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(Aviso: Este capítulo é feito na 3ª pessoa, ou seja, não é a Nina nem o Luke a narrar.)


    E lá estavam eles, sentados no velho colchão que pertencia a Luke, a olhar um para o outro como se fosse algo vital. Na verdade, até era. Em momentos como aqueles é que percebemos o quão sortudos somos por ter alguém assim nas nossas vidas, que nos faz querer cometer das piores loucuras. O amor é assim. Talvez estes adolescentes sejam um pouco ingénuos. Não conseguiam perceber o quanto se amavam e não tinham coragem para dizer as duas palavras que podiam completamente mudar a situação onde se encontravam. Mas isso não os impedia de sentir as tais sensações que pairavam à sua volta. Qualquer um podia reparar na paixão, na delicadeza, na ternura e no amor que existia entre os dois.

    Nina encontra-se quieta e em silêncio. As suas bochechas estão coradas num bonito cor-de-rosa, como pétalas de rosa, Luke pensa. Ele apercebe-se de que a rapariga à sua frente é parecida a uma boneca de porcelana. Tão delicada, tão sensível, tão frágil, que pode partir a qualquer momento. E Luke não queria ser a pessoa capaz de a quebrar. Os cabelos castanhos claros da rapariga caem perfeitamente sobre os seus ombros e as clavículas dela espreitam por entre a camisola branca e translúcida. Os olhos esverdeados que lhe pertencem fazem contraste à sua pálida pele e Luke não pára de pensar no quão linda ela é. Ele, que dizia ser um fracasso, finalmente arranjou um motivo para se levantar todas as manhãs, e esse motivo era Nina. A rapariga com quem ele estava profundamente e imensamente apaixonado. A rapariga que deixava a sua mente às voltas e os seus joelhos a fraquejar.

    "Luke?" – a voz meiga de Nina chamou pelo seu nome, num murmúrio. O rapaz recompôs-se de imediato, inclinando a cabeça para o lado.

    "Sim?" – respondeu. A rapariga prendeu o seu lábio inferior entre os dentes, mostrando nervosismo, e brincou com as pontas dos seus dedos.

    "Porque é que nunca fizemos... Sexo?" – a sua voz saiu um pouco quebrada no final, e ela desviou o olhar para a parede de madeira. Luke não estava nada à espera dessa questão. Não sabia o que responder. Encolheu os ombros, e, passados alguns segundos, entreabriu os lábios.

    "Somos ambos virgens" – suspirou longamente – "Eu não sei o que fazer e não te quero pressionar"

    "Quero que sejas o meu primeiro" – Nina voltou a encarar os pálidos olhos azuis de Luke – "E o facto de não saberes o que fazer torna a situação diferente e especial"

    "Queres fazê-lo?" – ele levantou uma sobrancelha, não evitando esboçar um pequeno sorriso.

    "S-Sim..." – Nina meio que gaguejou, e as suas bochechas voltaram a tornar-se da cor das pétalas de uma rosa.

    "Agora?" – ele questionou, incrédulo. Luke não a queria magoar, de maneira alguma. Além disso, Nina tinha vindo do hospital há pelo menos uma semana e os arranhões nos seus braços ainda eram visíveis.

    "Sim" – ela falou num tom baixinho, com convicção. Apoiou a sua cabeça na mão e fitou o rosto de Luke, apreciando a sua beleza.

    "Não te quero aleijar. Não iria suportar isso" – o rapaz elevou o tronco de modo a poder ter uma visão mais detalhada de Nina. Ela apenas levou o seu dedo indicador aos lábios de Luke, calando-o. Subiu para o seu colo cautelosamente e os seus lábios curvaram-se num curto sorriso. Luke engoliu em seco.

    "Eu quero isto" – Nina aproximou o seu rosto ao do rapaz, de forma a que os seus narizes se tocassem levemente.

    "Tens... Tens a certeza?" – ele conseguiu dizer, num sussurro quase inaudível. A rapariga apenas anuiu, pousando a sua mão sobre o peito do rapaz, que começara a tremer. Os peitos de ambos subiam e desciam rapidamente, talvez devido ao nervosismo que sentiam.

Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]Where stories live. Discover now