Chapter XVI

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Peguei minhas malas e fui a arrastando pela chão do aeroporto, eu ainda estava meio febril e a cada dez minutos eu soltava um espirro, além de começar a tossir do nada. Olhei em volta procurando três rostos conhecidos, mas não encontrei, continuei andando e uma voz de criança me gritou bem mais para frente.

-TIA KAYRA!!! - Eu só encontrei Guilherme quando ele estava quase me abraçando. Me abaixei e quando ele chegou o envolvi em um abraço apertado, me levantei com ele no colo sentindo tontura e logo me recuperando.

-Oi, meu anjinho. Como você tá?

-Eu to bem. - Ele respondeu dando um sorrisinho fofo. Beijei o rosto dele até ver Alice e Nathan se aproximando.

-Eu não ganho um abraço não?! - Fui até minha melhor amiga e a envolvi em um abraço junto com Guilherme.

-Como eu senti sua falta. - Falei no ouvido dela. Quando nos separamos abracei Nathan. - Você foi uma das muitas pessoas de quem eu não senti falta. - Ele riu achando graça e puxou minha orelha fazendo eu resmungar.

-Também não senti sua falta, tampinha. - Mostrei a língua para ele e depois soltei um espirro.

-Meu Deus, Kayra. Me dá o meu filho aqui antes que tu passe resfriado para ele. - Alice tirou Guilherme dos meus braços e eu revirei os olhos.

-Não estou resfriada, estou com alergia a certas pessoas. - Olhei para Nathan que me olhou de volta fingindo estar chocado com o que acabei de falar.

-Parece resfriado, tá com cara de morta. - Ele revidou pegando minha mala. - Ah, desculpa, essa é sua cara normalmente.

-Vocês nunca vão parar com isso, né?! - Alice resmungou revirando os olhos e nós dois rimos. - Me dão mais trabalho que Guilherme. - Fomos andando para a saída do aeroporto e eu soltei mais alguns espirros. - Lá está tão frio assim pra você pegar um resfriado?

-Quem me dera ter sido o frio. - Eu murmurei coçando o nariz. - Isso aqui é resultado de alguns minutos na chuva.

-Quando isso aconteceu? - Ela perguntou visivelmente preocupada, desde que virou mãe, Alice se tornou superprotetora comigo sendo que esse era o meu papel antes dela engravidar. - Sabe que isso pode virar uma pneumonia não é?

-Foi ontem, Alice. Relaxa, já vou ficar bem.

-Canadá não tem guarda-chuva não? - Nathan perguntou destravando o carro, colocamos Guilherme na cadeirinha. Alice foi na frente e eu fui atrás com o meu sobrinho.

-Eu ainda não aprendi a andar com um guarda-chuva. - Soltei uma risadinha, eu nunca soube andar com um guarda-chuva, sempre foi a mesma coisa que nada. - E foi uma emergência. - Alice me encarou franzindo um cenho e tivemos uma conversa por olhar, ela logo entendeu que se tratava do que eu tinha que contar à ela.

-Vai ficar lá em casa? - Ela perguntou, a verdade é que nem eu sabia.

-Com certeza, ela é praticamente parte dos móveis lá de casa. - Nathan resmungou e eu dei um tapa na cabeça dele fazendo Guilherme rir. Eu sempre estava na casa de Alice, dormia lá e tudo mais, só para ficar mais perto do Guilherme mas sempre respeitando a privacidade dela com o marido. Sem falar que sempre era eu quem ficava com o Guilherme para os dois terem um tempo só para eles.

-Não sei, vou passar em casa, preciso ir lá se não minha mãe surta. - Ela concordou com a cabeça e eu fui o caminho inteiro brincando com Guilherme.

Eles me deixaram na porta da minha antiga casa, suspirei antes de tocar a campainha, demorou uns dez minutos para que alguém fosse me atender. Olhei para a minha mãe e dei um sorrisinho de lado, ela estava descabelada e de pijama, eram 8 da manhã e eu sei que ela odeia acordar cedo.

Destiny - Shawn MendesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora