade sobre mim.

Como eu queria beijar ela de novo.

- Que bom que acordou senhorita Thirlwall. - o homem barrigudo de meia idade, colocou as mãos no bolso de seu jaleco impecávelmente branco e sorriu para ela. - Tenho ótimas noticias para a senhorita, acho que você já deve saber do que se trata.

Jade colocou a mão em seu rosto e voltou a se afundar na cama pequena chorando compulsivamente, o médico olhou para ela e depois para mim, parecendo um pouco desesperado naquela hora assim como eu. Ele veio até nós e colocou a mão no ombro de Jade à amparando.

- Minha jovem, não fique assim. - começou a dizer esfregando seu braço e eu me aproximei também. - Um filho não é um mal, pelo contrário, crianças são bênçãos, alegram a casa.

Jade chorou ainda mais quando pareceu ter a confirmação do que estava com medo de me contar e meu coração pareceu parar, aquilo poderia mudar tudo, pois caso eu viesse a falhar como sua advogada Jade voltaria para a cadeia e seu bebê iria para a cadeia, pior, se Cooper fosse inocentado ele ficaria com aquele bebê.




only you • concluídoWhere stories live. Discover now