Capítulo 24

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Nas palavras de Chrisian

Pedir perdão é forma ideal para restabelecer relacionamentos. Eu conheci a Deus, e através dele eu venci o ódio, o medo de que talvez eu a minha reputação fosse destruída. Mas ai eu entendi que eu não precisava me preocupar com isso, no final tudo ficaria bem. A única razão pela qual eu precisaria “esquentar” um pouco mais a cabeça era a Jéss.

Pelo o que entendi, a pressão dela caiu com a força do impacto. Foi mesmo só isso, uma onda de alívio me correu o corpo e, eu soltei o ar que nem sabia estar prendendo. Pensei que talvez tudo tenha acontecido por puro propósito de Deus para que nós pudéssemos conversar, e enfim, ela me perdoou. Eu estava disposto à espera seu tempo e o seu processo.

— Aonde se meteu o dia todo? – assusto quando tentei passar despercebido pela sala. Estava escuro, mas não demorou muito para meu avô aparecer sentado no sofá.

— No hospital.

— O que estava fazendo lá? Doação para gente pobre? – suas palavras são grosseiras e sarcásticas. 

— A irmã do Marcos passou mal, como estava junto resolvi ir com eles. E a propósito, eles não precisam de doação.

Deixei-o no escuro e subi para meu quarto, não queria conversar com ele. Estou cansado psicologicamente, minha mente parece pesar toneladas. Vivo cansado dos meus avós, isso pode parecer bem errado, porém não estou mais aguentando toda essa pressão encima de mim.

Tiro minhas roupas enquanto caminho em direção do banheiro, nesse momento só almejo que a água lave meu ser, que ela retire minha triste e saudade. Queria ter um mísero momento para me esquecer de tudo, tudo mesmo.

Termino o banho, me jogo na cama fitando o teto. Já estava me preparando para pensar nos problemas, mas sou surpreendido ao me lembrar de um sorriso. O sorriso que despencou o restante da minha vida.

Percebi que eu poderia me esquecer de tudo, era só pensar nela. Porque sinceramente ela é incrível. Ela superou tudo, me perdoou, e ainda eu acredito que ela pode sentir um sentimento bom por mim; tipo o amor. Mesmo tendo em mente que ela merece alguém melhor, por mais que doa assumir. Eu não sou tão egoísta assim.

🌙

A grama verde é forrada por pequenas folhas vermelha e brancas, havia bem poucas flores amarelas dando um toque diferente entre as outras. De um lado do jardim um lago de água cristalinas, e bem próximo à margem do lago tem um gazebo de madeira branca onde se encontra um rapaz engravatado. Debaixo dos meus pés um tapete vermelho guia-me até o altar, nas laterais cadeiras de madeira enfileiradas impecavelmente, o lugar estava perfeito. Junto do engravatado encontra o pastor segurando a Bíblia.

O rapaz ao lado está nervoso, quando os músicos inicia a música nos instrumentos. As pessoas ficam em pé, os olhos do engravatado passa de nervoso para admiração. Sigo seu olhar até a porta e encontro ela; Jéss usando um belo vestido de noiva, segurando junto de si um buquê de flores brancas e verde e a sua outra mão ia ao braço de seu pai.

Ela desliza pelo tapete vermelho, seus olhos marejaram de emoção e enquanto seu sorriso ilumina o seu rosto me fazendo suspirar. Ela estava perfeita! Quando nossos olhares se encontram, um soluço alto e ressentido escapa de seus lábios e em seguida ela some. Evapora como fumaça no inverno.

🌙

Dou um salto na cama, olho para os lados tentando enxergar algo a mais que meu quarto. Passo a mão violentamente nos cabelos e noto que não passou de um pesadelo. Pra onde ela foi? Será que ela está bem? Com pressa apanho meu celular, disco seu número e espero ela atender.

— Quem é o maldito infeliz que está me perturbando a essa hora? – ela esbraveja, sorri consequentemente. Ela está viva.

— Você esta bem? Estava dormindo mesmo? – pergunto atrapalhado.

— É lógico que estou bem, estava dormindo. Aonde é que você está em? Espero que não tenha aprontado de novo.

— Eu não aprontei dessa vez. Só liguei para me testificar.

— Se testificar de quê?

— De que você está bem. Eu acabei de ter um sonho meio estranho com você, e sei lá, fiquei preocupado e precisava ligar.

— Você é uma caixinha de surpresas – ela suspirou, depois resmungou alguma coisa. — O quê acontecia?

— Ah! Vou buscar interpretação depois te conto.

— Acho bom você saber por que não terei paz até que me conte.

— Tudo bem – gracejo. — Volte a dormir linda e até amanhã.

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