Chapter III

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Já fazia bastante tempo que eu estava no meio daquela multidão, Ed estava cantando as últimas canções quando eu comecei a me sentir mal, minhas mãos começaram a soar e eu não conseguia voltar ao estado normal, quando percebi isso fui tomada pelo pânico. Tentei me lembrar para onde era a saída, e fiquei vagando por entre as pessoas, minha vista estava meio escura e embaçada pelas lágrimas. Puxei todo o ar que podia e mantive-os presos em meus pulmões.

Enquanto andava, só conseguia ver vultos e escutar reclamações por estar quase caindo em cima das pessoas, mas estavam tão distantes que eram quase inaudíveis.

Finalmente encontrei uma porta, a abri com certa força e dificuldade, assim que saí de lá de dentro e senti o vento frio da noite contra minha pele, senti meu corpo relaxar e eu perder alguns dos meus sentidos. Esperei senti o impacto do meu corpo no chão, mas não veio. Pelo contrário, duas mãos me seguraram antes que isso acontecesse, e então veio o escuro me tomando por completo.

XX

-Será que ela está bem? - Apesar de escutar, a voz parecia distante. - Por quê não a levamos para um hospital?

Fui recobrando os sentidos aos poucos, e só de ouvir a palavra 'hospital' eu queria pular gritando que estava muito melhor e que não era necessário médicos ou hospitais.

-O que será que aconteceu? - Uma segunda voz perguntou.

-Deve ter sido queda de pressão. - Uma terceira voz respondeu como se tivesse certeza do que dissera e dito 'deve' para não parecer um sabichão.

Forcei meus olhos a abrir, mas estava complicado, apesar de estar muito confortável do jeito que estava, eu não queria ficar desacordada sabendo que tinha três homens em volta de mim.

Quando consegui mexer pelo menos um membro do meu corpo, foi meu braço e minha mão pousou sob outra mão.

O contato da minha mão junta à mão da pessoa disparou uma carga de eletricidade pelo meu corpo, obriguei meus olhos a se abrirem e ele finalmente cedeu. Quando, finalmente, minha vista entrou em foco eu reparei no par de olhos castanhos que me fitavam, as sobrancelhas dele estava levemente franzida e seus olhos preocupados. Ele deu um sorriso de alívio assim que viu que eu havia acordado.

-Tudo bem? - A voz dele fez com que meu estômago se revirasse.

-Ahn.. sim.. eu acho. - Respondi tentando controlar minha voz que saiu super fina.

-O que aconteceu? - Um homem magrelo de óculos me perguntou.

-Eu me senti mal, fiquei procurando uma saída por mais ou menos dez minutos, e quando encontrei perdi completamente os sentidos. - Me sentei e olhei para os quatro homens que estavam ali me observando. Reconheci um deles, era o mesmo homem que eu esbarrei quando cheguei na cidade, mas não tenho muita certeza.

-Ninguém te ajudou? - Olhei para o menino ao meu lado e me dei conta que nossas mãos ainda estavam em cima uma da outra, puxei a minha mão em um reflexo que nem eu sabia que tinha, não fui a única que ficou constrangida.

-Não, na verdade, reclamaram que eu esbarrei neles.

-Está sozinha? - Um homem barbudo me perguntou, antes que eu pudesse responder, a porta pela qual eu saí se abriu e uma Katherine super brilhante e desesperada passou por ela, assim que ela me viu seus olhos brilharam, não sei se foi de alívio ou de raiva.

-POR QUÊ VOCÊ SAIU DE PERTO DE MIM? - Ela veio marchando até mim, e eu fiquei parada com a sobrancelha levemente franzida e arqueada, era um dom que eu conseguia fazer sem problema algum. Soltei um suspiro e a olhei calmamente.

Destiny - Shawn MendesOù les histoires vivent. Découvrez maintenant