Capítulo 35

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Quinze dias depois

Lá se foram os melhores dias da minha vida, e agora já estou de volta ao meu país. De volta a escola. É bem irônico eu estar achando a escola uma graça, mas em tudo daí glória né?

Mas vamos lá, foi incrível passar uns dias fora. Às vezes é preciso mudar, fazer algumas coisas valerem a pena. 

Uma das melhores coisas que trouxe da França foi a amizade da Gisele, e foi a melhor da vida toda. Andando por um parque lá encontrei um senhor chorando, passei o dia todo conversando com ele e, quando foi à tarde ele aceitou Jesus. Fiquei tão feliz quando ele levantou as mãos para o céu e aceitou Jesus, bem do jeito que falei, que saí pulando, rodei e quase cai. Foi muito lindo.

Meu irmão, Marcos, esta orando com Gisele. Dá pra acreditar? Claro que dá. Em breve terei minha melhor amiga como cunhada também, se Deus quiser.

Eu ganhei meu violão dos sonhos, Deus é fiel viu. Estou ansiosa para contar tudo pro Isaque... Deus me ajuda.

— Jéssica? – uma voz me chama atenção, dou um pulo na cadeira fria da escola.

— Pois não? – tiro meus olhos da janela e encaro o professor.

— Poderia prestar atenção na aula ou quer tirar zero na prova?

— Desculpa, não foi proposital – digo envergonhada.

Concertei meus novos óculos de grau no rosto e me concentrei no quadro cheio de palavras. Eu mal entendia a data, a caligrafia desse professor é terrível.

— Ei, quase você caiu da cadeira – Chris cochicha no meu ouvido e ri.

— Engraçadinho, não ri, eu estava pensando – digo entre os dentes. — Agora me deixa, não quero tomar outro susto.

— Ok, senhorita pensadora.

É, ele se senta atrás de mim agora. Ele só esta tentando se aproximar mais de mim. Jacqueline e Kelly estão exatamente no lugar onde elas deveriam ter estado desde sempre, bem longe de mim. Elas até tentaram puxar assunto, mas não dei trela.

Estou fazendo errado, eu sei, mas não quero explicar nada pra ninguém, só quero paz. E não pense que estou preocupada se vou ficar sozinha no intervalo ou não. Não estou preocupada com isso. Se eu ficar sozinha, bom, poderei falar com Isaque. Mas é certo que irei procurar Jonathan, preciso falar com ele.

E toca sino toca!

— Glória Deus! – juntos minhas coisas rápido.

— Esta mesmo com pressa, em?

— Não imagina o quanto estou cansada de ficar sentada – digo colocando a mochila nas costas. — Tchau.

Saio porta a fora quase correndo. Tá bem, estou parecendo uma louca desesperada. De longe avisto Marcos, Jonathan e Amanda.

— Oi, oi! A paz do Senhor gente – digo pra todos.

— Olá, amém. A paz do senhor Jesus! – Amanda aperta minha mão.

— A paz jubinha – Jonathan me abraça de lado.

— Amei o apelido – abraço ele novamente.

— A paz do senhor, coisa chata – Marcos delicado bate na minha cabeça de leve, sorri  pra ele.

— Jona, eu tenho que falar contigo. É caso de vida ou morte.

Ele me guiou pra uma parte menos barulhenta, o jardim.

— Então – se senta na grama, me sento ao seu lado.

— Obrigada por ter insistido tanto aquele dia do culto de jovem. Obrigada por nunca ter desistido de mim, eu sei que você não contou nada a ninguém, mas sei que orou por mim esse tempo todo. E, eu estive cega esse tempão e você sempre mostrou ser meu amigo de verdade. Eu te via como um integrante metidinho do grupo jovem. Você sempre foi você, e eu nunca retribuí o que fez por mim. Até os conselhos que no momento eu não me importava. Obrigada por ser o amigo de sempre, agora que reconheci tudo, te quero ao meu lado mais do que já esta, agora é oficial. É como um irmão. Você aceita? – digo tudo em um só fôlego, ele me olha apreensivo, eu estou ansiosa.

— Uau! – diz batendo palmas. — Até que enfim. Eu sabia que um dia você diria alguma coisa, mas me surpreendeu. Não tem de que agradecer, sempre apostei que você mudaria, e enquanto isso não acontecesse eu deveria continuar orando por ti. Assim eu fiz, Jesus disse para orar um pelos outros, você não é outro qualquer, mas eu me sentia na obrigação de te ajudar, quem ama cuida. Não te amo como... você sabe. Te amo como uma minha irmã, uma amiga. Você é feia de mais para eu te amar a mais que isso – essa parte não pôde ficar seria, ri muito. — Estou brincando, mas te amo como minha irmãzinha. Eu aceito sua boba.

Mal esperei ele terminar, o abracei tão forte que ele ficou sem ar. Sempre tem aquela pessoa né? Sempre vai ter alguém que se destaca no meio das outras. Pode haver um milhão de pessoas importantes na sua vida, mas vai ter um único alguém que vai brilhar mais que os demais. Esse alguém é o Jonathan, apesar do Isaque, ele é ele sem medidas.

— Graças a Deus você aceitou. Se não teria que te obrigar a aceitar.

— Você não é fácil em mocinha? Agora Vamos comer se não vou morrer de fome.

Rimos e fomos para o refeitório juntos, abraçados.

— Jéss, suas amigas estão procurando você – Marcos diz quando sentamos à mesa com ele e os amigos.

— Minha mãe e a Gisele estão aqui? Cadê? – procuro ao redor.

— Alguém manda o currículo da Jéss pra algum programa de tevê – Christian grita no meio do corredor. Rimos, mas não deixo de dá um peteleco na cabeça dele.

— Não finja de tola irmãzinha, você não serve para disfarce.

— Digam a elas, caso as veja, que eu não tenho nada para falar com elas. Estou ocupada com o meu amigo Jonathan.

Pego comida com meu amigo e voltamos para o jardim. Colocamos Isaías Saad pra tocar no celular, e comemos na melhor paz; na paz de Jesus.

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