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–  Nina

  

    Por vezes gostava de saber exactamente como explicar o que estou a sentir. Porém, nem eu sei o significado de tudo isto. Sei que estou apaixonada, mas qual é o objectivo? Irei continuar assim e esperar que os sentimentos se extingam ao longo do tempo? Não é o que eu quero. Mas, de qualquer das formas, porque estou eu a pensar nisto? Sempre me ensinaram que deveríamos na maior parte das vezes fazer o que queremos e o que pretendemos. Porque não metê-lo em prática agora? Era melhor para mim se eu parasse de pensar no que poderia acontecer e apenas viver a vida, deixar tudo fluir à sua maneira.

    Apaixonei-me por palavras que pertenciam a pensamentos, que por sua vez pertenciam a uma mente, que pertencia ao único e misterioso Luke Hemmings. Antes, a pergunta costumava ser: "como irei eu gostar dele?". Agora, parece ser: "como irei alguma vez parar?". Quando olho para ele, vejo aquele ser humano perfeito, que torna os seus defeitos em algo bom. Depois, olho para mim e vejo uma vulgar rapariga com problemas que nem sabe decifrar. Pergunto-me porquê e como Luke me escolheu, mas não quero que ele vá. Preciso dele na minha vida. Preciso que ele fique.

    Às vezes relembrava-o do quão bonito ele era. Tinha a necessidade de o dizer. Porque sempre pensei que algo bonito precisava de saber que o era. E se as flores parassem de crescer por pensarem que não eram lindas o suficiente para o fazer? E se o sol parasse de brilhar? Um ser vivo precisava de saber da existência de beleza que continha.

    Eu caí na tentação do amor. Despertei uma paixão incurável por Luke. Contei-lhe a minha vida, partilhei e vivi momentos com ele. Ri-me, chorei, falei seriamente, cuidei dele, ele cuidou de mim. Parecia estar numa relação de simbiose, em que dois seres precisam um do outro para sobreviver. Não fazia a mínima ideia se ele precisava de mim, mas eu de certeza necessitava da sua existência, do seu toque, do seu conforto. Dele.


    Com os meus olhos entreabertos encarava o céu sobre mim. Estava azul claro com pequenas nuvens a flutuar em si. Tão azul quanto os olhos de Luke. À minha frente estava o oceano calmo. O oceano era tudo o que eu desejava ser. Bonita, misteriosa e livre. O som das pequenas ondas fazia-se ouvir juntamente com as lentas respirações de mim e de Luke. Tínhamos adormecido na macia areia que nos acolheu durante a noite.


          Virei um pouco a minha cabeça para me manter numa posição confortável e tive uma visão detalhada do rapaz a dormir por baixo de mim. Parecia tão pacífico, tão tranquilo, tão quieto. Senti a necessidade de viajar até à sua mente para ficar a conhecer os seus pensamentos.

    O meu olhar desceu até aos seus lábios. Os seus finos, mas ao mesmo tempo rechonchudos lábios rosados. A argola de metal – ou piercing, – descansava sobre os mesmos, que me fizeram lembrar de como era um beijo vindo deles. Poucos dias tinham passado e eu tinha tantas saudades do lento e calmo beijo que tinha ocorrido. De como as suas mãos permaneceram juntas à minha cintura, e o cuidado que ele tinha comigo, com medo que eu fosse partir a qualquer altura.

    Um suspiro escapou da minha parte e a minha pequena mão foi ao encontro da sua bochecha suave. Deitei com cuidado a minha cabeça no seu ombro e observei o seu esbelto e angélico rosto mesmo à minha frente. Mordi o interior da minha bochecha com a vista perante mim e apercebi-me do quão sortuda eu era.

    Decidi aproximar-me de Luke, colocando uma mão sobre o seu peito coberto pelo casaco que nos tapava. Não me importava com a areia que rondava os nossos corpos. Sentia apenas a imensa necessidade de encaixar os meus lábios nos seus, entreabertos. Pareciam tão convidativos.

Treehouse ➤ Luke Hemmings [Completed]Where stories live. Discover now