C A P Í T U L O - 05

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Perrie Edwards

Naquela tarde depois que tomei um longo café com Leigh-Anne e as gêmeas decidi vir para casa, Carly já deveria ter chegado da loja e ela detestava ficar sozinha, então eu não queria ter uma discussão logo cedo. Abri a porta da cozinha devagar e pude ver Carly usando apenas uma camiseta dos Jets, enquanto parecia cortar algo em cima do balcão.

Assim que me viu ela sorriu para mim e eu devolvi o sorriso, cansada e sem nenhuma vontade de fazer aquilo realmente. Tirei meus saltos os deixando ao lado da porta e caminhei até Carly, deixando um beijo em seu rosto, e ela sorriu grande. Deixei minha maleta sobre o balcão e puxei a cadeira para me sentar.

- Como foi seu dia? - Carly indagou, cortando alguns pedaços medianos de morango.

- Cansativo, o que vai fazer? - perguntei.

- Panquecas, estou com vontade de comer. - Carly balançou os ombros. - Quer que eu corte algumas bananas, você gosta?

- Sim, estou com fome. - assenti. - Vou me trocar e já volto.

- Tudo bem Per.

Corri até meu quarto e troquei de roupa o mais rápido que consegui, evitando olhar para a minha cama, caso o contrário eu iria apagar e só acordaria amanhã. Coloquei um vestido com mangas cumpridas, e calcei meus chinelos voltando para a cozinha, enquanto soltava meu cabelo. Aquela altura Carly já estava de costas para mim fazendo suas panquecas.

- Voltei. - avisei indo até a geladeira tirando uma garrafa com suco de laranja de lá. - Vai fazer alguma coisa amanhã a noite?

- Não. - Carly balançou a cabeça ainda de costas para mim e eu fui até um dos armários e peguei um copo. - Por que? - ela se virou para me olhar.

- Vamos cuidar da Mônica e Rachel. - avisei e ela parou o que estava fazendo e me encarou como se eu tivesse falado o pior dos absurdos. - São minhas afilhadas, Leigh e Jesy querem um momento a sós.

- Não vamos cuidar das bebês Friends. - Carly negou com a cabeça usando os apelidos que Leigh-Anne mais odiava. - Ninguém mandou terem filhos, não vou olhar ninguém.

Eu estava espantada com aquelas palavras duras e sem sentimentos da Carly, aquilo não podia ter sido real. Pisquei meus olhos tentando absorver o que ela tinha falado. Quanto mais eh conhecia Carly mais surpresa eu ficava com suas atitudes grosseiras, coloquei meu copo sobre a pia e o suco também a encarando com espanto.

Carly continuou a fritar as panquecas normalmente as colocando sobre o prato, demorando até finalmente perceber que eu à encarava.

- O que foi? - ela disse irritada, quase gritando.

- O que foi? - rebati com indignação. - Olhe para o que disse, Carly.

- Que não vou cuidar do filho de ninguém. Qual é. - ela desligou o fogo e se virou para mim. - Eu marquei de ir jantar com os meus pais e você vai, é minha esposa.

- Não vou, vou ficar em casa com as minhas afilhadas.

- Você sabe que eu não gosto de crianças, Pezza. - ela disse batendo os pés no chão como uma criança mimada, mas na verdade ela era mimada sim, uma adulta bem mimada e fútil.

Andei até a porta pronta para sair quando senti um nó em minha garganta e uma grande vontade de chorar me atingiu. Me virei para trás novamente e Cada continuava no mesmo lugar me olhando, parecendo culpada quando viu que eu chorava.

- Sei que não gosto de crianças é por isso que não quer ter ou que eu tenha filhos, por egoísmo seu me nega a coisa que eu mais queria nesse mundo. - disse aos prantos enquanto ela ainda me encarava, a culpa tinha dado lugar a impaciência naquele momento, mas eu não estava dando a mínima. - Aonde está a mulher doce por quem me apaixonei?

- Ora Perrie. - ela bufou. - Achei que já tínhamos conversado sobre isso, e você já tinha entendido.

- Não consigo. - disse num sussurro.

Carly ia abrir a boca mas o telefone tocou a interrompendo e eu sai da cozinha. Não queria ficar mais tempo ali olhando pra Carly e me perguntando o motivo de ter me apaixonado por ela, por que naquela altura eu não vinha nenhum. Peguei o telefone e me surpreendi com o que ouvi, era da penitenciária e dizia que se eu quisesse aceitar era só continuar na linha e foi o que fiz.

Senti meu coração acelerar quando ouvi soluços, sabia que era Jade.

- Alô. - segurei o telefone com força começando a me desesperar. - Jade por que está chorando?

- Aah! - ouvi Carly gritar e em poucos minutos elas estava na sala. - Desligue esse telefone não terminamos nosso assunto, eu não vou olhar as gêmeas!

Fechei meus olhos com força sentindo meu desespero se misturar com a raiva que Carly estava me fazendo passar, sentindo que podia estourar a qualquer hora.

- A casa é minha, eu coloco aqui dentro quem eu quiser e eu vou ficar com as meninas, agora sai! - gritei, e vi Carly arregalar os olhos ficando paralisada no mesmo lugar. - Jade. - voltei a atenção ao telefone e ouvia soluçar novamente.

- Estou atrapalhando, não é? - sua voz estava fraca e rouca, fazendo meu desespero aumentar.

- Não, você nunca atrapalha, é minha cliente e estou aqui por você, agora me diga, por que está chorando?

- Uma mulher... Ela mandou um recado do Cooper pra mim, ele sabe que te contei, ela... Eu achei que ela fosse me bater. Perrie você precisa me tirar daqui.

Meu coração apertou.

- Ela te agrediu?

- Ela me jogou contra a parede, mas eu estou bem, só estou com medo.

- Escute, escute. - pedi para que ela se acalmasse, Jade estava soluçando bastante. - Eu não vou deixar você passar mais um dia aí, eu prometo pra você.

- Por favor. - sua voz saiu como um sussurro e eu senti uma enorme vontade de chorar.

Meus sentimentos estavam todos a flor da pele quando o assunto era Jade, o que estava acontecendo com ela era tão injusto, que eu não conseguia entender como alguém poderia ser tão mal, e depois de ver as cicatrizes em seu corpo eu queria muito protege-la.

- Fique bem, amanhã no máximo você está fora dai. - disse.

- Obrigado, eu vou te recompensar quando sair daqui, prometo.

- Não precisa, só de te ver fora dai eu já vou estar recompensada. - disse.


×

Agora vocês já podem começar a odiar a Carly.



only you • concluídoWhere stories live. Discover now