C A P Í T U L O - 15

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Perrie Edwards

- Jade! - gritei assim que abri a porta do apartamento, tentando equilibrar todas as coisas que trazia em minhas mãos.

Eu tinha saído mais cedo do escritório e passado em uma farmácia para comprar mais remédios de enjôos para Jade e algumas outras coisas, também tinha marcado um médico para ela mesmo contra sua vontade, aqueles enjôos e mal estar não eram normais e eu iria convence-la a ir comigo.

Deixei minha bolsa e as outras sacolas sobre a bancada questionando-me pela primeira vez se tudo que eu comprei era realmente necessário.

- Jade! - gritei mais uma vez e esperei alguns minutos, mas Jade não apareceu.

Ao invés da mulher pequena de cabelos castanhos levemente ondulados e um sorriso gracioso entrar em minha cozinha foi Carly quem apareceu, com seu sorrisinho perverso usando uma camisola vermelha transparente e lingeries minúsculas, andando até mim lentamente esbajando luxúria em seu olhar.

- Acha mesmo que aparecer assim muda algo? Você dormiu fora Carly, não me disse para onde estava indo e agora vem como se sexo pudesse resolver. - revirei meus olhos e Carly parou no meio do percurso enquanto eu ainda esperava por Jade. - E se vista, Jade pode te ver assim será no mínimo constrangedor para todas nós.

- E o que importa? - Carly bufou balançando os ombros. - Estou na minha casa.

- Mas respeite os outros. - rebati e Carly bufou mais alto cruzando os braços abaixo do peito me olhando como uma criança birrenta.

Oh Deus!

- Aonde esteve? - perguntei.

- Na casa da Amber. - Carly deu de ombros caminhando até a porta mas parou e se virou para mim. - Jade foi embora.

Paralisei imediatamente quando ouvi aquilo. Como assim Jade foi embora? Carly virou o rosto jogando o longo cabelo castanho para o lado e eu permaneci tentando assimilar aquela notícia.

- Carly! - gritei em plenos pulmões correndo até meu quarto com uma agilidade que não me reconheci, abri a porta num murro e Carly olhou-me assustada.

Eu estava tão desesperada e com medo que pude ouvir meus batimentos, completamente irregular com as pernas trêmulas e lágrimas em meus olhos, sentindo que sua idá repentina tinha a ver com Carly e toda sua falta de educação e respeito ao próximo. Deus, por que eu estou assim tão mexida com alguém que conheço há algumas semanas apenas?

Minha esposa arregalou os olhos assustada e eu andei até ela, sentindo meu rosto queimar de raiva.

- Foi você não foi? - perguntei e ela rolou os olhos me irritando ainda mais. - Responde! - vociferei impaciente e Carly deu passos curtos para trás.

Ela nunca tinha me visto daquela forma.

- Vai gritar comigo por causa dela? - seus olhos brilhavam por causa das lágrimas e seus lábios estavam levemente abertos enquanto ela parecia estar realmente magoada.

- Por tudo que tem feito. - disse abaixando o tom de voz tentando normaliza-lo. - Você não é você. - eu estava magoada, tanto quanto ela ou até mais as atitudes dela encima completamente opostas da mulher por quem me apaixonei e me casei. - Isso está me machucando.

- Você nunca tem tempo pra mim Perrie, vive para o trabalho e agora para a detenta que se diz inocente, foi bom ela ter ido embora quem sabe assim ela recebe uma lição e aprende a não fazer merda! - Carly gritou aos prantos, soluçando e com a respiração desregulada. - Não quero ela dentro da mimha casa, que ela vá para de baixo de um viaduto mas não volte pra cá!

- Está vendo! - meu tom já tinha se normalizado, mas não significava que eu estava menos nervosa ou chateada com suas palavras. - Você não é a mesma, você mudou nesses últimos anos Carly, nosso casamento está ruindo antes mesmo da Jade aparecer aqui, você não é a única culpada disso, pois eu também sou, muitas vezes não dei valor no seu amor e isso nos afastou, mas não significa que pode pisar nos outros para se sentir melhor ou por causa do seu ciúmes, olhe as coisas que está falando, é crueldade.

Carly estava com seus olhos vidrados nos meus chorando intensamente, com seus lábios trêmulos e uma expressão de cortar o coração, enquanto eu me sentia mal por aquele ser possivelmente nosso fim, mas sentia um peso sair das minhas costas. Ficar daquele jeito só vai trazer dor e sofrimento, e eu quero ser feliz e quero que Carly seja também.

- Talvez seja melhor... - comecei a dizer mas o choro de Carly aumentou e eu me calei.

- Eu não quero o divórcio. - Carly disse entre soluços e lágrimas, secando seu rosto com as mãos. - Eu não aceito não vou assinar.

- Carly. - soltei um suspiro cansado e ela se aproximou tocando meu rosto. - Vai ser o melhor.

- Não vou assinar nada, nós só precisamos de um tempo. - ela selou meus lábios demoradamente sorrindo entristecida quando nos separamos. - Só isso, eu amo você.

Eu não tinha escolha alguma aquela altura, passamos muito tempo juntas para eu simplesmente tocar ela para fora de casa por que estou confusa quanto aos meus sentimentos e decepcionada com ela, ambas estamos feridas e afastas, e isso me aproximou da Jade, isso me fez vê-la com outros olhos.

Ela é tão doce, gentil e delicada, sempre com um sorriso no rosto, me faz sentir como se nada ao nosso redor importasse, me faz sentir necessidade de protege-la e isso está me confundindo os sentimentos, pois já não sei se ainda amo a Carly ou se estou me apaixonando por Jade deixando que minha carência de afeto e carinho grite dentro de mim.

Mas tudo o que eu temia agora é a segurança de Jade, pois eu tenho certeza de que ela voltou para o lugar aonde vivia com Cooper, afinal, é o único lugar que ela tem. Eu preciso ir atrás dela.

Peguei com delicadeza os pulsos de Carly e afastei-a de mim, recebendo seu olhar triste de volta.

- Vamos dar uma chance pra nós, só mais uma. - ela pediu piscando os olhos castanhos. - Só dessa vez, me perdoa.

Por que eu tenho que ter o coração tão mole?

- Ok. - suspirei dando-me por vencida.

Me afastei dela e comecei a andar para a porta do quarto até que ela correu atrás de mim e segurou-me pelo pulso.

- Aonde vai? - perguntou, agora sua voz estava suave e bem modulada.

- Buscar a Jade, demos uma nova chance para nós duas, e Jade precisa de sua chance agora ou perderá a vida na cadeia e eu não vou em hipótese alguma desampara-la.









only you • concluídoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora